terça-feira, 30 de novembro de 2010

Alto-falante

"Temos um grande, grande time. São muitas armas, e a qualquer momento alguém pode assumir a responsabilidade defensiva e decidir. E temos uma mentalidade altruísta, isso facilita. É sem dúvida a melhor equipe em que já atuei"

A frase é de Shaquille O'Neal, também adepto do jogo psicológico que seu ex-treinador Phil Jackson faz tão bem. O pivô obviamente não citou o Los Angeles Lakers, de seu querido desafeto Kobe Bryant, pelo qual atuou. E você, amigo leitor, concorda com Shaq? Comentários na caixinha!

Não conta para ninguém

Muito se tem falado sobre a péssima fase do Miami Heat, mas pouco é dito sobre o ótimo momento do Indiana Pacers, que mesmo com elenco limitado consegue mais vitórias que derrotas até aqui (8-7, e com triunfos importantes contra Miami, Lakers e Denver). São três vitórias nas últimas quatro partidas e dez dos 15 duelos disputados fora de casa.

Danny Granger continua dando as cartas por lá (21,7 pontos e 5,2 rebotes), mas os Pacers cresceram mesmo devido à adição do bom armador Darren Collison (13,9 pontos e 4,3 assistências) e pela incrível subida de produção do pivô Roy Hibbert (foto). Para quem não se lembra, o gigante esteve aqui no Pan-2007 e hoje mantém as consistentes médias de 16,1 pontos e 9,6 rebotes (em apenas três partidas ele não teve dígitos duplos em pontos).

Pode ser que até a volta para casa os Pacers, que têm a sétima defesa menos vazada da liga (96,2 pontos) e a que menos permite assistências dos adversários (17,3), estejam com campanha negativa (duelos contra Kings hoje, Utah na quarta-feira e Phoenix na sexta), mas o começo do time de Jim O'Brien é pra lá de positivo. Com tantos jovens em crescimento (apenas dois veteranos com mais de 30 anos), é de se imaginar que o futuro seja animador. É só seguir evoluindo.

El jefe

Muita gente imaginou que o projeto do Minas teria uma dimuinção de nível com a saída do competente Flávio Davis após o NBB2. Mas o organizado clube mineiro foi ao mercado e contratou o argentino Nestor Garcia para fazer o que hermano sabe de melhor: aproveitar a garotada. Com 3-1 neste começo de NBB3 e vendo o crescimento absurdo de Raulzinho, o Bala na Cesta decidiu escutá-lo.

BALA NA CESTA: O que esperar deste trabalho com a equipe de Minas que tão bem começou o NBB (3-1)?
NESTOR GARCIA: Estou muito feliz de trabalhar no Brasil e em um clube tão sério como o Minas Tênis Clube. Este é o sétimo país em que trabalho, e acho que a escola brasileira de basquete é de alto nível. A liga está crescendo muito e em poucos anos será um dos melhores do mundo, não tenho dúvidas. O Minas tem um time novo, jogadores importantes como Murilo, Drudi e Luiz Felipe se foram, e estamos na fase de construção de uma identidade com jogadores jovens - e ainda, para aumentar a dificuldade, com um técnico recém-chegado (risos). Assim, a adaptação é para todos neste momento, mas tenho muita fé no trabalho que estamos fazendo, porque queremos ser competitivos nesta competição tão parelha. Creio que apenas Flamengo e Brasília tenham vantagem maior, e no restante vejo muita igualdade.

-- Muito se fala que no Brasil o principal problema é a carga tática dos treinadores. Você concorda com isso, e em que pontos você pode acrescentar ao Minas?
-- Não consigo responder a essa sua pergunta, mas o basquete brasileiro tem uma história muito grande e rica em conquistas, e nós argentinos aprendemos a admirá-los desde muito cedo. Acho que isso se obteve através de bons jogadores, claro, mas também de treinadores e dirigentes competentes. Aqui há excelentes treinadores, como Hélio Rubens, Lula, Flávio Davis, Guerrinha, Bial, Chupeta,entre outros, e creio que com o crescimento do NBB, além da intervenção do Lula em seu novo cargo e de clínicas internacionais que estamos vendo por aqui, os treinadores daqui crescerão muito. Sobre o meu trabalho, depois de conhecer tudo por aqui tratarei de agregar a minha experiência de mais de 20 anos de estrada.

-- O Minas tem um dos melhores trabalhos de base do país. Você veio com a missão de utilizar os meninos da base, entre eles o Raulzinho que neste começo de NBB tem brilhado?
-- O projeto do Minas é para ser realmente trabalhado com jogadores de base. Eles são parte de um processo importante de construção aqui dentro, e vou utilizá-los. Temos talento para ir bem na competição, mas precisamos de tempo e confiança para armar um equipo bom e que represente bem o Minas. Acho que o mais importante neste momento é estabelecer um tipo de comunicação, e um intercâmbio de idéias com o Flávio Davis (coordenador da base) e Raul (assistente-técnico), para que melhoremos o nível da equipe adulta, mas também as de base. Estamos juntos nessa, e estou muito empolgado com os próximos passos.

-- Há dois meses o Brasil perdeu para a Argentina no Mundial. Você viu o jogo? Qual é a sua opinião sobre o duelo, e quais são as principais diferenças entre os dois países?
-- Claro que vi a partida. Foi muito disputada, emocionante e com uma intensidade incrível. Acho que os dois países são as potências mais importantes do continente, e a diferença daquele duelo tem nome e sobrenome (Luis Scola). Luis foi realmente impressionante e teve uma atuação que os argentinos se lembrarão para sempre. Sobre a diferença, o basquete argentino está mais apegado ao aspecto defensivo e ao controle de bola, e o do Brasil é mais forte ofensivamente que o nosso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Para evitar o pior

Nas últimas dez partidas, Washington Wizards e Miami Heat, que se enfrentam hoje na Flórida, possuem exatamente a mesma campanha 4-6, e isso já diz muito sobre como anda a fase do novo time de LeBron James (9-8). Por isso, e para evitar o pior, é bom que ele faça alguma força para vencer o duelo de hoje, o penúltimo antes do reencontro com os seus ex-fãs de Cleveland.

Resta só saber uma coisinha: se LeBron James, o menino com uma carinha pouco animada na foto, quer manter Erik Spoelstra ao seu lado em 2011 (a ESPN fala sobre isso hoje). Do jeito que as coisas andam, uma mudança no comando técnico passa a se tornar muito provável, principalmente porque o próprio treinador não toma nenhuma atitude para mudar a situação.

