terça-feira, 31 de maio de 2011

A primeira promoção das finais da NBA

Quer ganhar uma bola oficial de basquete da Nike? Então beleza. Lustre sua bola de cristal e diga aí: quem será o cestinha do Jogo 1, e quantos pontos ele marcará? Só serão válidos os palpites enviados para o fabio.balassiano@gmail.com com endereço e nome completos, ok? Boa sorte pra vocês. Mas corra. Se houver empate o cidadão que tiver enviado antes leva. Fechado? Boa sorte a todos!

Olho na defesa do Dallas

No dia 20 de dezembro o Dallas Mavericks venceu em Miami e deixou os Heat tão atordoados que Chris Bosh saiu da partida dizendo: "Para ser sincero, nem sei se eles estavam marcando por zona ou de forma individual". Era a defesa por zona, Bosh, a melhor "zona" da NBA.

Já expliquei isso aqui uma vez (e o engraçado é que naquele texto eu coloquei que: "Os Mavericks não são o melhor time da liga, mas provavelmente são aqueles que praticam a melhor combinação de defesa por zona e individual da NBA. Isso renderá dividendos a eles"), e acho que o Dallas vai começar a final tentando o mesmo antídoto: fechar o garrafão para as infiltrações de Wade e LeBron e "mandar" o Miami chutar.

Deu certo na temporada regular contra a turma da Flórida, deu certo contra os Lakers nos playoffs e deu certo contra o Oklahoma na final do Oeste, mas agora há um fator diferente que Erik Spoelstra conta: James Jones (45,9%) tem arremessado bem pacas de três pontos na pós-temporada. Isso, claro, sem falar no jogo mais efetivo de Chris Bosh perto da cesta.

É claro que de lá pra cá muita coisa mudou (o ataque do Miami continua concentrado, mas as "outras" armas até que aparecem de vez em quando), mas para vencer a decisão o Miami terá que mostrar ao Dallas que sabe atacar contra a defesa por zona. Se conseguir isso, dará alguns passos rumo ao segundo título da franquia. Se esbarrar no mesmo erro dos Lakers (que arremessou mal de fora e não conseguiu nem forçar lances-livres no jogo de contato físico), no entanto, poderá ter o mesmíssimo destino dos angelinos na segunda rodada.

Gira mundo

No último dia 25 de maio, 18 clubes sentaram e discutiram a relação do seu campeonato local. De acordo com eles, a reunião teve o objetivo de "dar um novo impulso que permita transmitir a cada um dos componentes da Liga coragem para encarar a grave situação atual com seriedade e rigor". Não sei se vocês imaginam, mas o trecho retirado acima vem de um comunicado oficial da imensa Liga ACB, a segunda melhor do mundo (gracias pela informação, Patricia Arbulo). Os clubes espanhóis estão mais do que nunca preocupados com uma conta que não fecha e com os rumos que a modalidade tem tomado no país. Por isso eles foram conversar, trocar ideias e procurar soluções.

Isso tudo para dizer que aqui no Brasil deve ser feito o mesmo. Tanto LBF (mais do que nunca) quanto LNB devem conversar para encontrar soluções para seus problemas. Em relação à liga masculina, é obrigatório que se tenha em mente que televisão (seja ela qual for) é meio, e não fim. É ela que transmite os jogos, mas não é ela que traz novos clientes para a modalidade. Ficar restrito à TV (e já cansei de dizer isso aqui) é dar um tiro no próprio pé e fecha demais os olhos para um público que se cresce, só cresce por aqui na internet. Para ser pragmático: por mais que a Liga tente lançar foguete, o Jogo das Estrelas deu pequena audiência (seis pontos é muito pouco) e os índices dos playoffs do NBB3 não mudaram tanto em relação ao dos dez últimos anos de Nacional na TV fechada.

É óbvio que o torneio é mais organizado e tem uma continuidade. É claro que a LNB/NBB está no caminho certo, mas é preciso dar um salto de qualidade na próxima edição. Em termos estruturais, técnicos, de gestão (no mínimo quatro clubes estão perto da falência, um sinal de que o campeonato não é rentável ainda) e de visualização de cenários de um esporte que, insisto de novo, é o segundo mais popular do mundo. Deixá-lo na mão de uma emissora que dá o mesmo "carinho" que às partidas de Showbol (seja lá o que este "esporte" é) é pouco inteligente, não traz sustentabilidade alguma para o negócio e não conquista/retém cliente algum. Isso tudo, reitero, para uma Liga que, ora bolas, foi criada para ser gerenciada pelos clubes - e só pelos clubes. Chegou a hora de mudar isso, não chegou?

Em busca do grande jogo

Não dá pra dizer que será a disputa de um time que joga basquete contra um time que joga streetball. Seria cruel demais com o Miami, que evoluiu demais na segunda parte da temporada. Mas os números, e as partidas, mostram muito sobre quem é quem na decisão da NBA que começa nesta noite (22h, com transmissão da ESPN).

De um lado estará o jogo coletivo do Dallas Mavericks, que tem oito jogadores atuando por mais de 15 minutos, sete que anotam sete ou mais pontos e o absurdo aproveitamento de 38,8% nos três pontos. Do outro, o Miami, que concentra 73,5% de seus pontos nos playoffs em cima do excepcional trio Wade-LeBron-Bosh (aliás, que pós-temporada tem feito o ala-pivô, hein - 18,6 pontos e 8,9 rebotes). Será o confronto entre o agora em ótima fase Chris Bosh (que, leve, pode tentar fazer algo diferente do que tentaram, sem sucesso, o forte Serge Ibaka, o "cansado" Pau Gasol e o alto-porém-pouco-ágil LaMarcus Aldridge) contra Dirk Nowitzki (LeBron James já disse que quer tentar marcá-lo também), da defesa alucinante de Shawn Marion contra James, de um ótimo técnico (Rick Carlisle) contra outro (Erik Spoelstra) que ainda busca uma afirmação no cenário.

No final das contas, acho que o Miami acabará sendo o campeão no sétimo jogo (o que não quer dizer absolutamente nada, visto que costumo errar a maioria dos palpites), e, insisto, não será uma derrota do basquete. Será/seria a vitória de um estilo de basquete - e vocês já perceberam por aqui, no Twitter ou nas Twitcams que não é o que mais me agrada, obviamente. Vamos ver o que acontece hoje quando a bola subir. Algum palpite? Comente na caixinha!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Alto-falante

"Olhando para trás, eu acho que deveríamos ter falado com o Kobe Bryant antes de ter contratado o Mike Brown. O Kobe disse que era uma decisão da diretoria, e foi isso o que fizemos, mas acho que deveríamos ter falado com ele antes"

A declaração é de Jim Buss, um dos diretores dos Lakers e filho de Jerry Buss, dono da franquia. Em entrevista ao Los Angeles Times, Jim confirma que deveria ter trocado uma ideia com Kobe Bryant antes de anunciar, de maneira surpreendente, Mike Brown como novo técnico do time. Estranho, não?

O dia em que tudo começou

No dia 13 de junho de 2006, o Dallas Mavericks, que vencia o Miami Heat por 2-0 na final da NBA, estava a quatro minutos e meio de abrir 3-0 e se aproximar ainda mais do inédito título da liga. O time controlava a vantagem que chegara a 14 pontos, via os Heat cada vez mais nervosos e errando tudo de fora (2-11), e mantinha a tranquilidade.

