quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Boa iniciativa

Leio no site de Joinvile que a equipe local acaba de lançar o seu projeto de Sócio-Torcedor. É, de fato, uma boa iniciativa da agremiação, que já enche o ginásio em quase todos os jogos, e pretende "fidelizar" ainda mais o seu público no próximo NBB.

Que outros times sigam o exemplo.

I love this game

"Sou completamente viciada por basquete. Pela quadra, pelo vestiário, por ser uma companheira de elenco. Amo todos os aspectos deste jogo. Não vivo isso apenas quando estou no ginásio com as meninas. Vivo isso diariamente, a todo tempo. É parte de mim".

A frase, forte, linda e emocionada, é de Diana Taurasi em entrevista a Mechelle Voepel na ESPN e mostra um pouco do caráter e do tesão de basquete que esta menina tem. Três vezes campeã universitária, duas vezes ouro olímpica e com um anel da WNBA no currículo, Diana foi jogada no ralo quando dirigia alcoolizada (fato comentado aqui no blog, inclusive). E foi assim que ela reagiu a isso: "Durante um mês pensei nisso noite e dia, e isso me consumia muito. Por isso queria ficar treinando no ginásio o tempo todo, com medo de a situação esportiva escapar de mim. Na boa, o basquete foi a única coisa que eu fui fiel a vida inteira", diz.

Taurasi saiu de um ouro olímpico para um começo fantástico na WNBA. Do nada viu seu mundo cair - não foi eleita pelo público para o Jogo das Estrelas, para se ter uma idéia. Levantou-se, colocou o Phoenix na final da liga com a melhor campanha da temporada regular, ganhou o troféu de melhor jogadora e está perto de mais um anel.

Não sei se conheço uma história mais bonita de amor ao basquete ser coroada com tanta justiça. Não sei se conheço jogadora melhor que Diana Taurasi no mundo atualmente. O troféu de MVP está em suas mãos. Que os deuses deste jogo que ela tanto ama lhe presenteiem com o título da WNBA. Também estará em ótimas mãos.

A MVP manda um recado

Cappie Pondexter anotou 23 pontos. Penny Taylor outros 23. A rival Ebony Hoffman bateu o recorde de sua carreira com 27, e sua companheira Katie Douglas anotou 30. O Phoenix Mercury, ao final da peleja, venceu o Indiana Fever por 120-116 na prorrogação, abriu 1-0 na final da WNBA e agora luta por novo triunfo, em casa também, na quinta-feira para ir para a casa do adversário com folga. Ué, mas e essa menina na foto com o troféu, o que faz neste post?

Esta menina é Diana Taurasi, jogadora preferida de Lisa Leslie e deste blogueiro aqui. Ontem à tarde foi eleita a MVP da WNBA e de noite tinha uma partida fraquíssima até o meio de último período, com nove pontos e 3-10 nos arremessos. Diana, porém, ligou a máquina, anotou 13 pontos nos últimos 10 minutos de jogo (cinco no tempo normal e cinco na prorrogação) e guiou o seu time novamente. Não é só fazer pontos, mas como e, principalmente, quando fazê-los.

A MVP manda um recado: se quiserem tirar o anel, é melhor o Indiana começar a marcar mais. Tamika Catchings pode começar a ter pesadelos. Em breve novo post sobre Diana Taurasi aqui também.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Fora da Cesta - Eu já sabia

Por Bruna Severo

Vejam só: mesmo sem conhecer nada de basquete consegui prever que Adrianinha (foto) seria o grande talento da seleção brasileira na Copa América.

Na verdade, acho que não fiz nenhuma previsão, mas apenas consegui atestar o óbvio, não é mesmo? Mesmo assim acho um bom começo para uma completa “beabá” em basquete como eu! Isso significa que consigo entender minimamente o esporte para avaliar um jogador. Cesta de três para mim!

Confesso que foi um baile tão grande da seleção que continuo achando basquete sem graça. CADÊ A EMOÇÃO????

Mas meu caro Fábio me disse que em breve começarão os nacionais. Vamos ver se minha paixão pelo Flamengo consegue me deixar ligada nos jogos para que eu possa fazer comentários pertinentes – ou não.

As donas da bola

O público podia até querer ver Lisa Leslie e o Los Angeles contra o Detroit novamente, mas a final da WNBA começa hoje com Phoenix Mercury e Indiana Fever (22hs de Brasília). Em quadra, duas das maiores candidatas ao título de MVP da temporada. De um lado Diana Taurasi. Do outro, Tamika Catchings.

Campeã em 2007, Diana Taurasi, uma espécie de menina de ferro da liga (ela atuou em todos os 198 jogos possíveis de sua história nas temporadas regulares na WNBA), vem de temporada espetacular: 20,4 pontos (líder), 21,4 de eficiência (a melhor do campeonato), 5,7 rebotes, 46% nos arremessos de quadra e 40% nos tiros de três (melhores marcas da carreira). Se isso não fosse o bastante, nos playoffs possui média de 23 pontos e nos três jogos de eliminação que seu time enfrentou ela segurou o rojão (contra o San Antonio, duas vezes, e contra as Sparks, Diana teve 25 pontos, seis rebotes e quase cinco assistências).