Muito prazer, Izabella Sangalli

Alta para os padrões normais de uma menina de dez anos de idade, Izabella Sangalli foi procurar uma quadra de vôlei . Entrou e perguntou se poderia treinar, mas teve que voltar para casa pensando em outro esporte pois não havia sido aceita devido à idade. Conversou com a mãe, a ex-jogadora de basquete Tânia, e decidiu tentar a sorte no projeto da sua cidade natal (Americana). De lá para cá, Izabella, cujos dois irmãos (um menino e uma menina) também atuam nas categorias de base de Americana, ganhou altura (agora tem 1,78m), uma maturidade incomum (em nossas conversas pelo MSN, o número de livros lidos e filmes vistos que ela cita chega a assustar) e passou a ser uma das maiores esperanças da modalidade. Na semana passada, a educada e carinhosa Iza, como é conhecida, voltou do Uruguai com o bicampeonato do Sul-Americano Sub-15, e o Bala na Cesta foi conversar com ela.

BALA NA CESTA: Como foi o Sul-Americano do Uruguai, em que você se tornou bicampeã e ainda abocanhou o troféu de MVP?
IZABELLA SANGALLI: O campeonato foi disputado por bons times, exigindo o nosso melhor em todos os jogos (não tivemos vitória fácil). Foi bom também porque o time estava bem entrosado e conseguimos usar as qualidades de todas para vencer. E no troféu que ganhei tem um pouco de tudo, das meninas do time, do meu clube, dos técnicos e de todos que sempre me apóiam.

-- Você teve ótimas médias de pontos (14), rebotes (8,5), tocos (1,2) e roubadas (3,4), o que faz com que as pessoas que não viram os jogos tenham a percepção de que você é uma atleta completa. Passa por aí mesmo a sua idéia de basquete?
-- Bom, para ser uma boa atleta tenho que tentar ser o mais completa possível, então, sim, eu acho que o basquete é bonito por causa de todos os fundamentos, e sempre vou tentar ir bem neles.

-- De todo modo, seu aproveitamento nos arremessos de três pontos (15,4%) não foi dos melhores. Os tiros longos são seu maior ponto a melhorar?
-- São, os arremessos de três são muito importantes, e meu aproveitamento baixo mostra que tenho que melhorar - sem contar alguns passes, dribles... um pouco de tudo.

-- Nas duas seleções em que você foi campeã, sua técnica foi a Janeth, uma lenda viva do basquete nacional. O que ela te passa de mais importante, e como é ter um ídolo à beira da quadra dando instrução para você?
-- Ela sempre nos incentiva a querer mais, a dar o nosso melhor, a ter raça, vontade, muita determinação e união. É interessante saber que sua técnica já conseguiu títulos muito importantes e que agora está passando o seu conhecimento para nós. Sempre que estou na seleção tento aproveitar ao máximo para aprender mais, porque além de tudo ela pode nos ajudar a chegar lá também nos ensinando o que ela sabe.

-- Já parou para pensar que em 2016 você terá 21 anos, e que poderá fazer a sua estreia em competições internacionais pela seleção adulta nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro? Isso passa pela sua cabeça?
-- Sim, gostaria muito de representar o meu país em uma Olimpíada, ainda mais sendo no próprio Brasil. Seria um sonho se realizando, mas o caminho é muito longo. Serei muito jovem ainda e haverá muitas meninas excelentes também - e com mais experiência. Mas vou me dedicar, para quem sabe, conseguir chegar lá.

-- Se você conseguisse descrever o mundo ideal para a sua carreira dentro de cinco anos, como ele seria?
-- Teria que ter um incentivo maior ao basquete e ao esporte no país, pois é a base para qualquer carreira de um atleta. Mas pessoalmente falando, gostaria de estar bem em meu clube, e já na seleção brasileira. Outra coisa que eu gostaria muito é de estar na WNBA. Sei que com 21 anos será complicado, porque ainda serei muito nova, mas algum dia eu quero chegar lá.

BATE BOLA
Uma palavra que amo:
Basquete
Uma palavra que odeio: Provas
Minha maior virtude dentro de quadra: Determinação
Um ponto que tenho que melhorar em quadra: TODOS
Uma qualidade fora da quadra: Responsável
Um defeito: Teimosa
Uma mania: Organização
Um sonho: Ser uma jogadora profissional
Uma cidade: Americana
Um ídolo: Michael Jordan
Um lugar: Las Vegas
Uma comida: Lasanha
Um livro: “Eu sou o mensageiro”
Um filme: Harry Potter
Uma música: Do lado de cá (Chimarruts)
Um(a) amigo(a): Minha mãe (Tânia)
Uma bola que chutei e caiu: Em 2009, no jogo contra São José, acertei uma pouco depois do meio da quadra
Um momento triste: Morte do meu avô
Um momento feliz: Campeã Paulista 2010 e Sul-americana
Um(a) técnico(a): Anne de Freitas Sabatini (sua técnica desde os dez anos)
Uma frase: “Eu sou o senhor do meu destino, eu sou o capitão da minha alma” - Nelson Mandela

Um título merecido

Não foi um primor de partida, mas valeu pela emoção (desculpe pelo clichê). Após um errático primeiro período (24-33), Brasília tentou uma defesa por zona, forçou erros do Flamengo e abriu o caminho para a vitória na Liga Sul-Americana com os magistrais 29-11. Ponto para o técnico José Carlos Vidal, que viu o seu time fazer 96-86 para garantir o inédito caneco para os candangos. Guilherme Giovannoni e Nezinho, cada um com 22 pontos, foram muito bem.

O título premia o trabalho de longo prazo de Brasília, que investe pesado na modalidade e que trouxe uma mente nova (e boa) para o seu comando técnico. Com o trio Giovannoni-Alex-Nezinho, fica muito difícil batê-los, principalmente quando o adversário chuta 5/29 dos três pontos como foi o Flamengo nesta noite (Marcelinho e Duda somaram 2/17).

Que o troféu sirva de inspiração não só para os dois times que mais frequentam as finais do país nos últimos três anos, mas para os outros clubes do Brasil também.

domingo, 28 de novembro de 2010

Da Prancheta

20-17 - Foram os pontos e rebotes de Clarissa (foto) na vitória de seu time, Catanduva, sobre Santo André por 83-64 no Nacional feminino de ontem (no total, a ala-pivô teve 34 de eficiência - um a menos que o recorde da competição, que é de Chuca, de Ourinhos). O jogo seria transmitido pelo Sportv, mas o canal exibiu apenas os dois minutos finais.

