domingo, 21 de setembro de 2008

Mérito e decepção

Catanduva já fazia por merecer um título de expressão. Investindo com correção e sem maiores luxos no basquete feminino desde 2006, o time que pratica o basquete menos ortodoxo do país (sua média de pontos tentados foi a maior dos últimos dois Nacionais) virou a série contra Ourinhos, fez 3 a 2 e garantiu o troféu do Paulista com inteira justiça. Edson Ferreto, o técnico mais “figura” do cenário brasileiro, conduziu com maestria as ótimas Natália (lamentável que tenha ficado fora das Olimpíadas), Karla e Silvinha (outra que merece nova chance na seleção), além da boa coadjuvante Fabão, da esforçada Lelê e a por vezes tresloucada Palmira.

Por outro lado, fico decepcionado com Paulo Bassul, o técnico do vice-campeão Paulista. Não dá para falar em inferno astral pós-Pequim, simplesmente porque o treinador começou essa má fase do outro lado do mundo. Errou na convocação, na escalação, nas substituições da seleção, e trouxe seus equívocos para o clube com o melhor elenco do país. Manteve Karen no banco durante a maior parte da série. Insistiu em Micaela e Chuca. Não escalou Izabela, titular nos quatro primeiros confrontos, por um minuto sequer na partida decisiva. Durante um tempo ao final do terceiro duelo, pediu uma jogada e, quando as meninas já se levantavam, modificou-a completamente. Isso para ficar em quatro exemplos.

Insisto que Bassul é o melhor técnico do Brasil, mas precisa de um tempo para refletir. Treinando Ourinhos, que agora contará com Mamá e Êga, os planos necessários para a renovação da seleção poderão ficar de lado. Para ficar em apenas uma das razões, o treinador pode ficar refém das atletas que lhe dão guarida no clube. Seria pedir demais para a CBB manter o comandante com exclusividade em suas trincheiras?

11 comentários:

Unknown disse...

Por isso sou a favor do técnico exclusivo para seleção, tem mais tempo para ver os jogos, estudar basquete e fazer intercâmbios.

Bert disse...

Ei, Bala!

Beleza de retorno!

Abraço.

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

A Natália pode ter ido bem, mas continuo com a certeza de que ela é uma péssima arremessadora de longa distância, principalmente dos 3 pontos... E o número de bandejas que ela errou durante a série final?

Dizer que uma jogadora é digna de seleção só pelo desempenho em campeonato nacional é o fim da picada! Se fosse assim, a Karla seria a Hortência de Pequim...

A Silvinha sim que seria uma peça importante na seleção.

Anônimo disse...

Marcelo


Fábio, voce pode se colocar como um dos culpados por esta m.... chamada Bassul,com sua parcilidade irritante,e sem estar com justificativas concretas para considera-lo o melhor técnico.Voce mesmo já estava o colocando como provavel técnico do masculino!!!!!Talvez ele seja o melhor,sim na pose,na arrogancia e até no equivocado conhecimento de basquete que alguns lhe atribuiem,o dia a dia vai mostrando. como vcs são parciais e mau informados.

fábio balassiano disse...

Marcelo, vai me desculpar. Há menos de dois meses escrevi um texto chamado "Por Bassul na seleção feminina", e o título fala por si só. Outra: não há parcialidade. Apesar de achar o Bassul competente, ele vem errando seguidamente, e sendo criticado seguidamente. É importante saber entender isso. quando se acerta, elogia-se. quando se erra, critica-se. Nada mais normal.

um abraço, fábio

Anônimo disse...

Marcelo

Obrigado,pela resposta,mas sem querer ser incoveniente,vc mesmo diz"errando seguidamente",e ainda voce o considera competente?

fábio balassiano disse...

Marcelo, ele errou durante quatro meses. acertou durante quase 8 anos. seu saldo é positivo, não?
o larry brown só fez bobagem no knicks. foram 82 jogos, uma temporada. seguidos. ele é incompetente por isso?
abs, fábio

Unknown disse...

Boa, Fabinho!
A mesma verve de sempre repleta de inteligência, informação e elegância!
Um abração,
Henry

Anônimo disse...

Marcelo

Fabio,para não nos alongarmos mais nesta "polemica de alto nível",e para encerrarmos,até o henry galsky(que nome dificil e chique)já entrou no meio,quero que voce pense bem e avalie e analise,voce sabe o que aconteceu nestes 8 anos no basquete feminino,com o Bassul,(ninguem por mais cego que seja vai critica-lo intensamente)para voce estabelecer esta relação,acho que vale a pena deste que tenhamos uma situação de investimento-retorno-favoritismo-titulo,e vice-versa,ou contrariando o time que não é o melhor leva,nesta relação pondere quais ele ganhou sem ser o melhor ou o contrario,ou na normalidade ganha o que tem de ganhar. Não sei se consegui me expressar bem,para resumir por ex. todos estes anos Ourinhos era o melhor ganhou-normal,este ano perdeu anormal(não estou dizendo que a culpa é SÓ DO TÉCNICO)o que devemos ter cuidado é para não fabricarmos herói e nem penalizar vilões sem ambos o serem.
abraços,e parabéns por voce e o Rodrigo divulgarem este nosso bf.

fábio balassiano disse...

Marcelo, meu caro, o henry é meu amigo de nome pomposo e ele só elogiou o blog. aposto que ele nem leu os comentários.

sobre a celeuma do bassul, só queria te lembra que, em 2003, Americana, do Bassul, derrotou Ourinhos no quinto jogo, fora de casa (83 a 74 se não me engano) e os elencos eram bem diferenciados.
Ourinhos tinha Janeth, Silvinha, Érika, Gattei e Lígia. Americana? Karen, Ega, Micaela e Silvia Gustavo, quase todas começando.
acho que tem uma diferença aí, não?

insisto que não podemos crucificar o cara, mas respeito absolutamente a sua opinião de contestá-lo. todo profissional merece uma análise individual, e a sua é lícita, completamente válida.

um abraço, fábio.