Quem não se lembra daquele menino cabeludo draftado pelo Charlotte Hornets em 26 de junho de 1996 e logo trocado ao Lakers por Vlade Divac cinco dias depois? Ele se chamava Kobe Bryant e seria convocado para o Jogo das Estrelas daquele ano. Em Nova Iorque, ele teria gritado para Karl Malone, então uma estrela consagrada da liga, sair de sua frente antes de uma enterrada. Michael Jordan ficou assustado com o que viu.
Foi assim que Bryant cultivou a sua imagem na NBA. Céu e inferno. Amor e ódio. Craque ou enganador. Muitos o colocam como o melhor jogador pós-Jordan. Outros, como o mais talentoso e estúpido dos atletas em atividades. Durante três anos (1996-1999), travou uma briga consigo mesmo para tentar levar o Lakers a um título. Sem sucesso, viu na chegada de Phil Jackson a chave para atingir seus objetivos. Em 2002, com 24 anos, já era tricampeão.
A vida de Bryant, uma montanha-russa de primeira, ganharia contornos de crueldade a partir de julho de 2003, quando, após ser eliminado pelo San Antonio Spurs no Staples Center, seria acusado de estupro contra uma menina do Colorado. O “menino bonzinho”, tão querido por anunciantes e pela própria liga, passaria a ser o lobo mau da história. No ano seguinte, entrou numa guerra com Shaquille O’Neal. Shaq foi trocado ao Miami, onde se sagrou campeão. Onze entre dez pessoas chamariam Bryant de idiota e mimado.
Veio a nova era Phil Jackson, duas eliminações para o Phoenix Suns, um vice-campeonato contra o Boston, um ouro olímpico em 2008, um título de MVP da liga e um suado título contra o Orlando em 2009 para Kobe Bryant ser novamente apontado como o melhor, o mais querido, o melhor líder, o melhor tudo.
Deste canto eu só me pergunto se é necessário fazer julgamentos tão precipitados sobre a carreira de um atleta ainda em atividade. Pablo Picasso não foi chamado de gênio após pintar Guernica, mas por conta de toda a sua obra. Que o mundo não se debruce em elogios a Kobe apenas por este título. Ele é muito melhor do que o que vimos apenas em 2009. Ele é, no final das contas, o melhor jogador desde que Michael Jordan parou de quicar a bola. Com seus defeitos, vícios, virtudes e loucuras. Mas definitivamente e decididamente o melhor.
Foi assim que Bryant cultivou a sua imagem na NBA. Céu e inferno. Amor e ódio. Craque ou enganador. Muitos o colocam como o melhor jogador pós-Jordan. Outros, como o mais talentoso e estúpido dos atletas em atividades. Durante três anos (1996-1999), travou uma briga consigo mesmo para tentar levar o Lakers a um título. Sem sucesso, viu na chegada de Phil Jackson a chave para atingir seus objetivos. Em 2002, com 24 anos, já era tricampeão.
A vida de Bryant, uma montanha-russa de primeira, ganharia contornos de crueldade a partir de julho de 2003, quando, após ser eliminado pelo San Antonio Spurs no Staples Center, seria acusado de estupro contra uma menina do Colorado. O “menino bonzinho”, tão querido por anunciantes e pela própria liga, passaria a ser o lobo mau da história. No ano seguinte, entrou numa guerra com Shaquille O’Neal. Shaq foi trocado ao Miami, onde se sagrou campeão. Onze entre dez pessoas chamariam Bryant de idiota e mimado.
Veio a nova era Phil Jackson, duas eliminações para o Phoenix Suns, um vice-campeonato contra o Boston, um ouro olímpico em 2008, um título de MVP da liga e um suado título contra o Orlando em 2009 para Kobe Bryant ser novamente apontado como o melhor, o mais querido, o melhor líder, o melhor tudo.
Deste canto eu só me pergunto se é necessário fazer julgamentos tão precipitados sobre a carreira de um atleta ainda em atividade. Pablo Picasso não foi chamado de gênio após pintar Guernica, mas por conta de toda a sua obra. Que o mundo não se debruce em elogios a Kobe apenas por este título. Ele é muito melhor do que o que vimos apenas em 2009. Ele é, no final das contas, o melhor jogador desde que Michael Jordan parou de quicar a bola. Com seus defeitos, vícios, virtudes e loucuras. Mas definitivamente e decididamente o melhor.
14 comentários:
É isso aí!
o melhor!
Belo texto.
Eu gosto tanto do Kobe quanto do Duncan.
Dificil escolher um, fico com ambos rssrrsr
Bala, quando o Shaq saiu do Lakers eu fiquei com raiva do Kobe, pois para mim ele era o encrenqueiro e fez aquele timaço ser desmontado (além de perder o título de 2004 para o Detroit por não querer passar a bola pro Shaq), e durante 2 anos torci para o Miami para ver o Shaq ganhar outro título antes do Kobe.
Hoje eu acho que o Shaq é muito mais encrenqueiro...o Penny não gosta dele, o Kobe muito menos, e nem o Wade gosta dele, e olha que ele aceitou ser o Robin para o Wade...sem contar as desnecessárias críticas a D12, Greg Oden, Van Gundy, etc...
Kobe é um competidor e quer ganhar sempre, e nem por isso eu o vi perder a esportividade...