Alegria continental

Flamengo e Brasília venceram Quimsa e Boca e fazem hoje, às 20h30 (o Sportv promete transmitir), a final da Liga Sul-Americana de basquete. Será a quarta final consecutiva das duas equipes, mas a primeira em âmbito internacional (nas três anteriores, dois títulos rubro-negros).

Será um confronto recheado de rivalidade, e espero que seja tudo disputado apenas na técnica e na tática, sem aquelas cenas bizarras do NBB2. Daquele time que perdeu para os candangos, o Flamengo recebeu o reforço de Bábby para ganhar melhorar no garrafão, e os rivais perderam Estevam e Valtinho. Mesmo assim, não creio que exista favoritismo para a partida desta noite (se o ginásio estiver minimamente cheio, talvez os cariocas tenham alguma vangem)

E você, o que acha que acontece nesta noite no Rio de Janeiro? Comentários na caixinha!

sábado, 27 de novembro de 2010

Emoção em dose dupla

Franca decepcionou, mas Flamengo e Brasília venceram as duas partidas e disputam as semifinais da Liga Sul-Americana neste sábado, aqui no Rio de Janeiro.

Às 18h30, o Brasília conta com o trio Nezinho-Alex-Giovannoni para bater o fraco time do Boca Juniors. Se mantiver a calma, os candangos avançam à final até com certa tranquilidade. Logo depois, às 21h, o Flamengo terá um pouco mais de problemas contra o Quimsa, do técnico Carlos Romando (já passou por aqui), mas terá um Marcelinho bem inspirado e a força de Bábby (o antigo Baby) no garrafão.

Se tivesse que apostar, diria que a final será brasileira neste domingo. E você, o que acha?

Para sorrir

Não será uma tarde comum no Madison Square Garden neste sábado. Com um time pra lá de limitado, o New York Knicks vem de cinco vitórias (maior marca da franquia nos últimos quatro anos) e pode, pela primeira vez em quase nove anos, ter mais vitórias que derrotas após 15 partidas (até agora, 8-8). O adversário, porém, não é mole (o Atlanta Hawks, de Joe Johnson).

Para chegar à sequência de triunfos, o técnico Mike D'Antoni reduziu a rotação (Anthony Randolph, por exemplo, nem entra mais), trocou os pivôs (Ronny Tufiaf tem a missão de defender um pouquinho), pediu ao armador Raymond Felton aumentar a velocidade nos contra-ataques (23,5 pontos e dez passes nas quatro últimas partidas), liberou Danilo Gallinari para chutar (13 bolas de fora na caminhada vitoriosa) e decidiu desafogar ainda mais Amare Stoudemire (foto) na defesa - nos cinco últimos jogos, 25,8 pontos de média, 15% a mais do que a sua média de 22,6 na temporada.

Até onde esse Knicks então irá, Bala? Sinceramente não consigo prever nada de times de Mike D'Antoni, mas depois da patética derrota para os Sixers em Nova Iorque o elenco parece ter tomado um rumo. Para um grupo em busca de uma identidade, uma campanha de 9-8 em novembro não seria nada mal.

Andando em círculos

Leio no site da NBB que foi realizado na última quinta-feira, na sede da TV Globo, o famoso e insosso "Media Trainning" (treinamento de mídia). No site da Liga a informação está bem clara: "A reunião permitiu uma maior aproximação entre os clubes, a LNB e os parceiros de mídia das Organizações Globo (Sportv, TV Globo e Globoesporte.com)".

A iniciativa, de cara, é boa, bem boa, porque transmite as diretrizes da entidade para os 15 clubes que disputam do NBB3, mas peca, e peca muito, ao fechar o debate apenas para os parceiros comerciais das Organizações Globo. Acho surreal que uma entidade organize um debate sobre divulgação e imprensa e não convoque Lance!, Folha ou Estadão (nem coloco a ESPN-Brasil e o UOL aqui porque na cabeça da LNB isso seria impossível).

A LNB é cheia de boas intenções, mas só terá um crescimento qualitativo em receita, público e audiência quando entender que restringir o seu cerco de atuação (e divulgação) apenas dificulta o acesso a informação por parte do público (que não necessariamente se entope com Sportv, Globoesporte.com ou Sportv). A olho nu, o que deveria ser uma parceria com as Organizações Globo parece muito mais com subserviência e falta de poder de decisão, o que é uma pena.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ganhar e contar

Às 19h, o Brasília joga contra o Espartanos para garantir o primeiro lugar do grupo na Liga Sul-Americana (deve conseguir). No duelo das 21h, Franca precisa vencer o Flamengo, que contará com o apoio da sua torcida, e ainda fazer contas para avançar de fase.

Se quiser alguma coisa, os francanos precisarão jogar mais, bem mais do que na partida de estreia contra o Boca - para se ter uma ideia, o Flamengo teve 15 minutos bons e bateu os argentinos com facilidade.

E aí, quem leva o duelo brasileiro de hoje na Liga Sul-Americana? Comentários na caixinha!

Uma musa para chamar de nossa

Nos EUA, dizem que o "H" que há no nome de Meghan Elizabeth Gardler é justamente o "H" de hot, o que, numa tradução educada, quer dizer que ela é bonita. E obviamente não foi devido às qualidades técnicas dessa ala que se formou em letras pela Universidade de Connecticut ("escolhi esse curso porque sempre gostei de ler e escrever, e queria me concentrar em um assunto que não era o esporte para que pudesse ampliar meus conhecimentos") que o Bala na Cesta foi procurá-la (durante os quatro anos em que atuou para o técnico Geno Auriemma, a ala não conseguiu ter médias superiores a dez minutos ou quatro pontos por partida). Atraído por um RT (retweet) no Twitter, conheci uma menina de 22 anos simpática, bonita e educada. A pedido dos leitores, decidi entrevistá-la. Divirtam-se!

BALA NA CESTA: Você vem de uma família cujo pai é técnico de basquete. Isso influenciou na sua decisão de seguir a carreira de atleta?
MEGHAN GARDLER: Sim, cresci nos ginásios vendo o meu pai dirigir as suas equipes. Minha família inteira jogou basquete e com certeza isso me influenciou e me fez muito bem, porque queria ser a melhor atleta da minha família.