Do outro temos Tamika, ótima ala de 30 anos e 1,85m que consegue levar pela primeira vez o Indiana Fever às finais. Se suas médias não impressionam tanto quanto as de Diana (15,1 pontos, 7,2 rebotes e 3,1 assistências) é porque Tamika possui habilidades estupendas na defesa. Ao lado de Sheryl Swoopes, a jogadora é a primeira a ganhar o troféu de melhor defensora da liga em três oportunidades (2005, 2006 e agora em 2009).

O Phoenix, das também ótimas Penny Taylor e Cappie Pondexter, ao meu ver é o favorito (3-1 é meu palpite), mas o Indiana vem empolgado e conta com boas peças para auxiliar Tamika (a canadense Sutton-Brown e a arremessadora Katie Douglas, por exemplo).

E você, o que acha: quem leva o título da WNBA? O Phoenix de Diana Taurasi ou o Indiana de Tamika Catchings? Arremessos na caixinha!

Fica ou não fica?

Dá para dizer que o trabalho de uma seleção que vence a Copa América invicta não é bom? Dá, dá sim. A competição é de uma pobreza técnica absurda, os rivais estão longe do primeiro escalão e mesmo assim o Brasil sofreu além da conta.

Nos jogos que contam realmente (Canadá, Cuba e Argentina), a defesa até que foi bem (50,6 pontos sofridos, 32% nos arremessos e 18 erros), mas o ataque continua jogando de maneira previsível (passe do pivô de cima para a de baixo e deslocamentos nas extremidades da quadra) e pouco eficiente (apenas 23,2% dos pontos vieram de dentro do garrafão e houve 17,6 assistências). Além disso, 57 dos 185 arremessos tentados foram de três pontos (30,8%), os erros continuam altos (13,3) e o percentual de desperdícios por posses de bola é absurdo (1 a cada quatro). Ou seja, os fundamentos, que deveriam ter sido trabalhados nos três meses de trabalho em Barueri, ficaram abaixo da crítica. E, insisto, contra rivais fracos e que permitiram 11,6 segundas-chances por partida.

Por isso a pergunta que fica é: Paulo Bassul merece continuar à frente do time feminino? Há três temporadas no cargo, o técnico carrega consigo uma penca de decisões sem critério, um discurso moderno-na-teoria-porém-vazio-na-prática e uma filosofia que não dá mais certo nos dias de hoje: a de que tudo se resolve nos treinamentos - isso sem esquecer de que ele é vítima da falta de planejamento e rumo da CBB.

Com atletas cada vez mais mimados e sem formação adequada, Bassul deveria, sim, se preocupar com outros aspectos que não apenas os técnicos e táticos (desde a alimentação da Kelly até o "pacto" com veteranas com quem já trabalhou em clubes).

De modo geral e pensando racionalmente, até agora acho o trabalho de Bassul fraco, bem fraco, e sinto-me bem à vontade para dizer isso porque fui um dos maiores defensores de sua manutenção pós-Pequim. Por mais paradoxal que isso possa parecer, ainda o manteria no cargo até o Mundial de 2010, pelo simples motivo de que ele completaria, lá, um ciclo completo na função - se fosse sádico, diria que ele provaria de seu próprio veneno ao ver as "balzaquianas" que ele tanto ama afundando a sua reputação. Depois da competição, aí sim seria a melhor hora de analisá-lo por completo.

E você, o que acha? Manteria Paulo Bassul como técnico da seleção feminina? A caixinha está aberta!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Alto-falante

"Diana Taurasi é a jogadora que mais gosto de ver jogando atualmente. A maneira como ela pega a bola, quica rapidamente e arremessa é inigualável. Que jogadora fantástica!"

O depoimento é da agora aposentada Lisa Leslie, e faz reverência ao talento de Diana Taurasi (foto), cracaça que acaba de levar o Phoenix Mercury à final da WNBA, onde enfrentará o Indiana Fever da não menos talentosa Tamika Catchings. A ala do Arizona anotou 15 de seus 21 pontos no segundo tempo e despachou o Los Angeles Sparks, de Lisa, na final do Oeste. As finais da liga americana começam amanhã.

Amanhã

É evidente que, assim como ocorreu com a seleção masculina, o título da Copa América traz coisas boas. O basquete parece querer voltar a flertar com seus melhores dias, os patrocinadores começam a se animar e o público enxerga potencial na modalidade. Muito bom, não?

Por outro lado, diferentemente dos rapazes, esta geração do basquete feminino não traz muita confiança. O retorno de Helen e Alessandra, além do talento de Adrianinha, comprovam que apenas a "garotada" seria pouco para "fazer barulho" em âmbito internacional. O melhor seria a mescla, colocando jovens promessas (Franciele, Natália, Karina, Nádia, Mariana, etc.) ao lado das veteranas talentosas. Não foi o caminho que a comissão técnica e Hortência (foto à direita) escolheram.

O importante, agora, é pensar no que o basquete feminino quer ser. Se quer "apenas" disputar as competições como se não houvesse amanhã, estamos no caminho certo. Se quiser competir e ao mesmo tempo preparar as promessas, não. O que falta, ao meu ver, é um direcionamento claro do que esta nova gestão da CBB deseja. Pode ser que, por estar no começo do seu governor, Hortência ainda esteja avaliando as suas ações para os próximos meses, a começar pela permanência do próprio Paulo Bassul (foto à esquerda), técnico de reconhecida capacidade analítica e de execução ruim (o treinador conhece muito, mas não consegue aplicar seu conhecimento na plenitude).

