O basquete das meninas é o único que representa o Brasil em Olimpíadas há três ciclos. Vendo as semifinais do Paulista, no entanto, a gente fica preocupado com o futuro. Foram quatro partidas, duas séries empatadas em 1 a 1 (Santo André e Catanduva roubaram o mando de quadra de Americana e Ourinhos, respectivamente) e um nível técnico de lascar. Os técnicos, que possuem bons elencos em suas mãos, deveriam rever, e muito, os seus conceitos. Para se ter uma idéia, houve, em média, tantos chutes de três pontos quanto desperdícios de bola (36,2 por partida).
Pior que isso. Em relação às meninas que foram ao Pré-Olímpico ou às Olimpíadas de Pequim (a nata, portanto), o desempenho é pífio, bem pífio. Natália parece sem confiança (sete erros para seis assistências – isso sem contar a tomada de decisões). Karla (8/30) e Chuca (12/23) não param de arremessar. Micaela não está bem (6/20 nos chutes). Karen continua bem na defesa, mas mantém uma irregularidade incrível (14 pontos no primeiro jogo e 3 no segundo). Mamá, que nunca foi nada disso, anda mal pacas (8/24 nos tiros). Êga e Grazi estão machucadas. Sobre a defesa, inexistente por aqui, eu nem falo.
E as revelações, que algum dia poderiam/poderão defender a camisa amarela, como andam? Izabela, de Catanduva, mal joga (14’ ao todo). Jaqueline, do mesmo time, também chuta sem freio (0-7 no primeiro duelo). Palmira (foto), talentosa e celerada toda vida, arremessou 4/25 até aqui (4 pontos no jogo 2). A ala-pivô Karina Jacob, muito técnica, também está descalibrada (9-23).
Paulo Bassul, técnico da seleção brasileira, tem tentado ver quase todos os jogos. Imagino a sua “alegria” ao constatar que a geração, que já não é das mais talentosas, vive um momento para lá de instável. Com um Paulista de baixo nível, péssima organização e com jogos muito espaçados, a irregularidade desta turma, que já é grande em condições normais, cresce uma barbaridade. O futuro é sombrio.
17 comentários:
Ótimo texto!
Disse tudo!
Ótimo texto!
Disse tudo!
De fato, em determinados momentos, pensei que estava assistindo aquele jogo 2 entre Fla e Brasília...
Mas me pergunto: vimos críticas tão contundentes e desapaixonadas como as suas na ESPN Brasil? Ou a fórmula de ressaltar o produto televisivo e deixar o nível técnico em segundo plano, como faz a concorrência, foi seguida a risca? O Mestre Wlamir não ficou refém disso?
São poucos os jornalistas (e pseudojornalistas, dada a recente decisão do STF) que tem essa sua visão crítica desapegada e imparcial, caro Balassiano. Posso contar nos dedos. Em minha humilde opinião, a falta de união que vez por outra surge como fator de desagregação do basquete brasileiro reflete-se na imprensa especializada na bola ao cesto.
Abraços!
Valeu Balassiano...
Realmente, nós que amamos o basquete não podemos aceitar esse basquete RIDÍCULO que está sendo praticado pelas mulheres...
Com certeza estão no fundo do poço, tanto quanto o masculino!!!
Lógico que opino de modo bem distante da realidade das meninas, longe do dia-a-dia, mas a sua análise (infinitamente superior e embasada que a minha...na base da emoção) nos deixa boquiabertos quanto a queda das principais atletas em atividade no país!
Da até para perder a esperança...triste!!!
Valeu pelo post e pelo link direto que vc faz com seus leitores!!!
Nos estimula a pensar...(Esse buraco negro tem fim?)
Abç
Victor Dames, concordo plenamente...tanto Cledi quanto Wlamir tem fechado os olhos para a realidade atual!
Mas olhando comercialmente...seria inviável a uma empresa oferecer um produto ao telespectador e descer a lenha no mesmo, ainda que devidamente merecido!!!
Eles aliviam sim...e isso acaba prejudicando o desenvolvimento de senso crítico de atletas, dirigentes e da imprensa (pelo menos parte dela!)
OBS: Após o jogo 1 (incrivelmente bizarro) as câmeras da ESPN Brasil "passeavam" pela quadra e flagrava as meninas de Americana sorrindo, dando autógrafos, mandando beijinho para mamãe e papai...isso depois da (talvez) pior exibição de suas vidas!!!
Deviam correr para o vestiário, chorar...treinar arremesso em seguida...é uma miopia, cegueira geral...
abç
O texto é muito bom, realista, mas é para desanimar qualquer um.
Me parece também que, além da conhecida e citada falta de estrutura, os técnicos dos 4 finalistas (Urubatan, Branca, Laís Helena e Ferreto) não são dos mais "atualizados".
Espera-se que a nova direção da CBB e, em especial, a Hortência estejam atentos.
