Tartaruga

Está muito claro que temos uma instituição razoavelmente organizada no país. A Liga Nacional de Basquete não é a última bolacha do pacote, mas, em termos de gestão e planejamento, faz um trabalho acima da média que o basquete se acostumou a ver nos últimos anos. Tanto é assim que a LNB conseguiu, em menos de três anos de existência, recolocar jogos na maior rede de TV do país e gerar uma discussão saudável sobre o formato da competição (antes as preocupações eram outras - agora o passo pode ser maior).

Se a LNB representa o avanço, do outro lado da moeda temos a CBB e a LBF (dizer que o campeonato evoluiu devido às viagens de avião beira a piada), instituições que são gerenciadas pelo mesmo grupo (a Brunoro Sports Business, de José Carlos Brunoro) e que em quase dois anos de gestão de Carlos Nunes trouxeram muito pouco em termos estruturais para a modalidade. Estreitar as relações com os clubes? Esqueça. Fomento às categorias de base? Nada. Criação de novos pólos de basquete? Nops. Diferentes formas de se comunicar com públicos cada vez mais heterogêneos? Necas. Venda de produtos (criação de novas receitas portanto)? A promessa de campanha de Nunes continua como promessa. Capacitação de professores? Muito pouco.

O lado bom disso tudo é que ao menos alguém está fazendo basquete sério no país. O ruim é que para vermos a modalidade forte e competitiva no país todas as instituições do primeiro escalão (CBB, LNB e LBF) precisam caminhar juntas em termos de competência de gestão e modernidade nas ideias. O passo é lento, e para quem perdeu quase 20 anos buscando uma identidade, os passos de tartaruga da Confederação e Liga de Basquete Feminino ajudam muito pouco.