Vencer é bom, mas, conforme disse após o triunfo de Leandrinho e companhia, esconde os defeitos. Se o planejamento for mantido, o Brasil vai para o Mundial da República Checa com um time de média de idade de 29 anos e não mais que razoável. Se apostar nas jovens, pode ser que em 2012 ou 2014 tenha algum êxito. Insisto: a geração não é das melhores, mas se trabalhada pode render frutos. É só a CBB escolher e informar ao público que direção tomou.

Via Sil, Brasil é campeão

Até o começo do jogo contra a Argentina, Silvia Gustavo (foto) tinha jogado 60 minutos e anotado inexpressivos 13 pontos. Mas na final da Copa América de hoje foi diferente. A ala de Catanduva saiu do banco para mudar o rumo de uma decisão que tinha tudo para azedar o dia de Cuiabá. Após perder o primeiro quarto por 13-7, Sil, como é conhecida, incendiou o time, anotou 18 pontos, quatro rebotes e quatro assistências para liderar a seleção feminina ao título da competição. Vitória por 71-48 e primeiro título de Paulo Bassul em solo nacional.

Além de Silvia, merece destaque a cavalar atuação de Alessandra, que somou 12 pontos e 16 rebotes. Fernanda Beling, quase sempre contestada, encontrou seu melhor jogo, e anotou 13 pontos.

Análises mais apuradas virão nos próximos dias neste blog. Neste momento, o blog deseja parabéns às meninas e comissão técnica. Fico muito feliz, também, ao ver as campeãs mundiais, Alessandra e Helen, veteranas e tão experientes, emocionadas com mais uma conquista. Elas merecem.

domingo, 27 de setembro de 2009

Uma imagem

Sandra Carolina Pavon está longe de fazer uma ótima Copa América (5/16 nos arremessos e 10 erros), mas o choro da jovem armadora de 24 anos após a vitória contra Cuba na prorrogação é bem emocionante. A Argentina ainda engatinha em termos de estrutura no basquete feminino, e pode ser que naquele momento tenha externado seu sentimento.

Bem legal a imagem, e parabéns às hermanas pela classificação. Só espero que essa empolgação não entre em quadra nesta noite, na primeira decisão de Copa América da história do basquete platense.

Obrigado, Lisa

Quatro das cinco titulares do Indiana pontuaram em digítos-duplos, fator fundamental para os Fever derrotarem, enfim, o Detroit Shock em uma série de playoff (72-67 ontem à noite e 2-1 na final do Leste) pela primeira vez. Vaga na decisão da WNBA contra o Phoenix Mercury, que abriu 41-25 no primeiro tempo e fechou o duelo do Oeste em inapeláveis 85-74 (21 pontos e sete rebotes de Diana Taurasi, uma craque absurda!) contra o Los Angeles Sparks.

Tão pouco para duas decisões de conferência, você deve estar se perguntando. Mas a verdade é que ontem o basquete perdeu uma de suas maiores figuras. Quatro vezes campeãs olímpica e um dos símbolos da WNBA, Lisa Leslie fez, contra o Phoenix Mercury, sua última partida profissional (22 pontos e nove rebotes).

Atleta exemplar, Lisa chorou no vestiário e foi muito sóbria para a entrevista coletiva: "Sinto-me ótima, porque não tenho arrependimentos. Toda vez que pisei na quadra, fiz o máximo que poderia. Hoje (ontem) é meu último dia como atleta, mas eu tenho um marido maravilhoso e a minha família também. Esta não é só a minha aposentadoria, mas também minha transição, realmente, para a vida. De todo modo, continuarei eternamente ligada ao basquete".

Pessoalmente, tive o orgulho de entrevistá-la ano passado e ter visto boa parte de seus feitos. Não vi pivô melhor que Lisa Leslie em quadra, e acho que tampouco vi uma atleta com comportamento e comprometimento tão sólidos e corretos dentro e fora de uma quadra de basquete (o exemplo de Paula me vem à cabeça agora também, para ser sincero). Não é a modalidade que perde uma grande atleta, mas o esporte de um modo geral. De todo modo, Lauren Jolie, sua filhota, deve estar bem feliz com a presença de sua mamãe em casa.

Obrigado, Lisa!

O Brasil tem Luz

Boa atuação brasileira ontem contra Cuba (como é bom dizer isso!). Depois de um começo vacilante (2-10), o time buscou seu porto-seguro em Helen, uma de suas veteranas, para avanças à final da Copa América contra as argentinas, que superaram o Canadá (hoje, às 21:30 de Brasília, com Sportv). E a campeã do mundo em 1994 não fugiu da raia. Esteve estupenda com seus 24 pontos em 26 minutos, e fundamental no arrasador terceiro quarto (27-16) que impulsionou a vitória por 79-59. Vaga na final, vaga também no Mundial.

Para ser justo, Mamá, quase sempre criticada neste blog, também esteve bem com oito pontos, quatro rebotes e quatro roubos. Além dela, Adrianinha (12 e cinco passes) e Alessandra (oito pontos e rebotes) mostraram que as veteranas é que ditaram as regras.

