sábado, 27 de junho de 2009

O meio do caminho do meio

Ontem, no calor do momento, pode ser que meus argumentos não tenham sido claros a respeito da seleção feminina. Com mais calma e após uma conversa com meu guru (Bert, do PBF), coloco, aqui, o que penso sobre o assunto. Na minha cabeça, Paulo Bassul, o técnico, tinha duas opções para começar seu novo ciclo de trabalho: renovar o grupo, pinçando algumas veteranas para dar sustentação às jovens, ou manter o elenco que foi a Pequim e acreditar que o que houve na China foi apenas uma aberração. Após ver a lista com 24 nomes, fica claro que ele optou pela última (das 12 que estiveram nos Jogos, não figuram apenas Êga e Grazi, que estão machucadas, além de Claudinha, que se aposentou do time nacional). É uma decisão que tenho de respeitar, mas que discordo veementemente.

Se tivesse optado pela primeira opção (esqueçamos, por um momento, Érika e Iziane, que estão na WNBA), Bassul poderia contar com Helen, Adrianinha, Micaela, Alessandra e Kelly como pilares, dando chance para novos valores como Karen, Clarissa (foto abaixo), Izabela, Mariana Camargo, Franciele, Karina, Nadia, entre outros nomes. Teria em mãos um elenco ao mesmo tempo novo e com peças de sustentação capazes de manter o Brasil em condições de não fazer feio - diferente do que houve na China. Tem mais: por piores que estas "novatas" sejam, e podem ser mesmo, elas, ao menos, possuem o benefício da dúvida ao não sabermos como elas serão/seriam jogando durante anos no alto nível do basquete mundial. Que se dê, ou que se desse, esta chance a elas, não?

O que Bassul escolheu foi justamente o caminho do meio: nem a renovação, ao contrário do que ele diz no release da CBB, nem a manutenção das experientes. Com 24 atletas, o técnico não conseguirá dar a atenção que as mais jovens precisam nos fundamentos, nem a confiança que as "olímpicas" perderam em Pequim. Independente da opção, que devemos respeitar, creio que falte um norte, um direcionamento, um planejamento do que a CBB quer. Lembremos do exemplo da Coréia do Sul em 2006, quando jogou o Mundial com uma equipe "juvenil". Veio aqui para perder, como dizia a sua comissão técnica, e aprender.

Se isso não fosse o bastante, todo mundo sabe que o estilo de jogo de algumas convocadas (Tayara e Palmira, para ficar em dois exemplos) foge completamente ao que Bassul gostaria de implantar na seleção. Insisto nessa: sem craques incontestáveis, ficava a esperança de que o treinador fosse montar um time operário, calcado em valores coletivos que ele tanto gosta de falar. Tudo na teoria, claro. Na prática, como vemos, a teoria é outra.

Ah, lembram da tal Coréia de 2006? Aprenderam tanto que nos venceram dois anos depois, nas Olimpíadas. Venceram, e venceram das tais 9 experientes que voltam a integrar o grupo de Paulo Bassul. Grupo que, evidentemente, não colocará o Brasil entre as quatro primeiras em um Mundial.

4 comentários:

Anônimo disse...

Fabio,
Quem fez tudo foi o Brunoro com a Hortencia.
Nao culpe o Bassul que ja foi detonado por eles no inicio.

Anônimo disse...

Também estou tentando entender o caminho da seleção com essa convocação do Bassul, Bala.

Sou totalmente contrario à convocação da Iziane, a não ser que ela se pronuncie e peça desculpas publicamente pela atitude egocêntrica do passado recente, e que novamente pode desestruturar a equipe.

Isso não se encaixa mais em um tabalho que deve ser levado à sério. Acho que o Bassul pode, no fim, pagar um preço alto por isso. O que seria uma pena, pois é claramente um técnico mais antenado com o cenário mundial.

Acho que a volta da Helen e da Alessandra - uma vez que estejam bem física e técnicamente -, um grande ponto de apoio para passar experiência e tranquilidade às mais novas num momento onde a não classificação para o Mundial seria terrível para as meninas e para o desenvolvimento de um trabalho a longo prazo.

Chegou a hora de Franciele, Clarissa, Mariana e mais alguns novos nomes entrarem na rotação pra arejar um grupo que precisa de novos horizontes.

abs
Roby

fábio balassiano disse...

eh isso mesmo, roby.
cada um escolhe o seu caminho.
o bassul está trilhando o dele.
quem sabe ele não acerta tudo e nos deixa de queixo caído.
ou quem sabe erra tudo, como está tentando fazer com muita força, e depois se arrepende.
em breve saberemos.

abs, fábio

Anônimo disse...

Bruno

Epa!Falar em chamar Alessandra e Helen para classificar para o Mundial onde se classificam 3 equipes, e sem os Estados Unidos,no mínimo já é querer valorizar o trabalho do Bassul,criando dificuldades onde não existe,a obrigação do Brasil é ser campeão!
Agora a convocação foi para satisfazer a tudo e a todos,e não termos criticas,pecar por excesso.O Bassul afinou,medrou,e caiu sua máscara de Super STAR,vai obedecer e bem a Hortencia,que deve estar bem por dentro desta convocação,deve já ter visto todas jogarem,rsrsrsrs.
Pobre basket feminino,o último por favor apague a luz(nada com a LUZ da Helen)