segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A arte da desconstrução

Independente dos motivos que a CBB alegará nesta segunda-feira, a saída de Walter Roese (foto) da seleção Sub-19 não tem nada de bom. Absolutamente nada. Como alguém lembrou na caixinha, quando a gente achava que a entidade tinha um caminho para trabalhar, ela vai lá e volta a estaca zero. Um absurdo, obviamente.

Walter Roese não é o Phil Jackson, não é o Ettore Messina, e não é isso que está em questão. O ponto é que nunca no basquete brasileiro conseguimos ver um trabalho com começo, meio e fim. Sempre há um porém, um senão, um motivo para pará-lo e começá-lo do zero - e quase nunca os motivos são de ordem profissional.

Para quem vive no mundo empresarial, não há nada mais irritante do que ver um bom trabalho ser interrompido. E é assim que vejo a situação de Walter Roese. O Mundial Sub-19 nem era o fim de uma etapa, mas sim mais uma etapa para os jovens brasileiros que ainda estão sendo formados. A CBB decidiu trocar, começar de novo do zero. Como diz o poeta, cada um faz as suas escolhas.

31 comentários:

Anônimo disse...

E o circo do basquete brasileiro aponta mais uma!
Que alegria...

Anônimo disse...

O roese nao aceitou a proposta da CBB para ser tecnico exclusivo de uma seleçao permanente(muito boa iniciativa por sinal).
Infelizmente ele nao fica mas se ele nao quis o problema e dele tambem.

fábio balassiano disse...

anônimo, seleção permanente é uma boa ideia?
vou escrever sobre isso.
o lucas bebê vai deixar a espanha e treinar no brasil o ano todo, é isso? o aguirre será liberado pelo palmeiras?

vou escrever sobre isso.

fábio

Anônimo disse...

olha o que este pessoal da cbb faz é piada.Por que o nuzman não fala agora ou o traíra-mor André Alves ou o presidente Nunes?Um absurdo total.Eles falam tanto na base,e usam para desculpa pra tudo,mas fazem isso.Mandar o Roese embora é mais um dos inúmeros absurdos deste povo. Mandam embora gente competente mas lá continua um diretor executivo alcólatra,um diretor técnico trairaço cheio de gente do seu nível por perto e um preparador físico no comando de uma escola preparatória do basquete.É muira cara de pau gente.
Demóstenes Torres DF

Paulinho disse...

Bala,


A vinda inesperada do Magnano ao Brasil para "discutir a temporada de 2011 e observar novos talentos" tem grande probabilidade de ter uma ligação com a saída do Roese, não?

A primeira iniciativa é excelente, pois o Departamento Masculino mostra profissionalismo ao sentar para planejar as ações para o ano seguinte com alguma antecedência (o que é raro na entidade), mas peca ao não conseguir integrar o trabalho do argentino com o dos treinadores brasileiros, mesmo no caso do Roese, que realizou um trabalho impecável na Copa América sub-18, deixando todos nós muito orgulhosos em relação ao padrão de jogo implantado naquele grupo, por isso a decepção em relação a sua dispensa é muito grande.

Resta confirmar se a saída do Roese foi uma exigência do Magnano, o que tornaria uma situação muito difícil para o Vanderlei contornar.

Márcio-33 disse...

Um ponto de vista.
Bala, quanto a seleção permanente acho uma boa iniciativa, os jogadores que estão fora já estão fazendo um trabalho com bons treinadores e aprimorando sua técnica, agora, para os garotos que estão aqui vai ser muito positivo já que muitos tem poucas chances de jogar em seus clubes, outra coisa, o Magnano não esta assistindo a primeira e segunda divisão do brasileiro a toa, com certeza está buscando jogadores para desenvolver nesse novo projeto. Com estes garotos treinando juntos seguindo uma linha de trabalho técnico e tático acredito que a diferença entre eles e os estrangeiros deve diminuir e vai ficar muito mais fácil integrar os estrangeiros no esquema.



Abraxxx

fábio balassiano disse...

marcio33, pensa numa coisinha só:

1- você acha, por exemplo, que o minas libera o raulzinho? os meninos de 18 anos já atuam com o adulto quase sempre.
2- será que vale fazer seleção permanente com 20, 25 meninos? o universo brasileiro é maior que isso. é a velha discussão de dar o peixe ou ensinar a pescar. a cbb prefere dar o peixe...

respeito seu ponto de vista, mas na prática a teoria é outra.

Abs, fábio

Anônimo disse...