Não se sabe bem como, mas o Miami ressurgiu, e o Dallas viu Dwyane Wade anotar surreais 14 pontos em três minutos em uma sequência de 18-1 para garantir uma das viradas mais incríveis da história da pós-temporada. Os Heat fizeram 98-96, diminuíram a vantagem dos Mavs naquela noite para 1-2 e depois venceram três jogos seguidos para conquistar o anel da NBA. Seria o quarto de Shaquille O'Neal, o quinto de Pat Riley, o primeiro de Wade e o começo de um inferno astral daqueles para Dirk Nowitzki.

Inferno astral que parece ter durado exatos cinco anos, tempo em que o alemão, pasme, viu os Mavericks vencerem apenas uma série de playoff até a pós-temporada deste campeonato (foi contra os Spurs, em 2008, por 4-1). Dirk mudou (seu jogo, que era muito baseado nas bolas de três, agora ganhou uma série de movimentos próximos da cesta, outros de costas para ela e praticamente retirou os chutes longos), Dallas e Miami mudaram (apenas Jason Terry, ele, Dirk, Dampier, que estava nos Mavs e agora é dos Heat, Haslem e Dwyane Wade jogaram a decisão de 2006), e a chance de ao alemão colocar de vez o seu nome na história começa nesta terça-feira, na Flórida, com o jogo 1 da finalíssima da NBA, está aí. Será que dessa vez o anel vem?

Um registro merecido

O nome das finais foi Guilherme Giovannoni, a torcida de Brasília ganhou destaque merecido, mas um nome passou um pouco de lado neste blog. O de José Carlos Vidal, treinador da equipe campeã do NBB3 (ele já havia conquistado o troféu com os candangos em 2007, diga-se).

Dono de um temperamento tranquilo, muita gente esperava que Vidal fosse "apenas" dar sequência ao bom trabalho de Lula Ferreira na capital federal. Mas não foi só isso. Se não fosse o bastante administrar Nezinho, Alex e Giovannoni, líderes da equipe e cujos temperamentos não são fáceis (para ser educado), o treinador ainda conseguiu fazer com que Brasília atuasse de maneira mais segura em relação à temporada passada. Na defesa, seu time sufocou Pinheiros e Franca no NBB, e aniquilou o Flamengo na Liga Sul-Americana. A tal "zona covarde", que Nezinho reclamou bizarramente em 2010 (o que deu na cabeça do armador para dizer aquilo, hein?), foi a maior arma de uma marcação muito bem treinada e pressionada.

Num universo de tanta escassez de talento, o trabalho de José Carlos Vidal merece destaque. Brasília ainda comete erros em demasia (ainda há muita precipitação, principalmente na armação), chega a abusar dos três pontos, mas a defesa aplicada principalmente nos playoffs foi a chave para a vitória no NBB3. Que Vidal continue assim, porque o basquete brasileiro precisa de alguns sopros de mudança na beira da quadra.

domingo, 29 de maio de 2011

Quem será?

A LNB anuncia nesta terça-feira, em festa em São Paulo, o vencedor do prêmio de MVP da temporada do NBB3. Concorrem Guilherme Giovannoni e Alex, de Brasília, além do ala Marquinhos, do Pinheiros. Pra você, estimado leitor, quem foi o melhor jogador da competição? Comente aí na caixinha!

O amor pelo erro

Em mais um capítulo de sua convocação trágica, Ênio Vecchi convocou ontem a pivô Natália Santos, da Arkansas Tech University (da Divisão II do basquete universitário norte-americano), para o lugar da lesionada Simone Lima. Primeiro, a pergunta: a Confederação descobriu essa semana que a jogadora de Santo André estava machucada?

Depois, e nada contra Natália, que teve as médias de 17,1 pontos e 8,1 rebotes na Divisão II do universitário (e sabemos o que isso significa, não sabemos?), mas acho muito estranho que a Confederação Brasileira siga insistindo no mesmo erro de 16, 17 anos. Dalila, da West Texas A&M University, foi ao Mundial de 1994 e voltou campeã com dois minutos e dois pontos na competição (relembre a história dela aqui, em texto do sempre excelente Melchiades Filho). Anos mais tarde, em 2009, Paulo Bassul convocou Mariana Camargo, que fizera três ótimas temporadas na ORU (14 pontos, 5,3 rebotes e 5,2 assistências), da primeira divisão universitária, para testes no time - e sem sucesso. De volta ao país, Mariana não se firmou em Americana (na LBF, tímidas médias de 2,8 pontos e dez minutos por jogo) e ainda busca seu espaço em Catanduva (no Paulista, 5,6 pontos e apenas 17 minutos por jogo). Conclusão básica: jogar nos EUA não é tudo.

Agora, e ainda sem entender qual o critério de Ênio Vecchi (será que ele, Janeth ou Hortência conhecem o jogo da atleta? Alguma vez já a viram jogar? Como o nome dela chegou à CBB?), surge o nome de Natália Santos, e fico sem entender por que Fabiana Caetano, Cristiane Simões (a Kika) ou Monica, que ao menos têm histórico nas seleções de base do país, continuam sendo esquecidas pela comissão técnica.

Na boa, a cada movimento do time feminino eu espero sair uma claquete que diga que isso tudo não passa de uma grande brincadeira. Se isso for "pegadinha", já está na hora de parar. Se não for, está na hora de repensar o que estão fazendo com o basquete das moças deste país.

Alto-falante

"Não sou melhor que o Michael Jordan. Michael foi um jogador inacreditável, e eu tenho uma longa - bem longa - estrada a percorrer para ser mencionado entre os grandes de todos os tempos. E não falo só do Jordan, mas também de Kareem, Bill Russell, todos os que conquistaram títulos e marcaram o nome na história"

A declaração é de LeBron James, que mostra um pouco de sensatez diante desse comentário absolutamente alucinado de Scottie Pippen (quem diria, hein, Pippen). Na boa, essa discussão toda é um saco.

sábado, 28 de maio de 2011

É bom ganhar

Às 7h30 (de Brasília) deste domingo, Marcelinho Huertas tem um dos compromissos mais importantes de sua temporada de consagração na Liga ACB: ele e o Baskonia enfrentam o Barcelona na Catalunha e com 0-1 na série após perder no Palau Blaugrana por 86-71 na sexta-feira, mais do que nunca só a vitória interessa.

E não dá nem pra dizer que Huertas jogou mal na partida que abriu a série de playoff (vale lembrar que foi contra os catalães que o Baskonia conquistou o título na temporada passada, e vencendo as duas pelejas de abertura da decisão na casa do rival). O camisa 9 teve 17 pontos e seis assistências (outra atuação incrível), mas viu o Barça obter 12 rebotes ofensivos (cinco de Erazem Lorbek) e outro estupendo terceiro período com os 32-20 (marca da equipe nessa pós-temporada, diga-se de passagem).

Se quiser continuar na competição, o Baskonia precisa vencer de qualquer maneira o Barcelona nesta manhã de domingo. Voltar para Vitória com 0-2 será meio caminho andado para a eliminação.

O pensamento de um campeão do mundo

A respeito da ideia que coloquei aqui sobre a seleção feminina (a de que uma renovação grande deve ser feita), recebi ontem um interessante e-mail de Miguel Ângelo da Luz, campeão mundial em 1994 e medalhista de prata em 1996 com as meninas. Fala aí, Miguel.