Quanto a ser o melhor da atualidade, acho que a referência que os próprios jogadores do redeem team fizeram para ele é uma mostra disso...sem contar o quanto todos eles disseram que aprenderam com ele nesse verão...ele foi líder não só Lakers, mas também no TEAM USA, o que mostra o nível de amadurecimento e liderança que ele exerce hoje....
"Ele é, no final das contas, o melhor jogador desde que Michael Jordan parou de quicar a bola. Com seus defeitos, vícios, virtudes e loucuras. Mas definitivamente e decididamente o melhor." - Fabio Balassiano
Bala, nesse final de texto vc simplesmente escreveu o que todo mundo esta pensando.
Abs
Alexandre Reis
Muito bom texto Bala - conciso, trabalhado e com uma análise bem cuidadosa. Parabéns!
1 abraço,
Por isso sou fã do blog...a maioria dos jornalistas/blogueiros fica em cima do muro!!!
Belo texto Balassiano, fechando com chave de ouro!!
Abraço
Para os jogadores que não gostam de treinar, ai vai uma coluna do Melk escrita em 2005.
Abraços.
Pulso firme
"O garoto magrinho e careca entrou no vestiário e logo avisou que não pretendia jogar em Villanova. Provavelmente, disse, nem iria para a universidade. Pularia direto para a NBA.
"Eu e um colega de time achamos engraçado. Quem ele pensa que é? O que anda fumando?
"O garoto era Kobe Bryant e hoje me pergunto do que ríamos.
"Talvez do fato de que em poucos meses as partidas do moleque no colégio venderiam mais ingressos do que as nossas. Ou de que ele apareceria nas nossas festas no campus e as pessoas pensariam que ele era o anfitrião. Ou de que, em 1999, três anos mais tarde, quando eu descolei um emprego, o vestiário seria o dele.
"Eu já acompanhava Kobe e os Lakers pela TV. Mas apenas de perto entendi por que ele era tão seguro de si. Ele se exercitava muito mais do que os outros.
"Eu sempre fiz questão de ser o primeiro a chegar ao trabalho. Mas Kobe sempre dava um jeito de me superar. Eu morava a dez minutos do ginásio. Ele, a 45.
"Um dia, naquela pré-temporada, ele quebrou o punho direito. A quadra, imaginei, ficaria só para mim. Mas, para minha vergonha, na manhã seguinte lá estava ele no ginásio _um braço engessado, o outro com a bola.
"Enquanto o time se ajustava para a estréia, percebi que Kobe seguia uma rotina peculiar. Ele driblava, fintava, passava e chutava com a canhota. Parecia obcecado em reaprender tudo o que fazia com a mão direita.
"Certa manhã, ele me chamou para um duelo de arremessos.
"Fiquei insultado. Ele acreditava que podia derrotar a mim, um especialista em tiros de longa distância, e sem uma mão! A mão boa! Topei. Seria um prazer fazê-lo engolir a mania de grandeza.
"Por pouco escapei do maior vexame de minha carreira. Foi só por uma cesta que eu o venci.
"Mas o melhor veio quando ele sarou e voltou a jogar. Logo em seu primeiro lance, ele driblou e chutou com a mão esquerda. O arremesso nem aro deu. Mas isso não importava. Diante de milhares de pessoas e das câmeras de TV, ele quis provar que também podia brilhar com a canhota."
John Celestand, cigano do basquete, foi muito feliz quando blogou esse depoimento no dia 10.
Em 2004, Kobe perdeu a companhia de Shaquille O'Neal, desafeto fora das quadras mas parceiro ideal dentro delas. O estímulo de Phil Jackson, único técnico que conseguia intrigá-lo. Os patrocinadores, arredios ao vê-lo no banco dos réus, defendendo-se da acusação (mais tarde retirada) de estupro. A admiração dos fãs.
Hoje está claro que o ano passado viu um jogador de um braço só, aleijado, que encarou o torneio como um treino especial, um laboratório para testar seu arsenal enquanto o gesso agia.
Shaq, assentado na Flórida, parou de amolar. Jackson voltou. A Nike recuou. E Kobe mostra agora o resultado do ano de solidão.
Está mais confiante e espetacular do que nunca. Disparou como cestinha, com 31,8 pontos por jogo, 50% acima de sua média. Refez-se da fratura, mas não descerrou os punhos. Procura queixos. Os do basquete estão caídos.
Pena que o Melk nos abandonou...
Lia suas olunas religiosamente!!!
Discordo. Duncan é o maior desde que Jordan parou, e dai Shaq e Kobe ficam empatados.
Hoje, individualmente na liga, até acho LeBron mais jogador, mas vão me crucificar se eu falar muito isso.
valeu, galera!
essa coluna do melk é realmente sensacional.
ele, o melk, faz muita falta no basquete, e no jornalismo esportivo também.
quem sabe ele não aparece por aqui para dar um oi para vocês.
ele gosta do kobe. e do atlanta hawks também...
abs, fábio
Fábio, maravilhoso texto, mas deixa o Picasso fora dessa!!!
Deixa o Picasso fora dessa mesmo, o cara é considerado genio desde os 17 anos
o kobe também, bernardo...
desde os 16 anos, quando entrou na nba!
sobre o picasso, foi apenas uma analogia sobre ser gênio. poderia ser qualquer outro.
abs, fábio
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