-- Você se formou em UConn há quase um ano, e gostaria de saber como foi a experiência de atuar em um time que não perde há 80 jogos e jogar com Coach Geno, uma lenda no esporte norte-americano?
-- Foi incrível atuar para o Coach Geno, e é algo que eu realmente não curtia até me formar. Todos os dias eu só tentei aprender o máximo que pude, porque ele realmente é um gênio do basquetebol. A sequência invicta que tivemos e a experiência que tive na universidade são algo que um grupo muito pequeno de pessoas vai experimentar, e me considero muito abençoada por estar neste seleto time.

-- Depois de se formar, você pretende seguir no basquete? Jogar no Brasil está em sua cabeça?
-- Agora estou esperando para atuar profissionalmente no exterior. Se acabar acontecendo, será no começo de 2011 apenas. Meus empresários estão conversando com times da Europa, mas sei que o Brasil é lindo e eu gostaria de visitar e/ou jogar por aí um dia.

-- Poderia falar um pouco mais de quem é a Meghan. Dentro e fora da quadra, características de seu jogo, da sua personalidade, gostos de filmes, séries, roupas, comida, entre outras coisas?
-- Na quadra eu acho que sempre surpreendi às pessoas porque não pareço com alguém que é agressivo, e é justamente isso que amo em meu jogo. Adoro viajar, sair com meus amigos e conhecer novas pessoas. Sou viciada em séries como ‘The Office’ e ‘Always Sunny in Philadelphia’. Minha comida favorita é a mexicana e recentemente comecei a comprar livros de receitas para tentar ser melhor nisso também. Como qualquer outra garota normal sou viciada em compras, mas também sou uma espécie de nerd por causa do volume de livros que leio.

-- Com a sua altura (1,85m), e por que não dizer com a sua beleza, você poderia, facilmente ser atriz ou modelo. Isso passou alguma vez pela sua cabeça, e você já recebeu convite para tais atividades?
-- As pessoas sempre me disseram que eu deveria modelo, mas sempre estive tão ligada ao basquete que nunca tive qualquer tempo extra para exercer essa carreira. Agora, se a oportunidade pintasse, poderia tentar algo como modelo se quisessem também...

-- Por ter uma beleza, digamos, acima da média, você já sofreu algum tipo de ciúmes de outras atletas ou adversárias?
-- As pessoas vão sempre pegar no seu pé por algum motivo, mas felizmente eu me envolvi com companheiras leais, além de amigos fiéis e familiares honestos. Elas são as únicas pessoas que eu ouço. Eu acho que o ciúme e a intimidação são as mais elevadas formas de bajulação que podem existir.

-- Por fim, uma questão: como é ser para você ser a musa do Bala na Cesta, um blog brasileiro de basquete (acho que você não esperava, certo?)
--(Risos) Não, não esperava mesmo. Ter fãs no Brasil era absolutamente a última coisa que esperava, mas estou muito grata por isso, porque vocês parecem ser leais e bem gentis! Isso definitivamente me faz querer visitar o Brasil porque sei que há pessoas que me acompanham com carinho e respeito.

-- Deixe um recado para seus fãs brasileiros!
-- Para todos os meus fãs no Brasil, muito obrigado pelo apoio. Vocês não sabem o quanto adoro vocês por isso. Se tiverem alguma dúvida ou comentário, sigam-me no Twitter (aqui o endereço) que posso respondê-los com mais calma. Obrigada.

Alto-falante

"Demora algum tempo até que se jogue como uma equipe. Não importa quão bom é o jogador, não importa quão bom é o grupo de atletas porque eles não jogaram juntos antes. Não dá para comparar ainda com times que atuam juntos há algum tempo"

A frase é de Barack Obama, presidente dos EUA e fã do basquete. A fase do Miami Heat (8-7, com três derrotas seguidas). Nesta sexta-feira, os Heat enfrentam os Sixers, na Flórida. Até quando vai a paciência dos torcedores e de Pat Riley, presidente da franquia?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uhulll - Estamos entre os três do Top Blog

Acabo de receber a informação de que o Bala na Cesta está na finalíssima do prêmio Top Blog pelo segundo ano seguido (pelo júri acadêmico). A premiação acontece em dezembro, em São Paulo, mas só de estar entre os três já considero um baita feito. Estou bem feliz, e agradeço a todos pelo apoio. De verdade mesmo, um muito obrigado.

Fábio Balassiano

A não entrevista de Carlos Nunes - Parte 3

Terceira e última parte da não entrevista da CBB a este blog. É uma pena que as questões mais essenciais do basquete brasileiro continuem sem resposta. E, insisto: tudo isso construído com dinheiro público, muito dinheiro público. Oportunidade perdida pela Confederação.

BALA NA CESTA: Recentemente foi divulgado pela Hortência que há um DVD sendo vendido pelo país para capacitar os professores na maneira de ensinar. Poderia explicar melhor como isso funciona, qual o método aplicado e como a CBB entra nessa história?
CBB:

BALA NA CESTA: Qual o verdadeiro projeto da Hortência para o basquete feminino?
CBB:

BALA NA CESTA: Pelo que apurei, a CBB deu a chancela para que as empresas de José Carlos Brunoro, que é diretor de marketing da entidade, e Hortência, diretora do feminino, comercializassem o produto. Isso procede?
CBB:

BALA NA CESTA: Não há conflito ético entre a empresa que faz o marketing da CBB vender um produto com a chancela da mesma (CBB)? E mais: este mesmo conflito não existe entre CBB e a própria Hortência, que acaba legislando em causa própria ao ver a sua empregadora chancelando seu produto?
CBB:

BALA NA CESTA: Como interpretar a “indiferença” da entidade em relação ao NBB em seu site e a valorização máxima da “nova” Liga Feminina?
CBB:

BALA NA CESTA: No feminino, o problema da base fica ainda mais notório quando vemos que times como Jundiaí e Osasco “param” as suas atividades no juvenil. Como fazer para que, por exemplo, a Damiris, revelação do basquete feminino, jogue uma competição adulta?
CBB:

BALA NA CESTA: Um dos pontos mais levantados no basquete feminino é a possibilidade de uma seleção B. A CBB trabalha com essa possibilidade?
CBB:

BALA NA CESTA: Um dos pontos mais polêmicos da administração nova da CBB foi o retorno da Iziane à seleção. A CBB se arrepende de não ter conduzido melhor o processo da volta da atleta?
CBB:

BALA NA CESTA: Ainda batendo nessa tecla, qual o recado que a entidade passa para as novas gerações quando “premia” a indisciplina de uma atleta em detrimento do comando de um treinador?
CBB:

BALA NA CESTA: O site da CBB, na área técnica, é absolutamente abandonado pela entidade. Por quê? Será que, com o avanço tecnológico e com a distância que há no país, não seria inteligente promover uma troca maior de informações no portal da entidade?
CBB:

Da Prancheta

800 - É o número de vitórias de Mike Krzyzewski na Universidade de Duke (ele é o quinto a obter a marca em apenas uma faculdade - as outras 73 de sua carreira vieram na Army). A última foi conquistada na terça-feira, em Kansas, diante de 18 mil fiéis torcedores adversários. Os 82-68 mostram como Duke está forte nesta temporada (5-0), e a possibilidade de outro título não deve ser descartada. Coach K está mais na moda do que nunca.