"Caro Fábio,

Li sua matéria sobre o basquete feminino e me fez lembrar quando assumimos a seleção em 1993. A equipe era formada por várias atletas veteranas, e tivemos a feliz ideia de fazer a renovação. Mantivemos uma base (Paula, Hortência e Ruth), convocamos jovens promessas (Alessandra, Cintia, Leila, Silvinha, Jaqueline e Claudinha, todas com menos de 20 anos) e demos espaço para algumas atletas que já estavam fazendo parte do elenco (Janeth, Helen e Adriana Santos). Foi uma decisão muito difícil de ser tomada, corremos risco, mas fomos firmes no nosso propósito. Acho que seu pensamento é correto. As pessoas têm que ter coragem e acreditar sempre no trabalho.

Miguel"

O treinador será entrevistado em breve aqui no blog, e acho que uma opinião de alguém com o seu currículo merece ser no mínimo respeitada e levada em consideração. Miguel Ângelo da Luz é um daqueles casos de profissionais do basquete que são vencedores e ao mesmo tempo estão marginalizados da modalidade inexplicavelmente.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Alto-falante

"Michael Jordan é provavelmente o maior pontuador da história. Mas eu consigo ver longe para dizer que o LeBron James pode vir a ser o melhor jogador de todos os tempos. Ele é tão potente no ataque que pode não apenas pontuar, mas envolver seus companheiros ofensivamente"

A declaração é de Scottie Pippen, fiel escudeiro de Michael Jordan em tantas conquistas, elogiando o talento de LeBron James, mas lançando um fogo incrível na discussão que até agora estava apagada (se LeBron pode vir a ser melhor que Jordan). E aí, amigo leitor, concorda com ele?

Sobre 'amarelões' e cabelos brancos

Oklahoma e Chicago passarão as férias com um sentimento bem parecido: o de que faltou "cabelo branco" para chegar à final da NBA (ficou claro que faltou experiência e mais uma vez a máxima de que não se ganha do dia pra noite no basquete foi comprovada). Com o Thunder aconteceu há quase uma semana, quando desperdiçou uma vantagem de 15 pontos, permitiu a virada do Dallas e não mais conseguiu se recuperar na série. Ontem foi a vez dos Bulls, que tinham 12 pontos de frente e nos últimos três minutos apagou. O Miami, que não é bobo, foi lá, fez 18-2, venceu a partida por 83-80 e terminou o Leste com mais um 4-1 (mesmos placares contra Sixers e Boston, diga-se de passagem).

Agora, a partir de terça-feira, Dallas e Miami reeditam a final de 2006 - em condições bem diferentes, é verdade. Ambos vêm com campanhas idênticas na pós-temporada (12-3), mas com estilos diferentes: os Mavs têm um punhado de jogadores atuando coletivamente em altíssimo nível (Dirk, Kidd, Marion, Terry, Chandler, Barea e até o Peja), enquanto o Miami abusa das jogadas de um-contra-um (não é um defeito, nem uma crítica, mas apenas uma constatação) e espera que as vitórias venham através do trio Wade, Bosh e LeBron - como têm acontecido, né.

Chegamos à decisão com dois dois jogadores mais contestados ("amarelões" que nada!) da NBA, LeBron James ou Dirk Nowitzki, lutando pelo anel, e infelizmente os dois não conseguirão sair com o título. Mas a disputa que vem por aí promete ser feroz, de estilos distintos e com torcidas absolutamente enlouquecidas. Darei meu palpite depois. Por enquanto você fala na caixinha!

As meninas

Muita gente perguntou o que eu faria na seleção feminina, que vive uma crise técnica há uma década e parece sem rumo há algum tempo. Repito o que já disse aqui, no Twitter e nas inúmeras Twitcams do blog: eu partiria para uma renovação radical na equipe, informando ao público o que estaria acontecendo, já que os resultados no começo não seriam satisfatórios.

Convocaria um pilar experiente (Adrianinha, Franciele e Érika - não sei se há alguma ala 2/3 disponível que não a Iziane) para não deixar as jovens "soltas" demais no começo de suas carreiras e encheria as meninas de amistosos, torneios, clínicas, acompanhamento e competições internacionais. Apostaria naquelas com experiência nas divisões de base (Tássia, Damiris, Tainá etc.) e nas que se destacam por aqui (Clarissa e Nádia, por exemplo). Fiz uma lista rápida, e ficou assim:

Armadoras: Adrianinha, Ariane, Débora e Tainá
Alas: Tássia, Patricia Ribeiro, Joice (Jundiaí), Tatiane Pacheco (já convocada), Laís, Carina (Santo André), Ramona, Jacqueline Silvestre e Leila Zabani
Pivôs: Franciele, Érika, Nádia, Damiris (foto), Clarissa, Cristiane, Thaís Pinto, Mônica, Fabiana Caetano

Insisto que essa não é a saída ideal (poderia, ainda, colocar Fernanda Bibiano e Joice, de Ourinhos, mas preferi não arriscar mais), mas é o único caminho que enxergo para que o Brasil ao menos tente fazer alguma coisa razoável em termos internacionais. Do jeito que está, e com a geração que por aí figura, já está mais do que provado que resultados nos torneios principais (Olimpíadas e Mundiais - vide vexames recentes em Pequim e República Tcheca) não virão. E aí, amigos, o que acham?

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Leitura obrigatória

Divirtam-se com as leituras de dois textos excepcionais.

-- Giro no Aro (Alfredo Lauria e Guilherme Tadeu de Paula)
-- De Chuá (Thiago Rocha)

Já cansei de falar isso aqui, e é bom ler que mais gente se indigna também.

Lebroniando

Ao Chicago não resta outra coisa a não ser vencer o Miami Heat na noite desta quinta-feira em Illinois. Os Bulls não jogaram mal na terça-feira, mas não conseguiram "fechar" a partida e viram a turma da Flórida abrir 3-1 na decisão do Leste.

O destaque pode ficar por conta de Chris Bosh (24 pontos por partida), que tem jogado demais contra Carlos Boozer, mas LeBron James (foto) merece muitos aplausos também. Deslocado para a armação de jogadas, o ala tem demonstrado um papel de liderança importante, mas é na defesa que ele tem brilhado fortemente. Na marcação de Derrick Rose, LeBron tem feito da vida do MVP um verdadeiro inferno. No último jogo, quando duelou contra o camisa 6 do Miami, Rose errou seus seis arremessos e ainda cometeu dois erros. Foi a senha para os Heat saírem com a vitória.

LeBron James continua uma figura pra lá de controversa (seus berros, caras e bocas irritaram o pessoal do Chicago), mas ele tem jogado muito e de forma diferente. Pode ser que continuem dizendo que seu papel é secundário no Miami de Dwyane Wade (e de fato o camisa 3 é o "dono" do time), mas que LeBron tem enchido os olhos nessa pós-temporada, isso tem.

O campeão que ninguém vê

Quase ninguém viu, mas Santo André conquistou o título paulista na noite de ontem. Fez 71-65 contra Americana (22 de Ariadna e 19 de Kátia), 3-1 na série e ficou com o primeiro regional da equipe depois de 16 anos. Mais um triunfo na conta da estupenda Laís Elena, e mais um resultado de pouco sucesso para Zanon e Americana .

Lamento, apenas, o pouco caso com que a Federação Paulista lida com o basquete do seu estado. Apesar da televisão, quase ninguém ouviu falar da competição (que durou menos de dois meses). Para piorar, o release da entidade diz que o jogo de ontem foi em Santo André (e não foi), mas a estatística informa que foi em Americana. E acho que não preciso falar da inexistente divulgação dos times paulistas no NBB3, pois inexistiu (Franca e Pinheiros, que avançaram até finais e semifinais, foram solenemente ignorados).

