domingo, 6 de março de 2011

E agora, Miami?

Definitivamente não foi uma semana agradável para o Miami Heat. Com mais de 20 pontos de vantagem, o time deixou, em casa, o Orlando virar na quinta-feira, e no dia seguinte perdeu de 30 pontos do San Antonio Spurs em uma performance para esquecer.

Pode ser cruel, mas se somarmos os placares do primeiro quarto da partida contra os Spurs e o segundo tempo do jogo contra o Orlando o Miami tem um déficit de 45 pontos (muita coisa, não?). O óbvio seria criticar a defesa (que leva 95 por partida, é a sexta menos vazada da NBA e de fato falha muito, principalmente nas rotações), mas como é impossível dissociar o ataque de tudo isso, o fato é: enquanto não atuar como um time, os Heat terão problemas - independente de ter pivô ou não. Para se ter uma ideia, apenas três jogadores (precisa dizer quais?) chutam 62,4% dos arremessos da equipe e registram mais de oito pontos por partida - ao todo, o elenco dá apenas 19,5 assistências por partida, a segunda pior marca da liga.

No jogo contra os texanos isso tudo ficou escancarado: de um lado tínhamos um time procurando três jogadores no ataque, e no outro cinco atletas procurando um time para definir as ações. O resultado é claro: se os arremessos do trio não caem (quando os adversários marcam por zona então...), os contra-ataques surgem (foram 34 pontos de Manu e companhia assim), e aí não há defesa que dê jeito.

O Miami, que vem de três derrotas consecutivas (e quatro nos últimos cinco jogos), tem 1-8 contra Bulls, Celtics, Lakers, Mavericks e Spurs, times que disputarão o título (14-16 contra times com mais triunfos que derrotas). Em jogos "apertados" (cinco pontos ou menos) contra times com mais de 50% de aproveitamento, o retrospecto é de medíocres 3-12 (e de 2-7 no geral quando o duelo é decidido por três ou menos). E aí a pressão recai sobre LeBron James e sua reconhecida falta de habilidade para "fechar" partidas difíceis.

Para Harvey Araton, analista do New York Times, o problema de LeBron para "solucionar" jogos não é a falta do "espírito assassino", mas sim a "falta de mais opções de jogadas no duelo de um-contra-um" - e eu concordo absurdamente com isso. O camisa 6 é dono de uma força física descomunal, mas a sua técnica (e finesse, digamos assim) ainda precisa de ajustes. Nos um-contra-um nos minutos finais, quando a visão de jogo é ainda mais necessária, ele ainda peca demais por isso.

A partir deste domingo o time enfrenta, em casa, Chicago, Portland, Lakers, Memphis, Spurs e Oklahoma (todos com mais vitórias que derrotas), e uma boa sequência de vitórias pode apagar um pouco a chama da crise que começa a surgir na Flórida. A menos de seis semanas para começar os playoffs (dá tempo para despachar o péssimo técnico Erik Spoelstra, hein!), seria muito bom se o Miami Heat começasse a jogar como um time. Se conseguir, disputa o título da NBA. Se continuar atuando na base do "trio + o resto" ficará pelo caminho. É "só" escolher.

7 comentários:

Guilherme disse...

Acho que não dá mais tempo para mudar... o Spoelstra é um técnico bom na defesa, mas não fez um ataque bom até agora... o Heat não passa da segunda rodada desse jeito, e mesmo com Bibby o time não está com um armador de verdade

Jonathan Soares disse...

Amigo seu texto perfeito, nei vou comentar muito Concordo Com voçê em tudo que esta escrito.

Abs, Jonathan

Anônimo disse...

E o Dan Gilbert disse que seria campeão antes do LeBron...

Denis disse...

Esse foco no Big 3 era esperado, mas mesmo assim surpreende por ser demais! 62% dos arremessos é absurdo.

Muita gente, eu inclusive, comparou a montagem desse time do Heat com a do Celtics: trocaram tudo para ter um bom trio e depois montaram o resto do time com o que sobrou e alguns veteranos.

Mas o Celtics conseguiu manter Rondo e Perkins, que na época não eram ninguém mas a gente sabe como deu certo e contratou Cassell, Posey e PJ Brown. O Heat não teve o mesmo sucesso nisso, o melhorzinho é o Mike Miller que também está jogando mal.

E em times limitados assim os defeitos do Big 3 ficam mais expostos, não tem jeito.

Abraços!!!

Baralhão disse...

Muito bom texto e parabéns por se posicionar pela saída do Spoelstra. Mesmo que não dê tempo para um novo técnico ser campeão esse ano, a saída dele é necessária.

Anônimo disse...

O PROBLEMA E QUANDO O TRIO SO PENSA EM SUAS POTENCIAIS INDIVIDUALIDADES, ENQUANTO OS TRES CAVALHEIROS NÃO SE PREOCUPAREM EM FORMAR UMA EQUIPE NADA VAI MUDAR, SINCERAMENTE ATÉ AGORA NÃO VI UMA PARTIDA QUE PUDESSEMOS DIZER : ESSE TIME E BOM/ OU - ESSE TIME E RUIM/ DIZEMOS APENAS - ESSE O QUÊ?

Paulo Goergen disse...

O Chicago já deu sua lavada, falat algo neste time de Miami, técnico e um jogador.Sei la é minha opinião