Obvio que os destaques nao estarao presentes o ano todo, apenas se juntarao ao grupo esporadicamente mas a seleçao podera estar trabalhandocom alguns garotos que nao jogam muito em seus clubes e alguns que precisam trabalhar mais de perto. Engraçado quando a gente le que a CBB mandou o cara embora, quando na verdade ele simplesmente nao aceitou u8ma proposta que fizeram para ele o que e bem diferente. Acho uma pena o Roese nao participar mas nao acho o fim do mundo nao.
Bala,
voce fala de coisas que na teoria sao uma coisa e na pratica outras. Muito das coisas que voce fala aqui ficam lindo na teoria mas conseguir colocar em pratica e uma coisa bem diferente.

Paulinho disse...

Se houver REALMENTE uma seleção permanente para desenvolver jovens talentos e esse projeto for comandado pelo Magnano, alguém tem dúvida que dará certo?

Se for esse o motivo da dispensa do Roese, menos mal, porque por mais que ele tenha feito um trabalho incrível, fica complicado mesmo ele acompanhar o desenvolvimento do grupo que vai
disputar o Mundial Juvenil, trabalhando nos Estados Unidos.


De qualquer forma parabéns para ele, tenho certeza que pelo belo trabalho desempenhado, no futuro ele poderá ser lembrado novamente.

Anônimo disse...

Seleção permanente é utopia.
Caros amigos, voces deixariam seu trabalho numa universidade americana para "embarcar" num "projeto" da CBB?
Nunhum pai minimamente esclarecido vai deixar seu filho faltar a escola pra treinar basket. Ou ainda um clube, que investe na base, não deixará seus principais jogadorere irem treinar e deixar de jogar os campeonatos.
Teria que desmarcar as rodadas dos campeonatos e ainda não interferir nas atividades escolares.
É bem dificil funcionar.
Imagina se o Toni Chekimat vai "entender", e adiar rodadas das poucas competições de base que funcionam neste pais.
Vou aguardar a programação, e se terá alguma possibilidade de funcionar, ou alguma logica, se não, será mais uma bola fora da CBB.
Aparentemente é mais uma inveção da roda parida de uma "cabeça privilegiada"
Abç
Eduardo

fábio balassiano disse...

enfim, discordo do que anônimo e do paulinho.
enfim, vida que segue

abs, fábio.

cleiton disse...

meu q feio oq o brasil fez agora viu ridiculo o cara e bom nao tem q ficar aqui o ano todo !!! nenhum lugar do mundo faz isto o brasil q quer inventar o cara foi um dos melhores nos ultimos anos !!! alguem viu o coach k sair d Duke para trabalhar so com o time USA pelo q eu sabia nao

Paulinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulinho disse...

Sou contra a demissão do Roese, conforme meu primeiro comentário, em seguida comentei que seria "menos mal" se fosse para privilegiar um projeto conduzido pelo Magnano para formar jovens talentos, teve algo que pensei e não comentei: visando a preparação da seleção juvenil para o Mundial e agregando mais alguns atletas jovens que podem compor a seleção adulta no futuro.

Nem sabemos realmente, se isso vai acontecer ou não, então vamos esperar até que as coisas sejam esclarecidas (ou não).

Complicado comentar em cima de hipóteses, mas como as decisões da CBB nunca são esclarecidas, então as pessoas tentam entender o que não é explicado.

Enfim, como disse o Bala, a vida segue!

Guilherme disse...

Seleção permanente talvez sirva para o Uruguay, para Cuba, para algum país pequeno europeu. É um modelo que centraliza a formação de atletas em um único polo e que concede treinamento para poucos.
Na minha opinião, o trabalho de formação deve seguir um modelo que vai exatamente contra esta ideia e passa por uma Escola de Treinadores forte (não me parece que a recém criada seja assim), que qualifique os treinadores dos vários cantos do país para que estes atuem na formação. Aí teremos um universo grande de atletas que dominam os fundamentos do jogo e desse universo se escolhe a elite para formar a Seleção. Os times devem abastecer a Seleção, e não o contrário.

Anônimo disse...

O projeto é para reunir o maior número possível de atletas da seleção sub-19 e mais alguns, visando, principalmente a preparação para o Mundial Juvenil.

É um projeto de curto prazo, com início, meio e fim, para evitar que os atletas fiquem em seus clubes atuando em média 2 minutos por partida, quando muito e cheguem na seleção sem ritmo de jogo.

Anônimo disse...