São Paulo faz o melhor basquete do país, isso ninguém tem dúvida ou pode contestar, possui alguns dos melhores profissionais do país, mas em termos de gestão esportiva o estado dá um show de como não se deve fazer (como os outros do país também, diga-se de passagem). Será tão difícil assim dar o xeque-mate no mandatário que parece não querer sair nunca de seu cargo?

A chance perdida

Talvez tenha ficado excessivamente revoltado com a convocação de Ênio Vecchi para a seleção feminina pela chance que ele e a Confederação perderam para mudar um pouco o panorama do basquete feminino no país. Não o panorama técnico (seria ridículo pensar nisso), mas o da forma de dar chance para as jovens que surgem por aqui.

O cenário que vemos no basquete brasileiro é o de técnicos que ficam reféns de suas veteranas para, em ganhando campeonatos, se manterem no cargo (infelizmente a banda toca assim). O melhor exemplo disso é Zanon (foto), que ontem perdeu o título paulista (já havia perdido a LBF, o último Nacional, os Jogos Abertos etc.) com um time formado por 487 jogadoras rodadas e três juvenis que não pisam na quadra por mais de cinco, dez minutos. E isso, insisto, em um clube que possui provavelmente o melhor projeto de formação de atletas no feminino do país. Fica, de novo, a pergunta: qual o objetivo de formá-las, se elas não têm chance no adulto? E o pior é que os resultados (títulos) nem justificam tal atitude.

Por isso a tristeza com a lista de Ênio Vecchi. Nada contra o treinador, a quem respeito, e muito menos contra a CBB, que tem a sua maneira de pensar, mas eu só acho que eles dariam um passo diferente na dança que se baila no basquete feminino brasileiro. E um passo que no final das contas seria benéfico em primeiro lugar para a própria Confederação, que veria mais meninas surgindo e sendo aproveitadas do que o que atualmente ocorre. Não foi desta vez, porém. É uma pena.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mike Brown no Lakers

Ex-Cleveland, Mike Brown (foto) acaba de ser anunciado pela ESPN como novo técnico do Los Angeles Lakers (4 anos, US$ 18,2 milhões). E aí, amigo leitor, gostou dessa aquisição dos angelinos?

Imagens da decisão

O fotógrafo Gustavo Lima esteve ontem no Nilson Nelson e enviou fotos interessantes do jogo de ontem ao Bala na Cesta. Veja que legal!






Dia do alemão

Poderia citar os números de Dirk Nowitzki (33,8 pontos contra o Oklahoma e 28,6 na pós-temporada - na fase regular, a média foi de 23), mas seria pouco. O que o alemão tem feito nestes playoffs é inacreditável, sublime, e hoje pode ter um fecho de ouro.

Se vencer o Oklahoma na noite desta quarta-feira (será que os Thunder conseguem se recuperar da queda de segunda-feira, quando venciam por 15 pontos e levaram a virada?), Nowitzki levará o seu Dallas às finais pela segunda vez na história da franquia (pode repetir o duelo tão sofrido de 2006 contra o Miami Heat), e com um retrospecto surreal nas últimas partidas (dez vitórias nas últimas 11 e cinco triunfos consecutivos fora de casa). Isso, claro, sem falar no basquete de altíssimo nível que tem sido jogado pelos Mavs.

Mas o momento é de falar do Nowitzki, né. Então estendo o debate que comecei no Twitter ontem: Dirk Nowitzki já é o maior estrangeiro a ter jogado na NBA? Comente na caixinha!

Brasília campeão!

Não é preciso ter visto todas as partidas das finais do NBB para saber que Brasília, que ontem fez 77-68 e fechou a decisão em 3-1, dominou tudo contra Franca. Como bem disse o Rodrigo Alves, do Rebote, até mesmo quando perdeu, esteve melhor. Título mais justo, impossível (e vale lembrar o magistral ano do time também teve o troféu da Liga Sul-Americana, contra o Flamengo, no Rio de Janeiro).

E é a vitória de um trio que domina o basquete nacional há quase uma década (Nezinho, Alex e Arthur), de um jogador bem acima da média para os padrões brazucas (Giovannoni, o MVP das finais), de um técnico subestimado mas absolutamente competente (José Carlos Vidal, que colocou uma defesa por zona que gerou terríveis problemas para os francanos) e de uma cidade que vê o time local dominando a modalidade há cinco anos (dois vices, três campeonatos nacionais conquistados). É ou não uma dinastia?

Felicitações a Franca, que chegou pela primeira vez a uma decisão de NBB e que volta ao primeiro plano do basquete brasileiro, mas o título está em ótimas mãos. Brasília tem um ótimo projeto de basquete adulto (curiosamente, dos quatro semifinalistas, os candangos foram os únicos que não possuem forte trabalho na base) e fez por merecer ficar com o caneco do NBB3. Parabéns.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Argumentos falhos, planejamento também

Na entrevista que publiquei abaixo com Ênio Vecchi, o ponto que mais me chamou a atenção foi quando o treinador fala sobre a pivô Isis, de 27 anos. Ele usou o argumento de que seus números no Paulista foram satisfatórios. Suas estatísticas? Tímidos 10,8 pontos, 8,6 rebotes e 43,8% nos chutes (na LBF: 10,5 pontos, 10,6 rebotes e 41,8%). Espanto-me ao ver no site da Federação de São Paulo que a companheira de garrafão da gigante de 2,02m em Araçatuba, Fernanda Bibiano (25 anos e 1,93m), teve, na mesma competição, 14,6 pontos, 12,6 rebotes e 51,1% nos arremessos (na Liga: 15,2 pontos, 11,1 rebotes e 48,1%). Fica a pergunta: qual o critério para a convocação de uma atleta que jamais evoluiu em detrimento de outra que, ao menos, tem mostrado alguma coisa diferente nos últimos dois anos? Nove centímetros?

Este é apenas um dos milhares de exemplos de como os argumentos são falsos - ou fracos - no comando da seleção feminina. Isso, claro, sem falar no de que as jogadoras precisam ser testadas nessa primeira fase. Fernanda Beling, Micaela, Silvia Gustavo e Palmeira precisam ser 'testadas' (elas têm experiência de Mundial, Pré-Olímpico e Olimpíada)? Simone Lima e Bethânia merecem ser 'testadas'? E já que o verbo é "testar", quer dizer que para uma seleção que precisa de renovação, serão testadas na tal fase de treinamentos e na viagem à China apenas as jovens Ivana, Nádia, Clarissa e Tatiana Nascimento (temos apenas quatro jogadoras com menos de 23 anos de idade num grupo com média de 26,5)?

Na boa, é difícil acreditar que o basquete feminino saia do buraco em que se enfiou dessa maneira. Voltei de viagem com o melhor dos otimismos, com a melhor das vontades, mas decididamente não há condição de crer que melhores dias virão dessa maneira. Por que diabos a Confederação (Hortência, Janeth, Ênio, Urubatan etc.) não usam esse primeiro período de teste para avaliar Patricia Ribeiro (tão bem na A2 de São Paulo!), Monica, Ariane (sabe quem é ela, treinador?), Tainá (não é a armação a posição mais carente?), Cristiane, Fabiana Caetano (inadmissível e incompreensível que ela não esteja na lista!) e Débora?

Deixo uma pergunta final: o que seria mais inteligente - testar atletas com 32 ou 31 anos que já mostraram tudo o que tinham para mostrar ou tentar (ao menos tentar) desenvolver quem ainda pode mostrar algo?

Sai o campeão?

Com promessa de Nilson Nelson abarrotado de gente, Brasília recebe Franca (21h, com transmissão do Sportv) para tentar conquistar o bicampeonato do NBB. Com 2-1 na série, precisa "apenas" manter o mando de quadra que tão bem defendeu durante toda a pós-temporada (nenhuma derrota em casa) e correr para a comemoração.