Hoje é a final. O Brasil tem a Luz de Helen. E acho bom as argentinas começarem a se cuidar desde já. Com uma campeã mundial não se brinca. Parabéns à seleção pela vaga, mas que os erros da preparação, de planejamento e de treinamentos pouco efetivos não sejam apagados por um eventual título invicto.

sábado, 26 de setembro de 2009

Uma noite de basquete

Sábado à noite animado este para o basquete, hein. A partir das 20hs (de Brasília) o Indiana Fever, jogando em casa, tenta acabar com a freguesia diante do Detroit Shock e chegar às finais da WNBA pela primeira vez em sua história. Meia hora depois (20:30), a seleção feminina comandada por Adrianinha (foto) tenta vencer Cuba para ir ao Mundial da República Checa (o Sportv transmite). Às 22hs, Phoenix Mercury, que atua em casa, e Los Angeles Sparks, decidem o outro finalista da liga americana.

O blog tenta acompanhar tudo, e a caixinha fica aberta para os comentários. Que noite, amigos!

Fora da Cesta - O Primeiro elogio

Por Bruna Severo

Adorei a repercussão do meu primeiríssimo post. Antes de mais nada, quero reforçar que o objetivo do “Fora na Cesta” é ser um relato bem humorado de alguém que está começando a se interessar pelo mundo da bola laranja (viram? Já estou até escrevendo os jargões do esporte).

Deixo as análises mais profundas para meu amigo Bala.

E hoje quero rapidamente valorizar um aspecto do basquete que me chamou a atenção: os jogos são todos os dias! Sem descanso! Fantástico! Descobri, hoje pela manhã, que havia perdido o jogo das meninas ontem, contra o Canadá. É isso aí, não agüenta, bebe leite! Ou vá jogar vôlei!

Já vi que basquete não é para os fracos. Volto depois do jogo contra Cuba.

Espera, aposentadoria

O Phoenix Mercury tinha tudo para fechar a final da conferência Oeste em casa nesta sexta-feira. A torcida foi ao ginásio, Diana Taurasi estava animada e Lisa Leslie olhava meio perdida para as suas companheiras no bate-bola, talvez pressentindo a aposentadoria em menos de duas horas.

A bola quicou, porém, e tudo mudou para Los Angeles. Com 16 pontos no primeiro tempo, Lisa contou com providencial ajuda de Candace Parker (15+12) para liderar as suas companheiras em uma arrancada avassaladora (49-34). Depois disso, o Los Angeles Sparks sofreu nos últimos cinco minutos, viu a vantagem cair, mas fechou a partida em 87-76 para empatar a série em 1-1 e decidir o Oeste, e a continuidade da carreira de sua pivô, neste sábado, também no Arizona.

Leslie terminou com 20 pontos e seis rebotes. Candace (na foto ao lado), em fenomenal atuação, fez 24+18. Do lado do Phoenix, Taurasi (25) e Pondexter (19) jogaram bem, mas Penny Taylot (2/10 nos arremessos e seis pontos) não repetiu a boa atuação do jogo 1.

No outro jogo da rodada, Tamika Catchings, eleita a melhor defensora da temporada (Érika ficou em segundo), fez 22 pontos e comandou o Indiana para empatar a série contra o Detroit Shock - Katie Douglas teve 14. Os 79-75 mostram que o time sofreu, mas, no final das contas, o Fever ainda está vivo e pode acabar com a pompa do povo de Michigan também também neste sábado.

Os dois Brasis

Há duas maneiras de avaliarmos a vitória brasileira sobre o Canadá (61-45 nas rivais, primeira colocação no grupo e duelo neste sábado às 20:30 contra Cuba, que perdeu para a Argentina na prorrogação por 85-81). A primeira mostrando satisfação pelo desempenho defensivo (poucos pontos sofridos e 17 erros do adversário) e pelas boas atuações de Alessandra (12 pontos), Franciele (oito pontos e 12 rebotes), Fernanda Beling (foto), que teve 12 pontos e três roubos, e Karen (sete pontos e estupenda defesa).

O outro, provavelmente mais realista e menos alegre, falaria sobre a lentidão ofensiva brasileira, a irregularidade do time em períodos curtíssimos de tempo, o novo disparate nas bolas de três (5/21) e da péssima pontaria (34,8%), além do péssimo bloqueio de rebotes na defesa (1o segundas-chances para as canadenses). Além disso, Adrianinha e Helen (3/13 somadas) foram mal, e a seleção depende delas. Deslize semelhante na semifinal pode até ser fatal.

Ah, só uma coisinha: triunfo contra Cuba vale vaga no Mundial. Assim como aconteceu em Madri, no ano passado, a classificação a uma competição importante (à época eram as Olimpíadas) pode vir com uma vitória contra as caribenhas.

E aí, viu o jogo? Gostou da atuação da seleção ou achou que ela continua atuando muito mal? A caixinha é sua!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A arte do atraso

Vejo no apenas razoável site da Confederação argentina que os vizinhos acabam de entrar de vez nas mídias sociais. Prestes a completar 80 anos da entidade máxima, os hermanos acabam de lançar perfil no Facebook, conta no Twitter (lá, inclusive, somos informados que em breve haverá uma clínica para treinadores em Bahía Blanca, cidade natal de Manu Ginóbili) e serviço de RSS.

