No sábado, Americana bateu Jundiaí por 85-51 pelo Paulista. Mamá, com 24 pontos, e Helen (foto), com 16, foram as cestinhas. Por outro lado, as quatro jovens (Leila, Tássia, Débora e Fabiana) atuaram por 30 minutos somados. Muito pouco para quem tem um dos melhores trabalhos de base do país, não?
O fato fala muito sobre a filosofia da diretoria de Americana: inflar o elenco com veteranas e não dar muitas chances às boas revelações das divisões de base. A recente aquisição de Helen, de 37 anos, fala por si só - se quisesse, o clube poderia investir em Débora, mas preferiu, como sempre, o caminho mais fácil. Não é uma questão de certo ou errado, mas sim de uma maneira de pensar e entender basquete.
É a mesma maneira de pensar que demitiu a técnica Branca (foto) após boas campanhas no Nacional e no Paulista. É a mesma maneira de pensar que fez com que a boa Ana Flávia "Passarinho" desistisse do basquete. É a mesma maneira de pensar que fará com que as quatro garotas acima citadas tenham problema para se firmar no cenário nacional e internacional.
A situação de Americana lembra a do Fluminense no futebol. Com um dos melhores trabalhos de base do país mas com dirigentes pouco preparados no comando, o tricolor perde seus jovens (Marcelo, do Real Madrid, Rafael, do Manchester United, entre outros) na mesma proporção em que incha seu elenco com veteranos que não se identificam com o clube e nem possuem comprometimento para as grandes conquistas. De novo: não é questão de certo ou errado, mas sim de vermos um direcionamento, um planejamento, uma maneira de pensar a gestão. Uma filosofia portanto.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
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15 comentários:
Ótimo título o do post!
Belíssimo comentário, Bala. Depois não se descobre porque as equipes desaparecem com o tempo!
valeu, pacheco.
é uma música do caetano veloso. conhece?
http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/423774/
grande ídolo!
abs, fábio
valeu, toledo/mg. pois é. verdade mesmo.
abs, fábio
Bala, sinceramente, quantos jogos delas vc viu ao vivo???
anônimo, de americana vi alguns jogos desde que a equipe voltou.
mas mesmo que não tivesse visto, acho que não impacta muito no estilo de texto que fiz.
é uma análise de estilo, não de tática.
abs, fábio
Eu não falei de quantos jogos vc viu de Americana, eu falei delas....
Abs
a renovação é por qualidade ou por idade?
flavião, você pode ter razão mesmo. comento isso com amigos, e por vezes sou muito ansioso mesmo.
mas nem sempre o seu "naturalmente" acontece no basquete brasileiro.
só isso
abs, fábio
anônimo, já vi muitos jogos das meninas de americana, sim
abs, fábio
Esse naturalmente praticamente aqui no Brasil é relativo. Até hoje não me conformo com o descaso do Barbosa com as nossas armadoras vice-campeas sub-21. Não acredito que foram tombadas para dar lugar a Vívian e Karen. E hoje, como estão as nossas armadoras?
Bala, concordo plenamente com vc e vou mais longe. Ninguem sabe como lapidar as jogadoras mais jovens nesta transição. A base faz o que pode dentro tbem de limitações, mas tem seus méritos e qdo a jogadora precisa visualizar a mudança de jogo da base pro adulto, ninguem, afirmo, ninguem que esta ativo no basquete sabe como fazer isso e quem sabe não pode trabalhar por politicagem. Podem xingar o quanto quiserem, é a verdade, falar que fulano é campeão, ciclano é melhor técnico, mas nenhuma jogadora que ta subindo da base esta se firmando no adulto, ou to errado?
O fato de uma das (poucas) equipes de ponta do nosso basquete feminino trabalhar dessa maneira mostra como nossa filosofia está muito errada!
Existe um problema de externalidade nessa questão... Uma equipe pode investir em uma jogadora, dar bastante tempo de quadra para que adquira experiência, mesmo que comprometa a temporada dessa equipe. No entanto, assim que essa jogadora se tornar mais completa, adeus! Ela vai procurar um salário mais alto, ou vai jogar em outro país.
Precisa ser igual NBA. O jogador draftado, que entra na categoria adulta, é obrigado a ficar 3 anos no mesmo time. Isso incentiva a equipe a dar experiência para tal jogador, pode comprometer a temporada em um ano, mas nos próximos dois será a própria equipe que colherá os resultados do sacrifício que fez no primeiro.
Eu via enorme potencial na Aninha, ela lembrava muito a armadora principal da seleção mexicana que participou do basquete universitário dos EUA. Ou seja, o trabalho de base foi ótimo. Mesmo outras que começaram mais tarde, como a Ísis, não compensa dar tanto tempo de quadra e arriscar campeonatos, se logo em seguida ela pode sair da equipe. Essa é uma questão contratual. Puxa, a atitude de Americana é muito prejudicial para o país trazendo as veteranas, outras equipes fazem o mesmo, é necessário colocar impedimentos nisso, limites de jogadoras de seleção, permanência de novatas no clube, etc. Vejo responsabilidade da CBB aí.
Não é exclusividade de Americana o desprezo pelas atletas com passagens de destaque nas seleções de base. É algo sistemático, que ocorre a três gerações. Temos inúmeros casos de atletas que não conseguiram se firmar durante a transição para a categoria adulta. É lamentável, mas niguém pode exigir isso dos clubes.
Aliás, alguém sabe por onde anda o Brunoro, Diretor de Marketing da CBB?
O que é mais difíAs opções da diretoria de Americana para as contratações são incompreensíveis.
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