Acho contraditório falar-se em utopia e ao mesmo tempo criticar atitudes práticas e objetivos para visulumbrar o que seria "ideal". Algo precisa ser feito agora, até que o ideal seja concreto, não podemos viver de teoria. Nós temos em mãos uma das melhores gerações que já surgiram no basquete masculino, temos poucos meses até o Mundial. Qual seria a preparaçao dessa seleção juvenil com o treinador Roese cumprindo seus compromissos na Universidade americana, da qual é funcionário?

Não dá, não é viável. Ele fez a opção dele, se não foi possível mantê-lo no projeto, paciência.

Bola pra frente, devemos pensar no que é melhor para o grupo.

Vamos aguardar que teremos boas novidades.

Anônimo disse...

alguem sabe dizer como realmente iria funcionar a selecao permanente?
eu conocordo com varios de voces quando dizem que seria dificil conciliar a tabela do nbb e os estudos.
mas vamos com calma, e se a selecao permanente fosse mais branda?
por exemplo:
40 jogadores convocados (inclusive os que atuam fora do pais)

com base nestes jogadores, seria feito o calendario dos treinos, visando sempre a presenca de pleo menos 20 atletas.
nao estou falando em montar um time de 15 atletas, fazer todo mundo se mudar em definitivo pra um centro esportivo.
pra mim a ideia de selecao permanente e a atencao dispensada a esse grupo de 40 ou tantos jogadores que estao se destacando na categoria.
a comissao tecnica sim teria o trabalho sem intervalo, alem dos treinos pre estabelecidos , visitas aos clubes, assistir ao jogos e etc.
diz ai, eu estou muito fora da realidade ou sou o unico que pensa assim?
abracos aos amigos

Anônimo disse...

temos varios outros tecnicos trabalhando la fora que com certeza gostariam desta oportunidade.
li no rebote uma vez sobre tecnicos brasileiros espalhados pelo mundo, arabia, japao, usa, etc...

Anônimo disse...

Caros amigos, não se trata de demissão. Sou amigo do Roese e ele, infelizmente, não teria como conciliar o trabalho dele nos EUA com a Seleção brasileira. Ele que não aceitou, pois não conseguiria dispensa para trabalhar na maioria das ocasiões.

Anônimo disse...

Anônimo das 13:56,


O mais interessante de um trabalho como esse é atenção dispensada aos jovens que estão conseguindo se destacar na categorias de base para ajudá-los a passar pelo funil e chegar a profissionalização.
É fundamental que a CBB faça esse tipo de acompanhamento para dar sequencia ao trabalho realizado durante tantos anos nas seleções de base, de preferência integrando com o trabalho realizado na seleção adulta.


Infelizmente algumas pessoas são contra tudo...

Anônimo disse...

Não tem como dispensar também o Tarallo da seleção feminina? rsrs

Anônimo disse...

Estão imitando o vÔLEI. Deve ser idéia do brunoro. Caros, o basquete é diferente. Imaginem o seguinte cenário: os clubes são os ÚNICOS que investem pesado para ter equipes competitivas, e de repente são obrigados a cederem seus melhores atletas o ano todo à seleção. Ótimo, resolve-se um problema e cria-se INÚMEROS outros. Alguém aí está pensando nos clubes formadores? foram consultados antes de tal decisão ser tomada?
Para quem não sabe, os campeonatos de base são bem disputados em vários estados. Por quê não investem na capacitação dos técnicos? Confesso que não vi até agora NENHUMA ação nesse sentido.
E a queda na qualidade técnica dos campeonatos onde esses atletas atuam, não é outro problema grave que isso irá gerar?
Outra pergunta: vão incluir escola na programação de treinamentos, ou estaremos formando mais alienados?
Sou contra o conceito de treinamento integral, só funcionou em países isolados.
E mais, que treinador com carreira estabelecida irá trocar seu cargo "estável", por um cargo certamente "instável" na cbb?
Na minha opinião parece uma decisão de desespero.
Rafael

Anônimo disse...

Rafael,


Seleção permanente não é a mesma coisa que seleção treinando em período integral. É um projeto pontual, com um objetivo definido, que visa o acompanhamento dos atletas.
Isso é necessário nesse momento porque para reestruturar a modalidade em todo o país vai levar alguns anos e não podemos aguardar até que isso aconteça e deixar passar essa geração excelente que temos em mãos agora.

Anônimo disse...

no entendi una cosa, por que no preguntan directamente a Walter,... que paso pibe?

Sera que su trabajo de "olhiero" o atrapalho??

Sera que penso que iba a virar saco de pancadas como Janet com a diferença que ele ficou um ano enteiro y nadie falo nada??


Amigo de Magnano

Anônimo disse...

Se reunirmos esse grupo três meses antes do Mundial, os corneteiros vão reclamar.