Mas obviamente não vai ser fácil. Franca tem um time experiente e saberá "esfriar" a temperatura do ginásio. E ao menos pela demonstração dos últimos minutos e da prorrogação do jogo 3, descobriu uma fórmula nas rotações defensivas para não ficar tão "machucado" com as infiltrações de Nezinho ou Alex.

E você, amigo leitor, o que acha que acontece na quarta partida desta noite em Brasília? Será que os candangos saem com o título, corando um projeto vitorioso e bem sucedido na capital federal, ou os francanos conseguem levar tudo para a quinta partida? Comente na caixinha!

Entrevista: Ênio Vecchi

O blog conversou ontem, por e-mail, com Ênio Vecchi. Abaixo a entrevista, e depois meu texto sobre a convocação do treinador.

BALA NA CESTA: Qual o critério adotado para a convocação?
ÊNIO VECCHI: Trata-se de uma primeira convocação, baseada no desempenho das atletas nos campeonatos nacional e paulista. A convocação oficial para o Pré-Olímpico está prevista para julho. Para ser feita esta primeira convocação, toda a comissão técnica trabalhou. A avaliação feita tanto pela Janeth como pelo Urubatan também foram importantes.

-- Qual o critério da convocação da Isis, por exemplo?
-- Altura, números satisfatórios obtidos no Paulista, e a observação de toda a comissão técnica que acompanhou as jogadoras em quadra durante o campeonato.

-- A média de idade da seleção é de quase 27 anos. A Hortência havia falado em renovação. Como fica isso?
-- Entendemos por renovação não apenas a questão da idade. Queremos testar, nesta primeira etapa, as atletas que ainda não tiveram oportunidade na seleção brasileira e com bom desempenho nos campeonatos avaliados.

-- Alguma menina da Sub-19 pode ser aproveitada na adulta?
-- As meninas do sub-19 estão treinando para o Mundial da categoria, onde eu mesmo estarei presente avaliando o desempenho dessas atletas. Também serão avaliadas outras jogadoras durante a Universíade.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O que esperar da seleção de Ênio?

Dentro de mais ou menos uma hora o site da CBB disponibilizará a primeira convocação de Ênio Vecchi para a seleção feminina. Para mim é motivo de muita expectativa, sinceramente. Será que teremos uma urgente e necessária renovação?

Atualização: Saiu a convocação (veja aqui). Inacreditável. Só falo isso! Inacreditável!

Não sei bem o que está rolando na final do Paulista (Santo André tem 2-1 e a chance de levar o caneco no ABC), mas parece claro que Clarissa merece uma chance - cabe, aqui, salientar a volta da boa forma de Nádia Colhado (muito bom isso!). Resta saber, porém, se as idas de Ênio ao interior de Sâo Paulo serviram para ele dar uma olhadas nas meninas da A2 (Patricia Ribeiro, Tatiane Pacheco, Monica, Cristiane etc.), que podem receber a primeira chance na adulta.

E você, amigo leitor, o que espera da convocação de Ênio Vecchi? Será que novos nomes surgirão? Comenta na caixinha!

Franca vence e prolonga a série

Como vocês sabem, eu não vi nenhuma das três partidas da decisão do NBB até aqui, mas confesso que não gostava da possibilidade de ver um 3-0 na final. Não seria "justo" com o campeonato, o mais equilibrado de todas as edições que já ocorreram, terminar uma inédita varrida na disputa do troféu, concordam?

Por isso, e mesmo com o sufoco da prorrogação, Franca prolongou o certame no mínimo até amanhã com os 93-92 sobre Brasília, que ainda tem a vantagem de 2-1 e o calor dos mais de 15, 16 mil torcedores para levar o bicampeonato na capital federa. Pelo que li nos blogs e no twitter (Rebote, Giro no Aro, Draft Brasil, Basket Brasil, Blog Garrafão etc.), quem manda na série até agora é Guilherme Giovannoni, certo?

Bom, estou tirando a ferrugem aqui e deixo a caixinha pra vocês me ajudarem. Os jogos, pelo que leio, estão recheados de emoção, e pelo que também li, com uma ótima defesa por zona de Brasília. É isso? Comenta na caixinha!

Da Prancheta

34 - Foram os pontos de Chris Bosh na noite de ontem. O ala-pivô foi o cestinha do Miami Heat, que venceu o Chicago por 96-85, abriu 2-1 e colocou uma pressão do tamanho do mundo em cima dos Bulls, que precisam vencer o jogo 4 de qualquer maneira nesta terça-feira se quiserem voltar à decisão da NBA 13 anos depois. Ir para Illinois com 1-3 seria no mínimo trágico para as pretensões de Derrick Rose e cia. E você, tem visto os jogos da NBA? Conta aí como estão!

sábado, 14 de maio de 2011

Aviso aos navegantes

Pessoal, devido a um compromisso pessoal importante neste sábado ficarei ausente do blog até o próximo domingo. Podem ter certeza que tudo o que farei até o dia 22 não vai ter basquete envolvido (essa foi uma promessa que fiz).

Vou aproveitar a ocasião para descansar um pouco e relaxar a cabeça. Os últimos dias não foram fáceis por aqui, mas preparem-se: teremos muitas novidades muito em breve. Vocês vão gostar. A caixinha permanece aberta, ok?

Obrigado e até a volta,
Fábio Balassiano.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A oportunidade para a LNB

Na sexta-feira, o ótimo jornalista Felipe Modesto noticiou em seu blog, o Gatilhaço, que Assis deve encerrar as suas atividades em breve. Em Araraquara, a informação é que o "pool" de empresas da cidade deve investir apenas no time de futebol local - abandonando o basquete de vez. O curioso é que no mesmo dia em que as duas situações surgiram o Tijuca conquistou a Super Copa Brasil aqui no Rio de Janeiro. Além do clube da zona norte da cidade, a Liga Sorocabana ficou com a chance de tentar entrar no NBB4.

E é aí que entra a visão (ou a vontade) da Liga Nacional. Na semifinal, o Tijuca passou pelo São José, do Amapá. Também na Super Copa estavam Campo Mourão (PR), Sinop (MT), Sport (PE), Rio Claro (SP), Caxias do Sul (RS). Ou seja: era o Brasil inteiro por ali. Norte, Sudeste, Nordeste, Sul, Centro-Oeste, tudo junto e misturado na quadra. Ora bolas, é justamente tudo o que não é o NBB3 - e não por culpa de sua organização, mas por contingência de sua formação. São 15 times que disputaram a terceira edição: 8 de São Paulo, 2 do Espírito Santo, 1 do Rio de Janeiro, 2 de MG, 1 de SC e 1 de Brasília. Basicamente, portanto, é um torneio Sul-Sudeste, certo?

Por mais que o ideal seja o da formação de uma segunda divisão, sei bem que o basquete brasileiro ainda está a quilômetros de distância de conseguir isso. Talvez seja o caso de a LNB olhar com mais carinho para os São Josés, Sinops e Sports que não desistiram de fazer a modalidade acontecer. Seria bom para a competição, bom para o basquete (que ganharia abrangência nacional) e ótimo para o mercado como um todo. Não digo que é para subsidiar estas equipes, mas apoiá-las é mais do que imperativo - na verdade faz parte da própria sustentabilidade do negócio da Liga se ela quiser se manter como um produto cada vez mais atrativo.

Quem sabe na temporada 2011-2012 a gente já vê times de outras regiões na competição. O basquete agradeceria muito.