Um devaneio

Pensativo após o post de ontem, em que falava sobre as meninas que não atuam no Nacional (Jundiaí, Osasco, Barretos e Venceslau, por exemplo), matutei durante algum tempo sobre como se daria essa distribuição de talentos pelos clubes que poderiam não só receber as atletas, mas principalmente dar tempo de quadra para elas (até porque, é bom lembrar, elas estarão de férias em seus clubes). Pensei no seguinte:

Passo 1: Mangueira, Araçatuba, Joinvile, São Caetano e Ourinhos receberiam de duas a quatro atletas dos times mencionados acima para a disputa do segundo turno (com começo previsto para 2011).
Passo 2: A CBB/LBF seria a responsável pelos salários das juvenis destes times, bem como pelos custos de moradia destas atletas durante o mês (pasmem, o segundo turno todo durará menos de 30 dias)
Passo 3: Neste período, a Confederação colocaria os técnicos das seleções (Tarallo, Janeth e possivelmente Carlos Colinas) para monitorar as meninas.
Passo 4: Ao final do campeonato, a CBB poderia promover uma espécie de Camp com todas as juvenis que participaram da competição, dando a oportunidade para as melhores de continuarem na seleção adulta.

Será um devaneio completo deste blogueiro? Comentários na caixinha!

O exemplo

Posições políticas à parte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem um ótimo exemplo ao receber blogueiros para uma entrevista extensa em Brasília (veja mais aqui). Ao contrário do mandatário da Confederação Brasileira de Basketball, Lula teve paciência e calma para responder a questões pra lá de espinhosas (mensalão, dossiês, quebras de sigilo, entre outros assuntos).

Lula respondeu não às questões dos blogueiros, mas da população que essa galera representa. Ao contrário dele, Carlos Nunes, o Carlinhos, prefere se calar em suas trincheiras, prefere a omissão, prefere o silêncio. De novo (e perdão por insistir tanto no tema): o castelo de cartas da CBB é feito com dinheiro público, e a população tem a obrigação de saber como esse montante vem sendo investido.

Se Carlos Nunes não quer responder às questões que merecem ser respondidas (nas entrevistas "bobinhas" ele aparece todo "pimpão"), tudo bem. O azar é que tanto o Ministério Público quanto o Ministério dos Esportes não cobram providências. A sociedade merecemos um pouco mais de respeito.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A não entrevista de Carlos Nunes - Parte 2

Esta é a segunda parte da não entrevista não concedida pela CBB para este blog. Amanhã tem mais.

BALA NA CESTA: Como alguém escreveu outro dia no blog, não há formação de talento sem a capacitação necessária. O que vem sendo feito pela CBB neste sentido? Vocês concordam que a falta de treinadores de alto nível é o principal problema da modalidade no país? Quanto da verba da CBB é destinada para a formação dos técnicos?
CBB:

BALA NA CESTA: A CBB não trabalha com psicólogos, mas as duas seleções perderam, e vêm perdendo, jogos decididos no final, em que a parte mental comanda tanto quanto as pernas e mãos. A entidade mantém a decisão de não usar profissionais dessa área até quando? Qual a real análise da CBB sobre este tipo de profissional?
CBB:

BALA NA CESTA: Dá para explicar por que nomes de peso da modalidade como Paula, Maria Helena Cardoso, Wlamir Marques e Oscar estão afastados da modalidade? A CBB não pensa em nenhuma medida para “repatriar” essas pessoas?
CBB:

BALA NA CESTA: Outro ponto importante fala sobre a entrada de pessoas sem muita experiência em funções estratégicas na CBB. Janeth começou a ser técnica na Sub-15 sem experiência em clube. Recentemente a Hortência disse que quer a Helen para ser gerente da entidade (e a atleta não tem experiência para exercer a função). Entre outros exemplos, qual o recado que a entidade quer passar quando contrata profissionais sem experiência para funções estratégicas em detrimento de pessoas capacitadas?
CBB:

BALA NA CESTA: Qual a real função de Paulinho Villas Boas na entidade? O que ele faz, e o que ele dá de retorno ao basquete brasileiro?
CBB:

BALA NA CESTA: Há alguma definição sobre a manutenção do Walter Roese para o Mundial Sub-19 de 2011? Como será a preparação da equipe visando o torneio?
CBB:

BALA NA CESTA: Muita gente acha que Magnano poderia contribuir mais com os técnicos do país, transmitindo seu conhecimento. Mesmo assim, poucos foram aos treinos dele no Rio de Janeiro. Como equacionar esse problema?
CBB:

Armação ilimitada

Em Salt Lake City, os torcedores do Utah Jazz (10-5) que forem ao ginásio para a partida contra o New Orleans Hornets (11-2) não verão apenas a disputa entre dois dos melhores times do Oeste. Na quadra estarão dois dos mais geniais armadores da temporada e do planeta (Deron Williams e Chris Paul).

Terceiro mais eficiente da NBA com 25,5 de média, Chris Paul tem a assustadora marca de 10,2 passes por noite em um time que decididamente não possui chutadores de excelente nível. Do outro lado estará um outro estilo de condutor de time, o cerebral e "matador" Deron Williams com seus 9,2 passes e 20,9 pontos por jogo.

O jogo começa tarde pacas (meia-noite), mas vale a pena perder algumas horas de sono para ver dois caras que conseguem liderar tão bem as suas equipes. Será no mínimo curioso de ver como Chris Paul tentará deter as investidas de Deron à cesta, e como o craque do Utah fará para frear os passes do excepcional jogador do New Orleans Hornets. A noite promete.

