Merece uma chance

Se há um jogador que me impressiona neste NBB3 é Douglas Nunes. Não sei se dei sorte, mas em todas as partidas de Bauru que vi o menino foi bem demais. Com 24 anos e 2,08m, o ala tem as sólidas médias de 14,5 pontos (16,2% da equipe), 60,3% nos chutes de dois pontos, 5,4 rebotes e 16,5 de eficiência e é responsável direto pela boa campanha do time até aqui (13-8).

Com passagens por Pinheiros, Uberlândia e Espanha (jogou no Mérida e no Coruña, ambos da LEB Prata), Douglas é um dos raros casos de atletas brasileiros que conseguem jogar bem em mais de uma posição. Com Guerrinha, ele atua como um ala-pivô móvel - tem liberdade para infiltrar e chutar de fora, abrindo, assim, espaço para as investidas de Larry e para os chutes certeiros de Fernando Fischer. Por causa da sua mobilidade, o técnico de Bauru também usa Douglas também como ala (alto e forte para jogar na posição três - ótimo!) e de vez em quando como pivô (eu não gosto). Na defesa, no entanto, ainda reside o seu maior ponto para evoluir - ele até que se vira nas marcações sem a bola, mas peca bastante no um-contra-um (nada, porém, que ele não consiga evoluir com o tempo, principalmente para quem tem um ótimo potencial físico, boa leitura de jogo e razoável deslocamento lateral).

Das revelações do campeonato, Douglas Nunes (que estréia no NBB) é a melhor delas. O ala já foi visto por Magnano e (não sei se já disse isso aqui) está na lista do argentino para os treinos antes do Pré-Olímpico. O hermano gostou do que viu em uma de suas apresentações e sabe que pode moldar Douglas para exercer uma função que ainda não tem dono na seleção brasileira (a de ala confiável). É cedo para dizer que o jogador de Bauru está pronto para o desafio, mas capacidade técnica e regularidade ele está provando que possui.