Se formamos uma seleção permanente visando uma melhor preparaçao para o Mundial, os corneteiros também reclamam.


Não tem como agradar os corneteiros, eles são do contra.

Anônimo disse...

Caro anônimo das 16h27:
Uma pergunta, vc acha que nosso problema é falta de treino, e desse modo o treinamento em período integral resolverá os problemas das nossas seleções? Se estiver pensando assim, poderá até obter algum resultado a curto prazo, mas a médio e longo prazo, continuaremos com jogadores que apresentam deficiências enormes em vários fundamentos do jogo, principalmente leitura de jogo.
Vc sabia que ao se reunir vários atletas promissores por um longo período de tempo, o desenvolvimento deles tende a ser desigual. E outra coisa, irão disputar algum campeonato? Se vc já foi jogador, sabe que só treinar não basta, tem que se jogar muito.
Por fim, gostaria que respondesse as outras questões que coloquei acima.
E, por favor, não veja esses comentários como críticas ao vento, mas sim como um modo de auxiliar o trabalho do basquete.
Rafael

Anônimo disse...

Tá emocionante esta discussão, quero só saber de uma coisa BALA, esse programa é da CBB, ou é tarvés de um convênio de algum ministério?
Convênios não têm garantia de nada, podem desaparecer do papél da noite para o dia pois é político.
Entra um governante, secretário, ministro, e muda tudo, já que conseguiram o $$$$$$ para o convênio, eles são obrigados a gastar e para gastar têm que justificar, como justificar, hospedagem, colégio, alimentação, viagens, transporte, salário de comissão técnica, daí esse papinho de seleção permanente.
BALA, procura saber se tem fundamento essas considerações.
Obrigado pelo espaço

Anônimo disse...

Rafael,


Como disse, seleção permanente não é sinônimo de treinamento em período integral, a idéia defendida não é essa.
O objetivo é justamente um trabalho de curto e médio prazo, pois estamos pensando em trabalhar essa promissora geração sub-19 tendo em vista o Mundial da categoria em 2011 a transição desses atletas para a seleção principal.
O objetivo em reunir esses atletas é justamente buscar um maior número de jogos e intercâmbio internacional para evitar que eles fiquem relegados a alguns minutos por partida em seus respectivos clubes, como acontece com a maioria deles.
Claro que essa não é a solução definitiva, mas não podemos esperar anos e anos até que a modalidade seja reestruturada no país e deixar que essa geração talentosa seja disperdiçada, enquanto aguardamos que tudo esteja funcionando como deveria.

Anônimo disse...

Ok, o bastão esta nas mãos de vcs, e alguma coisa precisa ser feita. Não vale falar em urgência, pois já são mais de 1 ano e meio de gestão.
Alinhamento de trabalho dos técnicos é algo importante, e infelizmente não vemos nada nesse sentido. O Magnano faz o trabalho dele. O Roese, idem. E assim segue com todos os outros. Falta unidade no trabalho, e nada ainda foi feito nesse sentido. A crítica que vejo com a saída do Roese, é realmente a falta de planejamento. Mudasse toda hora. E a cada mudança, uma nova filosofia, um novo modo de trabalho. O problema da saída dele, é que a dele vinha dando certo...
Novamente, consultaram os clubes sobre a saída dos jogadores? É fácil tomar decisões isoladas e largar o problema para os outros. Que tal um pouco de diálogo? Seria uma ótima iniciativa, bem diferente da gestão anterior, que se fechava em um grupinho míope de 2 ou 3, e então baixava as leis para os súditos seguirem. Uma dica, isso não funcionou!
Que tal colocar um pouquinho do $$$ e do seu tempo para ajudar a melhorar a qualidade técnica dos campeonatos estaduais? Os resultados seriam enormes e garanto que as federações iriam agradecer.
Por fim, a sensação que tenho da cbb é de ineficiência, onde gastasse muito tempo e dinheiro para produzir pouco, enquanto o buracão está mais embaixo.
Rafael

Anônimo disse...

Rafael,


Ao que parece a mudança no comando tem justamente esse objetivo: alinhar o trabalho dos técnicos das seleções em todas as categorias, até porque o estilo de jogo do Magnano é completamente diferente do implantada pelo Roese na seleção juvenil.

Concordo com você que deve existir um diálogo com os clubes, aliás isso é inevitável, pois nenhum clube vai liberar um atleta sob contrato para ficar a disposição da CBB por um período muito longo, por isso a CBB deverá arcar financeiramente para realizar esse projeto.

Sobre as outras mudanças sugeridas, são todas estruturais, o que requer mais tempo para acontecer.

Ricardo