segunda-feira, 11 de abril de 2011

A lição de Tom

Todo mundo sabe que Derrick Rose (39 pontos na vitória de ontem sobre Orlando Magic) será escolhido o MVP da temporada. Mas o artífice por trás da campanha do Chicago (segunda melhor da liga com 60-20) não deve ser esquecido - principalmente pela história que carrega consigo. Aos 53 anos, Tom Thibodeau é, sim, o maior responsável por transformar os Bulls de um time bom para um time excepcional. E vale lembrar: ele é estreante na função (e o terceiro com maior número de vitórias como "calouro" das pranchetas).

A história de Tom (53 anos) começa em 1981, quando ele se formou na Salem State University (em Massachusetts). Ficou três anos como assistente-técnico, em 1984 assumiu como treinador principal, mas não se sentia preparado. Voltou ao cargo de auxiliar em Harvard, até que foi chamado por Bill Musselman para ser seu assistente não então novata franquia de Minnesota em 1989. Ficou por lá quatro anos, um outro em Seattle, até que encontrou John Lucas em San Antonio. Foi com ele, Lucas, que aprendeu os segredos da defesa. Entre 1994 e 1996, Tom esteve com os Sixers, e lá chamou a atenção de Jeff Van Gundy.

Com os Knicks entre 1996 e 2003 sua carreira começou a decolar. Ele montou o esquema de um time que chegou à decisão na temporada 1998-1999 (em 2000-2001 foram 33 jogos consecutivos sem que seu time levasse 100 pontos ou mais) e seguiu Van Gundy em Houston, novamente montando a melhor defesa da liga. Contratado pelo Boston Celtics em 2008, Tom teve a mesma missão: ajudar aquele punhado de veteranos a defender e a vencer. E conseguiu. Em seu primeiro ano foi campeão com a retaguarda menos vazada do certame (90,3 pontos por jogo) e no último levou a final até o último minuto do sétimo jogo. Ali, ele disse, havia chegado a hora de comandar uma equipe como técnico principal. Ou seja: Tom Thibodeau passou 27 anos como assistente até que, enfim, assumisse o cargo de treinador. Uma vida, não?

É óbvio que Tom Thibodeau tem mérito por ter enchido a paciência para Rose evoluir nos arremessos, por ter dito a Luol Deng que ele não era mais um menino inexperiente na NBA (um recado claro para ele ser o que é hoje - mais consistente e melhor defensor) e por ter feito o Chicago defender como não se defende na liga há mais de uma década (é a segunda defesa menos vazada com 91,2), mas a lição por trás de todo o sucesso é a preparação que Tom teve para assumir um cargo tão importante assim. Para quem, como o basquete brasileiro, está tão acostumado a ver jogadores saindo das quadras diretamente para pilotar as pranchetas (sem a menor preparação), é uma bela lição. O troféu de técnico do ano será o mais justo de todos quando David Stern viajar para Illinois no começo da pós-temporada.

6 comentários:

Anônimo disse...

grande texto sobre um grande técnico!

gostei mto de ler. e fica a atenção pros técnicos brasileiros se prepararem.

tom merece!


ricardo-ms

Jonathan Soares disse...

Seria fantastico Tom leva esse time ao titulo!

Jonathan Soares disse...

Seria fantastico Tom leva esse time ao titulo!

Anônimo disse...

e o ganhador da camiseta bala?

Fábio Carvalho disse...

Ainda como assistente dos Celtics, dava gosto de ver ele de pé na beira da quadra orientando o time na defesa, como ainda o faz hoje. Sem dúvida, já merece o troféu de COY e um lugar na lista dos melhores técnicos da liga.

Anônimo disse...

Nada a acrescentar, belo texto.

Valeu bala.

Abs

Alexandre Reis