Brasília e Franca "reeditam" final de 2006

Brasília abriu o jogo desta sexta-feira com um "sono" de dar dó. Levou 28-14 no primeiro período, perdia por 20 pontos, mas conseguiu virar, fazer 99-93 no Pinheiros na prorrogação (após uma série de erros no final do tempo normal) e fazer 3-1 na série semifinal do NBB3. Com o triunfo, os candangos se tornam os primeiros a vencerem um duelo contra um time de melhor campanha e enfrentam, agora, Franca na decisão do título. Só lembrando: com três edições do torneio, a equipe da capital federal chegou para disputar o troféu em todas (se isso não é "dinastia"...).

Não vi o jogo todo, mas desde que liguei a televisão ficou muito claro que Alex dominou a peleja. Foram 31 pontos, e a maioria deles nos últimos 5 minutos do tempo normal e na prorrogação. Pelo Pinheiros, fica a frustração por não ter chegado à decisão, mas sinceramente isso seria enxergar as coisas de forma míope demais. Com orçamento de médio para alto e elenco limitado (bem diferentes, por exemplo, de Franca, Flamengo e Brasília), os paulistanos foram muito bem no Paulista, Interligas e agora NBB. Para um time que nunca havia chegado tão longe, foi um grande avanço, e sinaliza que os investimentos estão sendo bem feitos - e estão em um processo de crescimento. Torço muito para que o sempre racional planejamento do clube seja mantido e desenvolvido para 2011-2012.

Na decisão, Brasília e Franca acabam por "reeditar" uma final que não aconteceu em 2006 entre francanos (Rogério, o técnico Hélio Rubens e Helinho estavam por lá há cinco anos) e o agora extinto Ribeirão Preto, que contava com o trio Nezinho, Alex e Arthur. É uma final sem favorito, mas já dá pra antecipar que com uma carga de faísca extra. Os dois elencos se conhecem e os confrontos são sempre muito, digamos, animados. Sorte para eles na final.

Demétrius no estaleiro

Técnico de Limeira e da seleção brasileira sub-17, Demétrius enfrentou problemas de saúde quando treinava o time em São Sebastião do Paraíso. Diagnosticado com uma meningite, o treinador encontra-se internado em Limeira, e voltará ao comando da equipe nacional apenas no final de junho, após recuperação.

"Passei mal durante os treinos em São Sebastião do Paraíso, e acabei passando por uma série de exames. Fui diagnosticado com meningite, mas agora eu estou me recuperando e em breve estarei à disposição da seleção brasileira", disse Demétrius há poucos minutos ao Bala na Cesta.

Enquanto o técnico se recupera, a seleção será treinada por Jefferson Lois Teixeira e Athos Calderaro na preparação. Se tudo ocorrer bem, Demétrius voltará ao comando do time antes do Sul-Americano da categoria. Boa recuperação para o comandante da equipe.

Tijuca campeão

O Tijuca acaba de se sagrar campeão da Super Copa Brasil, repetindo, assim, o feito do time de Emmanuel Bomfim (tinha o então jovem Marcelinho Machado), que conquistou o título da competição em 1997. Com 23 pontos e oito rebotes de Diego, os tijucanos fizeram 77-73 e bateram a Liga Sorocabana na decisão. Marcellus (foto) teve 10.

Com o resultado, o Tijuca jogará uma competição internacional na próxima temporada, e também tem a chance de, junto com a Liga Sorocabana, participar do NBB4. Para isso, basta preencher os requisitos técnicos e financeiros da LNB.

Depois volto com o post completo, mas deixo aqui os parabéns ao Tijuca e também ao time da Liga Sorocabana, que se classificaram em quadra para a competição mais importante do país.

O Blogger voltou - eu venho já

O Blogger acaba de voltar ao normal. Enquanto eu não consigo ter tempo de escrever, deixo a caixinha pra vocês. Depois eu volto. Até.

Alto-falante

"Ganhar um prêmio individual ou um coletivo é motivo de orgulho. Fico muito feliz de ser escolhido o melhor armador da Liga ACB pela segunda vez"

A frase é de Marcelinho Huertas, eleito o melhor armador da Liga ACB (ele já havia conquistado o prêmio em 2008, quando atuou magistralmente pelo Bilbao). Com 90 pontos no total, ele superou Omar Cook (60) e Nando de Colo (25). Nos números, o camisa 9 é o 14º em eficiência (13,4) e o melhor em assistências com 5,9. Alguém ainda tem dúvida de que o brasileiro faz parte da elite do basquete europeu? Parabéns ao Huertas. Ele merece.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Quem tem LeBron

O Boston ganhava do Miami por 81-74 a nove minutos do final da quinta partida. Parecia ter a peleja razoavelmente controlada, marcava bem (ótimas rotações pós-pick) e já olhava para a eventual sexta partida com carinho. Mas com 23-6 nos tais nove minutos restantes, o Heat fez 97-87, finalizou o confronto em 4-1 e agora aguarda Chicago ou Atlanta na decisão do Leste.

E se havia uma razão para LeBron James ter sido contratado, era justamente pelo que ele mostrou nos últimos três minutos de jogo: dez pontos seguidos (os últimos do Miami), tiros certeiros de três e uma fúria de alucinar (foram 33 ao todo, numa performance excepcional). Junto com ele, Dwyane Wade e Chris Bosh somaram 23 dos 26 pontos no período derradeiro, e acabaram por ratificar o prêmio de executivo do ano para Pat Riley, o cara que juntou os três.

Com a eliminação dos verdes, um fato bem diferente aconteceu: dos campeões dos últimos quatro anos (Lakers duas vezes, Boston e Spurs), nenhum dos vencedores do período chegou sequer às finais de conferência. Pode ser um sintoma de que há uma troca na elite da elite, não acham? Já estão lá Miami e Dallas (que fizeram a final em 2006 e que podem reeditá-la agora).

Por ora, parabéns ao Miami, que continua a jogar um basquete baseado em suas estrelas (tome ISO e picks - nada mais), mas quem possui craques de primeira linha está sempre muito perto da vitória. E ao Boston fica o lamento por ter destruído um núcleo que nunca perdeu uma série completa de playoff. Danny Ainge preferiu o caminho mais difícil, e agora verá as finais de casa. Foi uma escolha.

Pela decisão

Ao contrário do que se imaginava, Liga Sorocabana e Rio Claro não se encontrarão na final da Super Copa Brasil, que está sendo disputada aqui no Rio de Janeiro. Com a derrota para o Tijuca na terça-feira, os sorocabanos contaram com 40 pontos de Diego para bater o SINOP (MT) por 113-53 e ficar com a segunda colocação do grupo B, enfrentando, na semifinal (20h desta quinta-feira) o primeiro da chave A, o Rio Claro, que bateu Campo Mourão por 83-57 (cinco atletas em dígitos duplos).

Na outra semifinal, Tijuca, que venceu seus três jogos (o de ontem por 86-63 contra Caxias do Sul), mede forças com São José (AP), que fez 93-83 no Sport-PE (o bom ala Gustavo fez 32 pontos). O duelo começa às 18h, e a melhor notícia é que, caso cumpram os requisitos da LNB, tijucanos ou amapaenses poderão disputar o NBB4 (sinceramente quero ver quais serão os critérios adotados para vetar ou liberar a equipe que avançar deste duelo).