É por essas e outras que, sinceramente, não entendo o motivo de a CBB ser tão atrasada assim. Sei que Carlos Nunes é presidente há pouco tempo, mas nada justifica tanta lentidão na comunicação e no marketing, que deveriam, evidentemente, ser muito agressivos neste primeiro momento.

É simples: o basquete não pode se dar ao luxo de perder um só segundo para tentar angariar novos praticantes, torcedores (consumidores) e patrocinadores. Cada dia a mais é uma a menos na tentativa de transformar o esporte em um dos mais populares do Brasil.

A novidade

Como disse ontem a vocês, hoje começa uma nova era no Bala na Cesta. Bruna Severo trabalha comigo há oito meses e passa metade de seu dia me ouvindo falar de basquete. Por isso conversamos e, na base da brincadeira, convidei-a para escrever por aqui.

Ela topou e logo abaixo estréia a seção "Fora da Cesta", em que Bruna fala, com muito humor, sobre o nosso tão querido esporte da bola laranja. Corações abertos, alma desarmada e um bem-vindo carinhoso à querida nova integrante do blog. Espero a educação e espírito receptivo de sempre. Hoje é sexta-feira, e nada melhor do que darmos boas risadas e conhecermos uma visão diferente da modalidade.

Fora da Cesta, por Bruna Severo

Odeio basquete. De todos os esportes coletivos, certamente é o mais sem graça que existe. Não consigo ver nem mesmo nas Olimpíadas para dar apoio moral ao Brasil, até porque, segundo o Fábio me contou, os rapazes não freqüentam a Vila Olímpica desde a época do Oscar, que hoje deve ter os seus 65 anos. Nem mesmo pelo Flamengo, meu time de coração, assistiria a uma partida de basquete. E olha que ultimamente seria bem melhor torcer para o time flamenguista no esporte da cesta do que no esporte do gol.

Minha única relação com este esporte se dava durante as aulas de Educação Física na escola, quando, certa vez, do alto dos meus 1,58m, consegui praticamente romper um dos ligamentos do pé na tentativa de seguir rumo à cesta.

Mas como não sou uma pessoa intransigente, a paixão do meu amigo Fábio Balassiano pelo basquete me fez considerar a possibilidade de dar umas olhadelas em alguns jogos para tecer comentários aqui no Bala na Cesta.

E quero começar falando um pouco do primeiro jogo da Copa América: Brasil xPorto Rico.

1) Só consegui assistir a dois quartos do jogo. Resisti bravamente, mas alternando entre os discursos da Assembléia Geral da ONU e o jogo do Fluminense. OK, aceito o argumento de que nada disso era, de fato, melhor que o jogo de basquete.
2) Que preguiça desse time de Porto Rico! Impossível avaliar o desempenho das meninas do Brasil em relação às moças porto-riquenhas. Um horror!
3) Hortência e suas belas unhas cor-de-rosa A-R-R-A-S-A-R-A-M!
4) A menina da faixinha branca (Kelly), que tem dois metros de altura, é ruim assim sempre? Jesus, difícil acertar a cesta. Faz jus ao nome desta coluna!
5) Palmas para a Adrianinha. Na minha avaliação, a melhor em campo. Ou melhor dizendo, em quadra.

E um desabafo: não entendo qual é o parâmetro para a marcação de faltas no basquete. Pô, um bando de homens e mulheres gigantescos que não podem nem se encostar. Tudo é falta. Tudo é lance-livre. Tem que ter porrada e bola na cesta!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Até quando?

Não dá para traçar uma análise apurada de uma partida que termina em 121-62 para a seleção brasileira contra a República Dominicana (apesar de achar que a defesa foi fraca, e que o número de erros, 14, foi elevado), mas uma coisa eu digo, e sem medo de errar: Franciele, autora de 23 pontos (11/13), 10 rebotes e dois tocos em 23 minutos, não pode ser reserva do time adulto nacional. Simples assim. Ela não pode! Seus 21 anos e sua explosão física só nos trazem esperanças de dias melhores.

Foi bom, também, ter visto Helen (20 pontos e cinco passes) jogando solta e com arremesso calibrado (8/10). As duas campeãs do mundo (Alessandra teve 14 pontos e 7 rebotes), aliás, dão sinais de que a experiência dará muito certo, principalmente a partir de amanhã, quando a seleção decide o primeiro lugar contra o Canadá a partir das 20:30.

E aí, viu o jogo? Ainda manteria Franciele no banco? O que você achou? Comente na caixinha!

Novidade no blog

Amanhã teremos uma novidade no blog. Bruna Severo, que trabalha comigo (não, ela não é um personagem!), trará uma abordagem bem diferente daquelas que estamos acostumados a ler por aqui sobre o mundo da bola laranja. Será divertida e bem-humorada. Em breve a primeira coluna da Bruna. Conto com vocês.

Penny Taylor está de volta

Candade Parker (28), Lisa Leslie (19) e Tina Thompson (25) somaram 72 pontos (76%) para o Los Angeles, e mesmo assim as Sparks perderam para o Phoenix Mercury em casa por 103-94 na primeira partida da final do Oeste. Diana Taurasi teve uma atuação magnífica (28 pontos e seis assistências), o time do Arizona matou 14 bolas de três e errou muito pouco, mas quem realmente merece crédito é a australiana Penny Taylor (foto acima).