Quem vai?

Começa hoje no Rio de Janeiro a fase final da Liga Sul-Americana de basquete. O Rodrigo Alves já escreveu muitíssimo bem sobre a oportunidade que pode ser perdida pelas entidades envolvidas, e é algo que entristece bastante (vale a pena ler também é o Twitter do Draft Brasil).

Os jogos são bons, bem bons até (estarão por lá Flamengo, Brasília, Franca, Quimsa, Boca Juniors e Espartanos), mas a divulgação é bem fraca até aqui. Além da localização do ginásio, que pouco ajuda, os preços são altos e alguns horários são estranhos (quem pode chegar na Barra da Tijuca às 18h em um dia útil de trabalho?).

Tal qual o Rodrigo, torço para a fanática torcida do Flamengo carregue o time no colo e lote o ginásio, porque oportunidade de um torneio internacional como este será difícil de ser vista tão rapidamente aqui no Rio de Janeiro.

Da boa safra de armadoras

Jogando em casa, o time feminino juvenil de Americana recebe, às 19h, Jundiaí para a segunda partida da decisão do Paulista da categoria. Com 0-1, só a vitória ainda mantém o sonho do título - derrota garante o troféu para as comandadas de Tarallo, que venceram a primeira por 78-75 (Damiris teve 22 pelas vencedoras, e Tássia, 27).

No duelo, estarão em quadra duas das melhores armadores dessa nova geração. Tainá (foto), de Jundiaí, tem média de 17 pontos e possui, além da boa velocidade, bom chute de fora e ótima defesa. Do outro, Debora (12 pontos por partida) compensa a baixa estatura com uma absurda rapidez, boa marcação e excelente visão de jogo.

Como o cenário das armadoras no país é pra lá de escasso (Adrianinha ainda reina soberana), seria bom se essas meninas tivessem mais oportunidades desde já. Além delas, outras jovens de São Paulo (o estadual mais forte do país) deveriam estar atuando neste Nacional (Kika, Damiris, Tatiane, Carolina, Ana Thais, Carina, entre outras). Ainda dá tempo, e se a Confederação quisesse, poderia distribuir essas atletas em alguns times (Mangueira, Joinvile e Araçatuba por exemplo). Repito: ainda dá tempo, mas talvez falte vontade - e visão.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da Prancheta

11 - É o número de vitórias consecutivas do San Antonio Spurs na NBA. A última dos texanos, que têm a melhor campanha da liga (12-1), veio ontem, contra o Orlando Magic em casa (106-97). Imprensa e torcida estamos um pouco ansiosos com o tempo de quadra de Tiago Splitter (na segunda-feira foram apenas dez segundos), mas o retrospecto da franquia até aqui é absolutamente irretocável. O melhor, porém, parece que ainda está por vir: até o final de dezembro, os Spurs farão 12 de seus 19 jogos em seu ginásio.

A não entrevista de Carlos Nunes - Parte 1

Conforme comentei ontem com vocês, a CBB achou por bem não responder às questões que mais afligem não ao blogueiro (sinceramente não muda em nada a minha vida!), mas sim ao basquete brasileiro como um todo. Reproduzo, hoje, amanhã e quinta-feira, as perguntas que fiz à Confederação, a quem agradeço pelo tratamento a mim dispensado (nenhum email respondido, como "manda" o manual da boa educação e da boa assessoria de imprensa). De todo modo, a caixinha está aberta para o debate.

BALA NA CESTA: A nova gestão da CBB completa mais de 17 meses e muita gente do basquete ainda se pergunta qual é o projeto que está sendo implantado para a modalidade crescer. Poderia nos falar detalhadamente como está sendo implantado o famoso “projeto”?
CBB:

BALA NA CESTA: Um ponto importante: somando as verbas da Eletrobras (R$ 11 milhões anuais), Bradesco (R$ 7 milhões), COB, Nike e TV Globo, a CBB recebe cerca de R$ 20 milhões por temporada. Como este dinheiro tem sido investido?
CBB:

BALA NA CESTA: Além disso, por ser uma entidade que se mantém em grande parte com dinheiro público, a CBB não deveria divulgar os seus balanços financeiros? Por que isso não aconteceu com o de 2009 até agora?
CBB:

BALA NA CESTA: Falando em dinheiro público: não deveria haver uma divulgação mais clara de como a entidade utiliza os seus recursos por exemplo na distribuição das viagens em competições internacionais (no Mundial masculino, quatro presidentes de Federação viajaram com a delegação)?
CBB:

BALA NA CESTA: Uma das promessas de campanha de Carlos Nunes foi a venda de produtos esportivos da seleção e a reformulação do site. Ainda não ocorreu nenhuma, nem outra. Por quê? Há alguma previsão?
CBB:

BALA NA CESTA: Como um projeto de reestruturação do basquete pode dar certo se a ênfase que esta sendo dada é de cima para baixo (seleção trazer resultados para estimular a prática do jogo) e não de baixo para cima (massificar o esporte com destaque para a formação de praticantes e não de atletas) para que a partir disso os com talento sejam apresentados ao alto rendimento e os não talentosos se tornem "consumidores do basquete" (expressão minha)?
CBB:

BALA NA CESTA: Sobre as divisões de base, muito se tem falado sobre a escassez de talentos que há no país apesar de a última geração da Sub-19 masculina ser talentosa. Duas seleções já viajaram para os EUA para treinar, é verdade, mas o que a CBB tem feito realmente para abastecer essas revelações com treinamentos adequados?
CBB:

BALA NA CESTA: Em relação aos famosos projetos de marketing da entidade, o que vem sendo feito exatamente, o que já deu resultados da administração Brunoro e o que podemos esperar para que a CBB volte a massificar a modalidade no país?
CBB:

A paixão que move essa gente

No dia 21 de abril de 1998, a então juvenil Sandra Leão (20 anos - na foto) e Borracha (assistente-técnico) entravam no ginásio do Tijuca para a final do Nacional daquele ano. Com tricolores saindo pelo ladrão (eu estava lá), o Fluminense venceria o BCN por 101-92 (com 32 pontos de Silvinha e outros 26 da musa Vedrana) para se sagrar o primeiro campeão do torneio da CBB.