Não cabe, aqui, torcer para nenhum dos dois clubes, mas para o basquete brasileiro será ótimo se qualquer uma das duas agremiações conseguisse chegar à elite. Aqui no RJ, o Tijuca faz um trabalho sério e de longo prazo na base. E pior menos legal que seja o investimento de São José (que inundou o seu elenco com jogadores que jamais atuaram pelo clube antes da Copa Norte), para a modalidade seria sensacional se houvesse alguma equipe do Norte do país. Sorte para eles no jogo de hoje e na tentativa de entrar no NBB4.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

É bom fechar

Miami e Boston fazem hoje, na Flórida, o quinto jogo da série. Com 3-1, os Heat precisam vencer para evitar que os Celtics ainda respirem. Lembrando que com 1-3, apenas oito vezes na história da NBA houve uma reviravolta (a última em 2006, quando o Phoenix virou contra o Lakers).

Do lado do Boston, é necessário fazer algum ajuste (ou reza para que Shaquille O'Neal aguente mais do que os quatro minutos da última partida) para que o Miami Heat não continue a dominar os rebotes ofensivos de maneira tão cruel (9,7 por duelo na série). Um reflexo de como isso tem "machucado" os Celtics é que o Miami tem feito uma média de 38 de seus 95 dentro do garrafão (40%), o que representa um aumento de 28,6% em relação à média do time na temporada regular (muita coisa, não?). E, bom, não preciso ficar aqui falando de como Kendrick Perkins faz muita falta a esta equipe, preciso?

O Miami tem tudo para fechar a série nesta noite, chegar à decisão do Leste e descansar antes de enfrentar Chicago ou Atlanta. E vamos combinar: pra evitar o pior, e uma pancada de dúvidas, é melhor (pra os Heat, claro) que LeBron James e Dwyane Wade terminem tudo isso nesta quarta-feira. Será que eles conseguem?

A LNB responde

O leitor Luiz fez ótimas perguntas ontem no post sobre a Super Copa Brasil. Fui atrás da Liga Nacional de Basquete, que respondeu às questões através do departamento de comunicação. Vamos lá.

Perguntas do Luiz
"Bala, uma pergunta. O estatuto da LNB não permite que um Estado tenha mais de 50% dos times. Pois bem. Se Rio Claro e Sorocaba forem os finalistas, o estado de SP teria 10 dos 18 estipulados pela liga (os 15 deste ano + o Londrina(?) + os 2 via Copa Brasil). Como a LNB resolveria esta pendenga? Rio Claro e Sorocaba sabem disto?

Além disso, se por acaso nenhum dos dois finalistas apresentar as condições exigidas pela LNB, e digamos aparecer alguem em investir no basquete (por exemplo: O dono do COC decide montar um time de novo, ou o Vasco arruma um patrocinador e decide perturbar o Flamengo) a liga permitiria este time disputar o próximo NBB sem ter disputado a Copa Brasil? Grato pela atenção, Luiz".

A resposta da LNB

"Conversei com o Sérgio Domenici (Diretor Executivo da Liga) e com o Depto. Técnico da Liga e eles me disseram que a CBB já publicou no site deles este documento (clique aqui para ler). Logo, todas as equipes que disputam a Super Copa têm conhecimento desse tema.

Com 18 equipes no NBB, poderia entrar somente um paulista via Copa Brasil. Isto, claro, se nenhuma outra equipe paulista pedir licença, como fez Limeira na segunda edição. A regra é simples e clara. Rio Claro e Sorocaba assinaram um termo aceitando as condições estabelecidas no documento que enviamos para a CBB.

A Liga, embora não seja seu pensamento agora, tem autonomia, por ser uma Associação Privada, para decidir a entrada e saída de quem quer que seja. No momento, a Copa Brasil apresenta-se como a melhor alternativa para que as equipes possam ascender ao NBB, demonstrando ter um projeto consistente até a sua entrada no NBB".

Estão claras as questões, não?

A derrota e a reconstrução

Não vou, aqui, entrar no mérito da confusão alucinante que aconteceu no minuto final da indiscutível vitória de Franca sobre o Flamento na noite de ontem. Os 91-78 desta terça-feira e os 3-0 no confronto falam por si só. Era um time jogando contra cinco jogadores. Era uma equipe bem treinada contra um punhado de atletas razoavelmente talentosos e assustadoramente mal comandados. Varrida, classificação justa de Franca, que encerra, assim, o "vício" de decisões Flamengo x Brasília no basquete nacional (foram três seguidas). Como alguém lembrou na caixinha, a final pode reabrir as feridas daquela que não terminou em 2006, entre Franca e o agora extinto Ribeirão Preto, que seria representado por Brasília (Alex, Arthur, Nezinho e Cipriano).

Mas o assunto que mais me chama a atenção é a queda técnica do time do Flamengo. Poderia citar os números, mas nem acho que vale tanto assim. Duda, Fred, Hélio, Jefferson Willian e Bábby (que sofreu com lesões durante toda a temporada) caíram assustadoramente de rendimento, e com eles o Flamengo também caiu (era o núcleo que levou a equipe a dois títulos nacionais e a um vice, né). Marcelinho manteve o nível de seu jogo (aquele, de uma nota só, e que ainda dá resultado aqui no Brasil), mas fica claro que o elenco precisa de uma reformulação urgente. Isso, claro, sem excluir o técnico Gonzalo Garcia, que é educado, gente boa, coerente, mas definitivamente não mostrou nem pulso e muito menos conceitos novos ao basquete brasileiro. E aí não é uma questão de ser argentino, turco, italiano ou sérvio. É uma questão de ser bom ou não. Gonzalo não é (ou não foi).

É duro, é triste, vai ser doloroso, mas chegou a hora de o Flamengo reconstruir o time que tantas glórias deu ao clube nos últimos cinco, seis anos. A começar pela comissão técnica (quem vão trazer?), passando pelos atletas e culminando com um pouco mais de pulso por parte da diretoria, chegou o momento de mexer. Ninguém duvida da força dos rubro-negros, mas a eliminação com varrida deixou as feridas do time muito expostas. É hora de mudar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

A linha de Rose

Derrick Rose fez apenas uma partida fantástica neste playoff (foi a terceira da série contra os Hawks, em Atlanta). De resto, foi regular em todo o confronto contra o Indiana e mal nos jogos 1 e 4 contra Joe Johnson e companhia. Convenhamos: é muito pouco para alguém que acaba de se sagrar MVP, não é?

Sim, é fato que Rose está sendo mais vigiado (por vezes com marcação dupla), mas o que tem atrapalhado o seu jogo é a linha tênue que separa a capacidade de decidir com passes, liderança ou armação de jogadas ou apenas com arremessos. Pagando pelo noviciato, o camisa 1 tem preferido apenas a última opção - e os resultados têm sido catastróficos. No jogo de domingo, com Carlos Boozer e Taj Gibson muito bem, ele não percebeu que era hora de acionar seus pivôs (e Al Horford e Jason Collins estavam pendurados em faltas). Para citar apenas um número, seus arremessos saltaram de 19,7 na temporada regular (24,3% do total do time) para surreais 24,2 chutes (30,2%) na pós-temporada (justamente quando as maracações apertam).

Ninguém aqui tem dúvida que Derrick Rose é craque e que ainda evoluirá demais em sua carreira (o Chicago tem, no mínimo, um armador por sete, oito anos em alto nível), mas ele precisa perceber que nem sempre é preciso chutar todas as bolas para ser decisivo. A lição foi compreendida tarde por Chauncey Billups, mas quando foi assimilada deu o único título de sua vida - em 2004, com o Detroit. Que Rose se inspire neste exemplo, e não no de tantos outros que acreditaram que para vencer bastaria simplesmente chutar, chutar e chutar.