Voltando depois de longa ausência, a ala, craque de bola, anotou 18 pontos (em 17 partidas, ela colocou dígitos duplos em 12) e fez o time jogar quando Pondexter e Taurasi estavam marcadas no começo do quarto período (31-26). Por mais que Michael Cooper, técnico angelino, tente demonstrar otimismo, ficou quase impossível para Lisa Leslie ganhar um anel em sua despedida. O jogo 2 é na sexta-feira em Phoenix, e acho muito difícil que o Mercury perca duas vezes seguidas em seu domínio.

Do outro lado, o Detroit Shock continua mostrando porque a música que toca em Auburn Hills assusta tanto. As músicas são um terror principalmente para o Indiana Fever, que fez apenas 19 pontos no segundo tempo (seis no terceiro período), padeceu diante da defesa do time de Rick Mahorn e perdeu o primeiro duelo por 72-56. Além da ótima Deanna Nolan (22 pontos), quem brilhou foi a caloura Shavonte Zellous (foto à direita), que fez 16 de seus 23 pontos no primeiro tempo. Esta foi a 12ª vitória nos últimos 14 jogos para a franquia, que está bem próxima de chegar às finais pela quarta vez consecutiva.

Tamika Catchings (nove pontos, quatro erros e 4/11 nos arremessos) e Katie Douglas (6/19 nos chutes) foram bem marcadas, e precisam melhorar se quiserem fazer com que a freguesia de Indianápolis não siga a todo vapor.

Será?

O site da ESPN, valendo-se de uma declaração de Michael Jordan na entrada do Hall da Fama (a de que ele poderia, sim, jogar aos 50 anos), faz matéria sobre uma possível volta do eterno Rei às quadras.

Acho que não é necessário dizer que Michael Jordan é o maior jogador que vi jogar, e é justamente por isso que tremo na base toda vez que leio alguma coisa sobre sua possível volta. Primeiro foi o empresário da NBDL, que quer reviver o duelo entre MJ e Bryon Russell. E agora essa reportagem da ESPN. Para mim, o melhor de Jordan são os DVD's de Jordan, e não um possível retorno às quadras.

O que você acha? Gostaria de ver Michael Jordan de volta às quadras, ou, pela memória que você tem do craque, preferiria que o rei declinasse todos os possíveis convites? A caixinha é toda sua!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Muito a declarar

Como é bom ver Adrianinha com "fogo" nos olhos e jogando basquete de alto nível. A armadora teve 18 pontos, cinco assistências, nove rebotes, 6/7 nos arremessos e nenhum desperdício de bola nos 28 minutos. Foi a principal jogadora na fácil vitória brasileira por 78-34 na estréia da Copa América contra a seleção de Porto Rico. Como se vê, o Brasil venceu, mas não foi só alegria.

Continuo, insistentemente, me perguntando por que diabos Paulo Bassul teima com Mamá de titular. O que fez a ala-pivô de Ourinhos para merecer tal deferência? De novo: nada contra a atleta, a quem respeito, mas não há um raciocínio plausível que explique isso. Bassul, como quase sempre, quer ser mais realista que o rei. Franciele (nove pontos e oito rebotes), que parece voltar aos bons tempos e com uma explosão física e nos saltos impressionante, merecia uma chance.

Por fim, termino com algumas perguntas sobre o que vi hoje à noite.
1- Kelly continua com uma forma física inacreditável. Sua forma técnica, para piorar, está um caco. Será que Nádia ou Karina Jacob fariam pior?
2- Erramos 15 vezes contra Porto Rico (a maioria de fundamentos que, evidentemente, deveriam ter sido treinados nos quase 456 meses de preparação em Barueri). Se jogar contra uma Austrália ou Rússia, quantos desperdícios veremos? De 75 para cima, não?
3- Natália jogou apenas seis minutos. Se o técnico não a escala contra uma seleção do nono escalão do basquete mundial, para que levá-la para a Copa América? Dá para imaginar onde está a "baixo-estima" de Natalinha, não?
4- O aproveitamento de três pontos foi de 6/20. Se quisesse ser cruel, tiraria as 4/4 de Adrianinha, e o percentual cairia para 2/16 (12,5%). Onde está a comissão técnica, para frear o ímpeto das atletas?
5- Apesar dos 20 pontos no garrafão, a seleção não apresentou jogadas para Franciele, que ficou a todo instante balançando os braços pedindo bolas, e Alessandra. Por mais paradoxal que possa parecer, as duas receberam bolas apenas "na rebarba", na sobra. Se até Paulo Bassul admite que a força do grupo está nas jogadoras altas, por que não explorá-las com mais veemência?

Respostas na caixinha! Amanhã às 20:30 a seleção volta a atuar, desta vez contra a fraca República Dominicana, que hoje apanhou do Canadá por 103-37. Vamos ganhar, mas precisamos evoluir demais até que possamos dizer que estamos praticando basquete.

Finais de conferência da WNBA

Começam hoje as finais de conferência da WNBA. O blog fala sobre os duelos, e dá o seu palpite também, claro.