Sds.
Já tinha visto antes, Catanduva só ganhou da Mangueira ROUBADO(inconpetência), dos que tinham o apito!
Reformulação , renovação , mas não só das atletas mas da FILOSOFIA , dos que estão a frete do basquete femenino!
Boa Fabio
Victor Dames
Lembrei-me da final da Liga Sul-Americana entre Flamengo x Quimsa.
Não foi uma aula de basquete,mas foi do mesmo nível das finais agora entre Fla x Brasília, e nada do Cledi e Wlamir criticarem o nível da partida..
Ontem a mesma coisa, uma partida sofrível, e não ouvimos nenhuma crítica...estranho não??
Pimenta nos olhos dos outros é refresco..
Tenho enorme respeito pelo Wlamir. Quando ele elogia ou critica, sabe do que está falando. Mas acho um pouco hipócrita a postura adotada pela ESPN. Se eles mantivessem a mesma postura branda quando traçam análises sobre produtos esportivos da concorrência (leia-se Vênus Platinada), estariam sendo muito mais corretos. Mas quando eles não transmitem, a estratégia é a mesma da Globo: nenhuma ou poucas linhas, e mesmo assim pra falar mal...
Saiu um texto certa vez do Wlamir na net que achei um tanto rancoroso na ocasião. Hoje, olhando bem, entendo aquilo como um desabafo: ele também fica refém desta postura hipócrita do canal em que trabalha...
Abraços!
Eu achava que o feminino tinha ido mal nas Olimpíadas e comecei a questionar o trabalho do Bassul, mas vendo o péssimo nível técnico destas meninas estou começando a achar que ele fez até demais classificando o grupo no Pré-Olímpico em Madri e endurecendo o jogo com todo mundo em Pequim.
SANTA IMPARCIALIDADE
Não sei no que e porque estão surpresos?Este é o nosso basquete feminino,só para lembrar-Ega-Mama-Chuca-Palmira-Izis-Karen-Micaela-disputaram varias competições nestes últimos anos inclusive o pan do rio,pré olimpico e olimpiadas,por a culpa nos técnicos,barbosa(pan) e Bassul nos demais, é exigir muito
Gente a coisa no feminino tá feia faz tempo.
Isso que o bala relata é de uma precisão cirúrgica, bem diferente do calibre das garotas.
Pra vcs terem uma ideia,há uns 4 anos atrás uma atleta da seleção de base em torneio sulamericano fez cesta contra o proprio time.
Imaginem isso, que bizarrice. Essa garota estava na seleção gente, e com esse nível técnico-emocional de fazer vergonha.
O feminino sempre foi legado a quinto plano e a consequencia é essa.
Nilton Silva
Caro Fábio, acabo de assistir 2 partidas da euroliga feminina, espanha x italia e letônia x rússia, jg este decidido na prorrogação, a qualidade de jg de ambas as equipes é de invejar. Assisti ao jg de america x santo andré, uma "pelada", o Bassul estava lá e comentou q a instabilidade das atletas é mt preocupante. A preparação deve começar já pq estamos ficando pra traz.
Acho q até melhorar, vamos sofrer mt com nosso basquete, mas vale a torcida pra q td dê certo. Abraço
Kelly, Érika, Adrianinha, Fran e Iziane (a mimadinha). São as que sobram depois dessas partidas ridículas do paulista. A maior decepção, sem dúvida, é a Micaela. Todo aquele potencial, é incrível ficar tão apagada. Como seria ótimo ver uma jogadora com a postura e garra da Ariadna, jogadora cubana, aqui no Brasil.
Isso é uma tendência do basquete feminino mundial, pois assisti ao jogo Rússia x Letônia, pelo Europeu, e a quantidade de erros foi tamanha ... placar baixo!
Abraços,
Frederico Batalha
Realmente o jogo rússia x letônia foi muito fraco tecnicamente...
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Em relação ao post, realmente o Bassul vai ter trabalho pra convocar as "menos piores"... rsrs
É uma pena ver tanta discriminação nos comentários do feminino ,que além de tudo tb foi desreipeitado nas mudanças dos jgs,sem consulta alguma e sem dar tempo de recuperação às atletas ,já que são seres humanos e não máquinas.
Vejo alguns comentários por pessoas que realmente não acompanham os jgs do paulista e querem analisar apenas estatisticas.
Hoje no europeu de seleções tivemos 57 a 53 entre russia e frança.E aí?
No Brasil a arbitragem está deixando mto contato e com isso o jg fica feio.Vá na quadra e veja oque permitem à Caé fazer com a Ariadna que sem discussão é o maior nome deste campeonato paulista.
Respeitem mais as meninas e profissionais envolvidos no basquete feminino ;pois vcs não vivem as dificuldades do dia a dia.
O basquete feminino sobrevive graças ao trabalho incansável dessas pessoas.
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