Olho na Super Copa Brasil

Começou ontem a Super Copa Brasil. São José, do Amapá, Tijuca, Rio Claro e Liga Sorocabana largaram na frente, e hoje se enfrentam (primeiro São José x Rio Claro, e depois Tijuca x Liga Sorocabana). Vale lembrar que os dois primeiros colocados ganham o direito de pleitear uma vaga no NBB4, desde que atendam as normas da LNB.

Amanhã devo comparecer ao Tijuca para acompanhar mais de perto, mas alguns nomes que estão na competição chamam a atenção (pena que o site da CBB não conseguiu fornecer as fichas técnicas completas). Pelo Tijuca estão lá Ricardinho, Olivia e Rodrigo Bahia. Na Liga Sorocabana, Gorauskas e Soriani. No São José, o bom ala Gustavo (que ontem, no entanto, começou mal com 3/11 nos arremessos), além dos experientes Gilsinho, Pablo (assistente-técnico de Hélio Rubens em Franca, diga-se de passagem) e Janjão (foto).

Só duas coisas me incomodam um pouco na montagem dos elencos para a Super Copa Brasil: quase todos os times são de "aluguel" e pouquíssimos jovens estão atuando na competição. Sim, acho que é um problema muito mais estrutural do que qualquer outra coisa, mas a Confederação precisa ficar de olho nisso. O número de "reforços" que vem atuar nesta semana no Rio de Janeiro e depois se despede dos times é imenso, e isso não é legal. De todo modo, vale a pena ficar de olho no torneio. É uma chance de avaliar o cenário da modalidade no país fora do NBB e torcer para que novos pólos de basquete se formem.

Missão impossível?

Com 0-2, Pinheiros e Flamengo têm missões muito complicadas a partir de hoje no NBB3: vencer três partidas seguidas contra Brasília e Franca para avançarem às finais. Difícil, não?

Para o rubro-negro a situação é ainda pior. Depois de perder na HSBC Arena na última sexta-feira, resta a Gonzalo Garcia torcer para que alguém acompanhe o ritmo de Marcelinho Machado. O time da Gávea precisa vencer no Pedrocão nesta terça-feira (21h, com Sportv), derrotar os francanos no Rio de Janeiro e, aí sim, tentar o milagre novamente no interior paulista. Panorama parecido, mas nem tanto, com o do Pinheiros, que precisa derrotar Brasília esta noite em casa (19h, com Sportv) para tentar recuperar o mando de quadra no jogo 4 antes de um eventual quinto duelo.

Se pudesse apostar, diria que o Pinheiros vence hoje e estende a série para a quarta partida, mas não creio que o Flamengo tenha forças para parar o bom jogo coletivo de Franca (como evoluiu o time, que fraquejava no começo da competição, hein). E você, amigo leitor, o que acha que acontece nesta noite? A caixinha é toda sua!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Da Prancheta

8 - São os títulos de Euroliga de Zeljko Obradovic, que ontem comandou o Panathinaikos na vitória final contra o Maccabi Tel-Aviv por 78-70. Obradovic é, disparado, o mais vitorioso técnico do basquete europeu. Merece aplausos.

A despedida

Se tinha alguém que não merecia levar a varrida era Phil Jackson. Em sua última temporada na NBA, o técnico mais vitorioso da história da liga sai de cena com um gosto amargo, mas que em nada diminui o tamanho de sua vitoriosa carreira (foram 13 finais em 20 anos). Tudo bem que para aumentar a dor o treinador viu os Lakers atuarem fora do Sistema de Triângulos, eternizado por ele e Tex Winter, em quase nenhum momento contra o Dallas Mavericks.

Farão falta os livros depois das temporadas (foram sete de sua autoria), as entrevistas após as partidas (eram dele sempre as melhores tiradas), a calma na beira da quadra e as tiradas antológicas. Cito duas: 1- antes de um jogo importante do Chicago Bulls, ele decidiu borrifar o vestiário com incenso para amenizar o ambiente carregado; 2- No primeiro duelo da decisão de 1991, os então jovens Bulls começaram perdendo de 14-2 dos Lakers, em Los Angeles. Phil pediu tempo, mas não deu instrução. Solicitou que os atletas dessem as mãos e respirassem um pouco. Após isso, Michael Jordan e seus companheiros fizeram 18 pontos seguidos e venceram a peleja e o campeonato.

Acho meio absurdo, mas alguns ainda dizem que Phil Jackson só "chegou lá" porque teve alguns dos melhores da história ao seu lado (Shaq, Jordan, Pippen e Bryant), sem lembrar que os quatro craques aí jamais haviam conquistado nada sem ele. Aos 65 anos, o maior ganhador da NBA (11 anéis) achou por bem encerrar a sua carreira. O basquete perde, e perde muito.

A arte do Dallas

Todo mundo já sabe que o Dallas Mavericks varreu o Los Angeles Lakers ontem, classificando-se para a final do Oeste (aguarda Memphis ou Oklahoma). O óbvio é dizer que Pau Gasol não jogou nada (e não jogou mesmo), que Derek Fisher está velho (e está mesmo), que o banco dos angelinos não funcionou (média de 22,2, contra 49,5 dos Mavs - para se ter uma ideia, no jogo 4 os Mavs tiveram 86 dos reservas, e os Lakers, nas quatro partidas, 89 ao todo), mas isso seria diminuir demais o feito dos texanos.

A estratégia de Rick Carlisle era muito clara desde o começo: "Lakers, você vai chutar. Se acertar, eu mudo. Se errar, eu venço a série". E ele venceu. Carlisle, um dos nerds do basquete norte-americano, usou como nunca o seu estrategista de defesa (Dwane Casey - ambos na foto). O Dallas brecou as linhas de passe, utilizou Tyson Chandler (um monstro) como o "pêndulo" de sua defesa por zona (2-3, 2-1-2 e 3-2) e fechou o garrafão para as infiltrações. O resultado? Kobe Bryant teve apenas uma (eu disse uma!) bandeja/enterrada durante toda a série, Pau Gasol não conseguiu ver seus touches da temporada (13,7 contra 11,2) e (isso foi o pior) as bolas de três pontos não caíram - 15/76, ou 19,7% (na fase regular, o aproveitamento ficou em 35,2%). Era tudo o que o Dallas precisava para reduzir a sanha do ataque rival (os angelinos anotavam 101,5, e o número caiu para 88,2 no duelo).

Do lado ofensivo, Carlisle utilizou muito bem a velocidade de Jason Terry e Jose Juan Barea nos deslocamentos, e ambos causaram desequilíbrio na defesa angelina. Eles "ganhavam" no primeiro drible, percebiam a presença da cobertura e passavam a bola. As 26 assistências por jogo estão aí para provar que o ataque altruísta dos Mavs funcionou como nunca (para ser mais exato, 70,2% dos arremessos convertidos vieram através de passes). Na dúvida, o treinador chamou jogadas de um-contra-um para Dirk Nowitzki, que simplesmente "jantou" Pau Gasol (67,3% de conversão contra a marcação do espanhol). Isso, claro, sem falar da defesa de perímetro dos Lakers, que inexistiu e permitiu que os adversários anotassem incríveis 49 bolas de fora no confronto em 106 tentativas (46,2%).

Muita gente esperava que o Dallas pudesse vencer os Lakers, mas acho que ninguém acreditava em uma varrida como ocorreu. Dirk Nowitzki é o grande responsável, mas é importante não esquecer do mentor do sistema que permitiu que os Mavericks realizassem uma das séries mais perfeitas da história da franquia.