Doze anos se passaram, e a agora veterana Leão (fazendo seu segundo jogo pela Mangueira) e Borracha (técnico de São Caetano) novamente se encontraram na quadra do Tijuca - e para um jogo bem diferente. Um duelo feio (apenas uma jogadora, Jaqueline, passou dos dez pontos), cheio de erros (38 de fundamento e 24 lances-livres desperdiçados), mas pra lá de emocionante. E como bem notou Rodrigo Alves, que estava ao meu lado, com o ginásio recebendo um público razoável (cerca de 400 pessoas para uma segunda-feira às 21h - e com TV exibindo - é bom demais!) e delirando com a vitória das cariocas por 61-55 (olho em Isabela Ramona, da Mangueira, que tem uma postura defensiva sensacional!).

Após a partida, falei com Leão a respeito dos dois cenários (o de 1998, e o desta segunda-feira). Ela me confessou que na entrada do ginásio chegou a lembrar do fato, e que quando acabou o jogo, as lágrimas que vieram foram justamente devido à memória das duas situações tão distintas. Lágrimas de quem ainda acredita que o basquete feminino nacional será valorizado como essas guerreiras merecem. Sem saber o que move essa gente, dei um abraço em Leão e desejei sorte às meninas.

Elas merecem demais.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fim da linha

Terminou o prazo para a CBB responder às questões levantadas por este blogueiro aqui. Como havia prometido a vocês, a partir de amanhã divulgo as perguntas. As respostas? Infelizmente vou ficar devendo, porque o presidente da CBB não quis sanar as dúvidas não deste veículo de comunicação, mas de toda a turma do basquete que merece ser informada a respeito dos rumos da modalidade.

Meus sinceros agradecimentos também à assessoria de imprensa da entidade, que prestou um serviço de primeira ao não responder a nenhum dos meus cinco emails.

Para uma entidade que é gerida por dinheiro público e para um presidente que pregou transparência na eleição de menos de dois anos atrás, é um baita retrocesso. Mas não surpreende em nada, surpreende? Para corroborar com isso tudo, cito o ótimo artigo do excelente José Cruz em seu blog (clique aqui e leia).

A melhor notícia de sábado

Na rodada de sábado do Nacional feminino, o jogo que mais chamava atenção era o entre Americana e Catanduva, duas das maiores potências do basquete brasileiro. E a melhor notícia veio justamente dali. Em um duelo recheado de veteranas, quem brilhou foi a jovem Fabiana Caetano, formada pelo ótimo trabalho de base de Americana.

Em 22 minutos, Fabiana teve 11 pontos, 15 rebotes, três tocos, 100% nos tiros de quadra (até bola de três pontos ela acertou) e incríveis 25 de eficiência (o máximo da partida). Única juvenil com razoável tempo de quadra (21 minutos de média, com 9,7 pontos e 7,3 rebotes), quem também merece crédito é o técnico Zanon, que colocou a menina de titular mesmo com Mamá e Fabão no elenco.

Com 19 anos e 1,92m, Fabiana já deveria ter sido no mínimo convocada para treinar com a seleção que disputou o Mundial na República Tcheca. A gente espera que a CBB esteja monitorando a atleta, porque na próxima lista do time adulto ela precisa estar. Sorte para ela.

Um ótimo teste

Depois da sua verdadeira estreia no sábado, contra o Cleveland, chegou a hora do maior e mais difícil teste para Tiago Splitter na NBA. Nesta noite, o brasileiro do San Antonio Spurs não enfrenta apenas uma das potências do campeonato, o Orlando Magic, mas terá o melhor pivô da liga pela frente - o gigante Dwight Howard, que tem as singelas médias de 21,4 pontos, 11,1 rebotes, 2,7 tocos e 4,2 faltas.

E é justamente no número de faltas de D12 que Tiago deve se concentrar. Sem o mesmo potencial físico do rival, o brasileiro precisará, mais do que nunca, das suas habilidosas fintas para se livrar de Howard e produzir um pouco no ataque. Na defesa, um pouco de malícia para cavar faltas não fará mal algum.

Então é isso. Todo mundo ligado a partir das 23h30 neste que promete ser um duríssimo duelo para Tiago Splitter. Se conseguir ter bom desempenho, ganhará ainda mais pontos na caderneta do professor Popovich. Arrisco 15 minutos, cinco rebotes e 12 pontos, e você? Respostas na caixinha!

domingo, 21 de novembro de 2010

O troféu, a seqüência e o futuro

O Brasil bateu a Argentina ontem por 51-45 e conquistou o título do Sul-americano Sub-15 feminino. Há várias coisas boas na conquista, e mesmo sem ter visto as imagens dá para falar:

1) Janeth segue invicta em sua carreira de treinadora. Após 11 jogos, só triunfos e dois títulos - ano passado ela também levou o caneco no Sul-Americano da mesma categoria
2) A geração que venceu ontem parece recheada de talentos. Há bons e possíveis nomes para o futuro da modalidade (Izabella - a MVP da competição apesar dos 1/15 deste sábado -, Kananda, Vitória, Daphner e Camila), e a gente só espera que elas sigam evoluindo.
3) Ao menos no feminino a hegemonia na base segue intacta no continente.
Neste ano não houve derrota para as hermanas, por exemplo.
4) Ao menos pelas estatísticas o time parece jogar um basquete seguro (12,8 tentativas de três pontos de média), com poucos erros para a idade (ontem foram 16 apenas) e procurando as meninas mais altas no garrafão. Muito se fala que Janeth não tem experiência, e não tem mesmo, mas seus trabalhos até aqui são bem bons. Ao que parece, há muito não se jogava tão organizadamente na base.

Parabéns às meninas e à comissão técnica.

Da Prancheta

18-5 - Foram os números de pontos e rebotes de Tiago Splitter nos 26 minutos em que ficou em quadra na vitória de ontem (a décima seguida) dos Spurs sobre o Cleveland, de Varejão. Foi a melhor atuação do brasileiro, e veio depois de dois jogos em que ele ficou inteiramente no banco. Vi algumas jogadas de Splitter, e torço para ele continuar evoluindo. Sorte para ele, porque a estrada é longa.

Só um continua

Com promessa de transmissão do Sportv a partir das 10h, Uberlândia recebe Franca pelo NBB3 em jogo de duas equipes invictas na competição até aqui. Será o reencontro de Hélio Rubens, novamente com os francanos, contra o clube pelo qual ele conquistou o Nacional de 2004 e mais um jogo em Helinho e Valtinho, que tem média de 6,5 assistências por jogo, medirão forças.