Indiana Fever x Detroit Shock -O time de Michigan venceu os três últimos duelos de playoff contra o Indiana, mas algo me diz que dessa vez o duo Katie Douglas/Tamika Catchings vai levar a melhor sobre Cheryl Ford/Deanna Nolan. Na temporada regular, 3-1 para o Indiana. Meu palpite: Indiana Fever 2 x 1 Detroit Shock

Phoenix Mercury x Los Angeles Sparks - O Phoenix tem nas explosivas Diana Taurasi, Cappie Pondexter, Penny Taylor e na ótima caloura DeWanna Bonner (14 pontos e oito rebotes na primeira fase dos playoffs) as suas melhores armas. Do outro lado, a turma de Los Angeles traz as veteranas Lisa Leslie, Delisha Milton-Jones, Tina Thompson (busca seu quinto anel) e a jovem Candace Parker para romper com o favoritismo do adversário. No final das contas, acho que o "gás" e o entrosamento da garotada do Arizona fará a diferença, e Lisa Leslie não terá um troféu para levantar em sua despedida. Meu palpite: Phoenix Mercury 2 x 1 Los Angeles Sparks

E você, o que acha? Quem chega à decisão?

Nunes encontra com Moncho em outubro

Acabo de conversar por telefone com Carlos Nunes, presidente da CBB, que me conta sobre o encontro com o técnico espanhol Moncho Monsalve no próximo dia 4 de outubro. De acordo com Nunes, que hoje viaja para Cuiabá para acompanhar a seleção feminina, são boas as chances de o treinador permanecer à frente do time masculino.

- Os jogadores gostam dele e pediram a permanência do técnico. Então temos que conversar e alinhar algumas coisas, até porque o contrato dele ainda está em vigor. Há divergências, coisas a conversar, mas a princípio o manteremos no cargo, sim. No dia 4 de outubro, três dias após a operação dele na coluna, estarei com o Moncho para conversar e tratar de assuntos importantes. Temos um Mundial pela frente, e queremos fazer a melhor preparação possível.

Nunes também antecipou que no sábado será feita uma homenagem às campeãs do mundo em 1994.

Marcel sabe muito

Li a seguinte resposta de Marcel de Souza (foto) em seu site sobre como se faz para defender o Pick n' roll. O cara, provavelmente o técnico mais capacitado do país, deu uma aulinha, que exponho abaixo. Divirtam-se!

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"A questão é sempre filosófica. Escutar ou ouvir? Enxergar ou ver? Permanecer ou ficar? São palavras parecidas mas com significados totalmente diferentes. A questão defensiva é: Somos defensores ou estamos defensores? Se apenas estamos na defesa, então poderemos fazer qualquer coisa (trocar, rodar, cobrir, parar, esperar, rezar para a bola não cair...) que os atacantes terão sempre a vantagem e o comando das ações.

Mas, se entendermos a defesa como uma parte do nosso jogo (ser defesa), obrigaremos o adversário a tomar decisões baseadas nas nossas ações defensivas, fazendo com que ele "se defenda da defesa" e tenha como objetivo não perder a posse de bola ao invés de realizar suas ações ofensivas (P&R, etc.). Teremos então o controle e a vantagem do nosso jogo.

Ser um defensor (e não apenas estar na defesa), significa jogar sob as regras de três teorias defensivas, já descritas nos editoriais "BREVES NOTAS SOBRE A DEFESA", e que estão publicadas no Databasket. A teoria fundamental da defesa mostra que se não pressionarmos a bola, fazendo com que os adversários fiquem cada vez mais distantes da cesta, nenhuma defesa (individual, por zona, mista, pressionada, etc) irá funcionar. Se permitimos ao adversário o seu posicionamento físico onde deseje, também não obteremos sucesso defensivo.

Já a teoria geral da defesa depende do entendimento entre os jogadores e da leitura que fazem das situações de jogo. Como iremos defender uma situação de vantagem ofensiva? Quais os deslocamentos rotacionais que faremos após o ataque adversário obter essa vantagem? Que lado defensivo irá ser responsável pela cobertura após a rotação ter sido feita? Tudo isso é "combinado" entre o treinador e os jogadores tendo em vista as suas características técnicas e físicas.

Por fim, temos a teoria especial da defesa, que é totalmente fundamentada nos sistemas de scout que o treinador tem ao seu dispor, pois leva em conta as características individuais dos jogadores adversários. No caso do P&R (pick n’ roll), devemos levar em consideração se o armador é destro ou canhoto, se é um matador dos três pontos, se sabe achar o jogador livre no lado de ajuda, se na sua infiltração vai até o fim ou para após o lance-livre para arremessar e se,nos momentos decisivos (última bola), joga para ele (the man) ou proucura alguém para passar a bola.

Quanto ao outro jogador, será ele apenas um muro que irá fazer o corta luz e ir ao rebote, ou saberá ler as situações que deve abortar o P&R e ir em direção à cesta para receber a assistência como Pau Gasol, ou Karl Malone? Terá ele um bom arremesso de três pontos? Saberá passar a bola a um jogador desmarcado no lado de ajuda? Como você pode ver, estar na defesa é muito mais fácil do que ser um defensor e dá menos trabalho aos treinadores e jogadores.

Ser um defensor depende de aceitarmos ou não uma questão filosófica e trabalharmos "apropriadamente" para ela.
O treinamento é tudo".

O que esperar da seleção feminina?

