Um bom modelo

Começa amanhã a Copa do Rei da Espanha, evento importantíssimo do basquete local (para se ter uma ideia da magnitude do torneio de mais de 75 anos, ele será exibido pela televisão para mais de 80 países e pela primeira vez em HD - no site da ACB todas as partidas estarão disponíveis ao vivo). Em formato de mata-mata, os times passaram por uma qualificação (gigantes como o Málaga estarão de fora) antes de, aí sim, entrar na chave principal, que tem oito equipes.

O favoritismo destacado é do Barcelona, mas o que mais nós, brasileiros, deveríamos olhar é o modelo da competição. Para se ter uma ideia, haverá uma Minicopa entre os times infantis de todo o país (a competição, que existe há oito anos, será de sexta a domingo). Na sexta-feira haverá um evento chamado de "Zona Lúdica", onde patrocinadores, clubes e federações poderão expor produtos (leia-se vender) e mostrar que o basquete pode, também, ser uma grande diversão (a criançada fica alucinada neste dia). Mas não é só isso. Durante a Copa haverá três clínicas: uma para treinadores; outra para profissionais de marketing dos times; e outra para os departamentos jurídicos das agremiações.

Está aí um modelo que pode ser copiado pelo basquete brasileiro. Entre o primeiro e o segundo turno do NBB poderia haver uma competição como esta, em que estariam, também, times de menor investimento de todo o país (quem sabe da Copa Brasil). Neste ano, em Madrid, teremos, por exemplo, o Blancos de Rueda, de Valladolid, grande surpresa da ACB (13-7 e terceira colocação) e cuja participação na competição motivou não só o time, mas principalmente a cidade, que organizou ônibus e carros para ver o time na capital espanhola. Que sirva de exemplo, pois é um evento curto (quatro, cinco dias), que gera uma mobilização grande e com retornos financeiros imensos.