Na rodada de hoje também vale destaque para o bom duelo entre São José e Joinvile, em São Paulo. Deste canto, espero que, ao acordar neste domingo, eu veja um duelo recheado de emoção, com poucos erros e com um mínimo de leitura de jogo por parte dos atletas.

Estou pedindo demais do duelo em que apenas um continua com 100% de aproveitamento?

sábado, 20 de novembro de 2010

Heróis da resistência

Começa neste domingo, em Santa Maria (RS), o brasileiro Sub-17 masculino da divisão I (clique aqui e saiba mais). Sem grandes novidades por parte da CBB, o toque diferente (e brilhante) fica a cargo dos estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS). Conta aí, Pietro Lovato:

"Nós, do Laboratório de Análise dos Cenários Esportivos na Mídia (LACEM), em parceria com os cursos de Comunicação Social da UFSM e UNIFRA, e com o CPD Eventos, iremos transmitir alguns jogos do Campeonato. A maioria dos comentaristas serão acadêmicos de Educação Física da UFSM, e todos os repórteres e narradores, acadêmicos de Jornalismo da UFSM e UNIFRA. Teremos cinco câmeras na quadra, equipe de repórteres, narração e dois comentaristas por jogo. Haverá, ainda, uma chat na barra lateral da transmissão".

Aqui está o link para a transmissão, e abaixo estão os jogos que serão exibidos por esses verdadeiros heróis da resistência (parabéns para eles). De verdade: é emocionante ver atitudes como esta.

21/11: Minas Gerais x Ceará (16h) / Rio Grande do Sul x Distrito Federal (20h30min)
22/11: São Paulo x Distrito Federal (16h) / Rio Grande do Sul x Minas Gerais (20h)
23/11: Rio de Janeiro x Mato Grosso (14h) / Distrito Federal x Minas Gerais (20h)
24/11: São Paulo x Minas Gerais (16h) / Ceará x Rio Grande do Sul (20h)
25/11: Rio de Janeiro x Santa Catarina (18h) / Rio Grande do Sul x São Paulo (20h)
26/11: 1º de A x 2º de B (18h) / 2º de A x 1º de A (20h)
27/11: Disputa de 3º e 4º lugares (12h) / Final (14h)

Clube da luta

Estarei hoje na Mangueira para ver o duelo entre o clube carioca e Santo André pelo Nacional Feminino da CBB (aka Liga de Basquete Feminino). O jogo não vale tanto pela classificação em si (o time do ABC Paulista é favoritíssimo), mas muito para ver o trabalho de base das duas equipes. Outro confronto bom pela competição é este Americana contra Catanduva (dois dos maiores candidatos ao título).

Única agremiação a disputar todos os Nacionais femininos, Santo André tem na técnica Laís Elena o seu grande símbolo de resistência neste quase falido basquete feminino.

Do outro lado estará a Mangueira (o time está na foto), que na terça-feira obteve o título estadual juvenil ao bater o Botafogo por 76-48 e para fechar a decisão em 2-0 (ótimas atuações das pivôs: Lorraine Milton teve 17 pontos, Nayara, 16, e Isabela Cintra outros 14). Liderado por Guilherme Vos, o projeto da verde-e-rosa se mantém como uma das boas (e poucas) opções de basquete sério fora de São Paulo (do meu canto eu só espero que essas valiosas meninas tenham um pouco de tempo de quadra neste Nacional da CBB que tão pouco revela talentos).

Tenho bons motivos para comparecer ao ginásio, não?

Duelo de líderes na ACB

Com seis vitórias em sete jogos, Caja Laboral e Barcelona disputam hoje, em Vitória, a liderança da Liga ACB espanhola (às 13 de Brasília). Será a reedição da decisão da temporada passada (vencida pelos vitorianos por 3-0) e mais uma chance de vermos Marcelinho Huertas duelando contra Ricky Rubio (ambos na foto).

O momento das duas equipes, porém, não é dos melhores. Ambos vêm de derrota na Euroliga (o Barça caiu diante do Montepaschi, e o Cajal Laboral perdeu do Partizan) e tanto Huertas (23 minutos em quadra com cinco pontos, cinco passes e três erros) quanto Rubio não foram bem (quatro pontos, três rebotes e dois erros e assistências).

E aí, quem será que vence o duelo de líderes na Espanha nesta tarde? Comente na caixinha!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Brasil está na Copa América

Não foi uma grande apresentação, mas os 23-8 no último período garantiram para a seleção brasileira a vaga na final do Sul-Americano Sub-15 e para a Copa América do próximo ano. Os 54-42 contra o Chile nesta tarde mostram como a partida foi complicada, cheia de erros (57), mas no final das contas valeu o resultado. Izabella Sangalli (olho nela - parte II) foi a melhor em quadra, anotando boa parte de seus 16 pontos nos cinco minutos derradeiros - a ala de Americana ainda teve nove rebotes, sete roubos e quatro passes.

Amanhã, na decisão, o Brasil joga pelo título da competição e pela manutenção da invencibilidade da técnica Janeth. Desde que começou a sua carreira na Sub-15 do ano passado, ela jamais perdeu em dez apresentações. Que ela continue assim.

Da Prancheta

14 + 8 + 3 - Foram os números de pontos, rebotes e tocos do brasileiro Augusto Lima (foto) na vitória do Unicaja na Euroliga. O triunfo contra Brose Baskets (da Alemanha) contou com brilhante atuação de Augusto, que acertou sete de seus dez arremessos para manter o Unicaja na briga pela liderança do grupo (com 3-2, está empatado com o Real Madrid e atrás apenas do Olympiacos).

O processo

Com a chancela da LNB local, acontece, a partir de abril de 2011, um curso intensivo sobre marketing esportivo focado no sucesso do basquete na Argentina (a sede será a belíssima Universidade de Palermo). A participação especial fica a cargo de Luis Scola, ala do Houston Rockets e ídolo do país (do Texas, ele fará uma vídeoconferência para os alunos).

O programa, que contará com palestrantes como Julio Lamas (provável técnico da seleção masculina) e Carlos Prunes (empresário de Rubén Magnano), fornecerá “ferramentas de gestão empresarial, marketing, publicidade, patrocínio, motivação, divulgação e comunicação, a fim de profissionalizar e capacitar as entidades vinculadas a esportes de alto rendimento.

Quem quiser conferir, é só clicar aqui. Será que valeria a pena a CBB enviar algum representante para conhecer um pouco do que os hermanos fizeram?