terça-feira, 23 de setembro de 2008

As razões de David Stern

Agora fica fácil entender porque David Stern, o comissário-geral da NBA, não fez força para manter os Sonics em Seattle. De acordo com as declarações de rendimentos de 2006, dois dos principais acionistas da franquia contribuíram para a Fundação Bauer Americans United, organização assumidamente contra o casamento gay nos Estados Unidos e autora de inúmeras ações racistas pelo país. Tom Ward, que liberou US$ 475 mil, e Aubrey McClendon (US$625 mil) não são marinheiros de primeira viagem. Fazem doações desde 08 de setembro de 2004, um dia após a fundação da entidade.

Para ficar apenas em dois exemplos, foi em Seattle que a liga conheceu o primeiro técnico negro a ganhar um título (Lenny Wilkens, na foto, em 1978-1979). E o maior ídolo do time feminino da cidade é a pouco ortodoxa australiana Lauren Jackson, que já foi pega dirigindo bêbabda inúmeras vezes.

Se não pega bem para qualquer modalidade esportiva este tipo de atitude, para o basquete o trauma é ainda maior. Foi a NBA que, nos anos 70 e 80, introduziu à Grande América Branca tribos então ignoradas no horário nobre (grunges caipiras, de jeans surrados e camisas xadrez, e hippies, de camisetas coloridas e sandálias). Foi a liga, também, a primeira a transpor institucionalmente a barreira racial.

Pode-se dizer que, graças a ela, o próprio esporte se transformou, abandonando as origens agrárias e abraçando os códigos dos playgrounds urbanos. Dá para entender, agora, porque Stern escolheu Oklahoma, cidade conhecida pela mistura étnica. Longe dos holofotes da segregação racial, ele sabe, e nós também, o basquete é mais basquete.

3 comentários:

Mathias disse...

Fábio, se te contar o que acontece na Bahia (onde 80% da população é afro-descendente) vc fica de queixo caido!

Estamos juntos!

Abraço!

Anônimo disse...

nos Estados Unidos essa segregação racial é tenebrosa mesmo...
eu confesso que o episódio do hino envolvendo o "pouco polêmico" ala do Mavs serviu para abrir melhor os meus olhos para essa segregação toda...
confesso que não sabia da existência desse "hino negro" e tão pouco que alguns americanos se rejeitavam a cantar o tradicional.

Anônimo disse...

N sei qual foi o primeiro em começar com o lance do hino maslembro do abdul rahif dando as costas num all star game