A seleção feminina de basquete estréia na Copa América de Cuiabá em busca de uma das três vagas para o Mundial de 2010. Diante da fraca seleção de Porto Rico (20hs, pelo Sportv), o time treinado por Paulo Bassul deve atingir o objetivo, mas resta a pergunta: como ele atuará para isso?

No que depender dos amistosos, a realidade é clara: jogará mal, muito mal, penará contra adversários fracos e só vencerá por causa do potencial técnico mais elevado que o dos rivais. Para se ter uma idéia, contra argentinas e canadenses, a média de desperdícios de bola ficou em assustadores 19 por partida (maior que as 18 assistências). Nos três pontos, aproveitamento não menos assustador de 33,8% (20/59). Se isso não bastasse, o coeficiente que mede o número de posses de bola por jogo (73,2 - número alto para os padrões mundiais, diga-se de passagem) pelos erros fica em 3,8/1. Ou seja, a cada quatro ataques, a seleção não chega nem a arremessar em um.

Pode parecer um diagnóstico cruel, mas os números são frios e mostram que o trabalho realizado por Paulo Bassul em Barueri não foi legal. Quase três meses de treinos não impedem que a seleção peque em rotações defensivas, erre muito em fundamentos e produza pouquíssimo no ataque em jogo coletivo. Bassul não é o único culpado (a falta de leitura das jovens jogadoras assusta), mas como comandante dessa nau merece o primeiro pito. Hortência, que aniversaria hoje (Parabéns, Rainha!), o segundo.

Tomara que a seleção passe a desmentir os números dos amistosos a partir desta noite. O blog estará torcendo, e sofrendo, por dias melhores. O basquete precisa das meninas no topo, como quase sempre estiveram nas últimas duas décadas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Estaleiro

Duas notícias pouco animadoras chegaram a mim na noite de hoje. Tatiane Pacheco (foto) e Joseane, atletas da primeira linha da novíssima geração do basquete nacional (ambas foram ao Mundial sub-19 na Tailândia), passarão por operações nos próximos dias.

Atletas do próprio técnico da seleção sub-19 que foi ao Mundial em Jundiaí, Tatiane torceu o joelho e rompeu os ligamentos do cruzado anterior do joelho. Joseane, por sua vez, contundiu-se no ombro. A previsão de recuperação para as duas é de seis a oito meses.

O blog deseja boa recuperação a ambas.

Uma aula de jornalismo com a CBB

Pode ser que neste horário que você leia o Bala na Cesta as correções já tenham sido feitas, mas é triste ler um release da CBB com tantos erros assim no site da entidade. Para falar da Copa América feminina que começa amanhã, os caras chamam Franciele de Francielle (ou seria Francielle de Franciele?), trocam "mais" por "mas" em uma fala de Adrianinha e exageram nas vírgulas. Confira abaixo e delicie-se com mais uma aulinha da Confederação.


E como se escreve o nome de Franciele/Francielle? Alguém arrisca?

Volta, T-Mac

Leio na ESPN.com que Tracy McGracy luta, mais uma vez, para se recuperar de problemas no joelho. Seguindo o conselho de seu ex-companheiro Luther Head, o ala do Houston Rockets, craque de bola, foi tentar a sorte em Chicago e parece que está dando certo. Os responsáveis pelo quase milagre, Tim Grover e David Reavy, acreditam que no dia 1º de outubro ele já estará em quadra.

Resta esperar pela recuperação de T-Mac, um dos mais talentosos e explosivos jogadores que vi atuar. Com ele não é só o Houston Rockets que ganha muito para a próxima temporada, mas toda a NBA, com mais um cracaço atuando em suas quadras. Sorte para ele.

Alto-falante

"Estou investindo para que a Janeth (foto) seja técnica da seleção em 2016 ou 2020. Só não será se não quiser. Quero ex-jogadoras, desde que bem preparadas"

A declaração foi dada por Hortência ao jornal O Globo de domingo. A diretora do departamento feminino da CBB, aliás, completa 50 anos nesta quarta-feira. Só resta saber uma coisinha: como Janeth está se preparando para isso? Qual a formação da ex-camisa 9 da seleção? Quantas clínicas ela já frequentou?

O que acho é o seguinte: ser ex-jogador de sucesso não faz com que ninguém seja, também, um técnico de sucesso. Essa cultura, meio distorcida, de que para comandar pessoas não é preciso formação é um tanto quanto duvidosa. Torço por Janeth, mas ainda há um longo caminho antes de transformá-la em treinadora de qualquer coisa.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Para não passar em branco

Fui olhar o resumo das postagens e acabo de descobrir que este blog completa um aninho de vida neste 21 de setembro. Obrigado a todos pela paciência nestes primeiros 365 dias de vida do Bala na Cesta.

Em breve anunciarei novidades bem legais, inclusive uma promoção do barulho.

Agora vou comer o bolo aqui da foto.

Obrigado,
Fábio Balassiano.

Talismã

Pau Gasol é o craque do Eurobasket, mas a Espanha deve agradecer, também, a outro membro da família pelo título conquistado ontem. Desde que Marc Gasol entrou no time, no lugar do lesionado Fran Vázquez às vésperas do Mundial de 2006, a seleção chegou em todas as finais dos torneios que disputou.

Campeão no Japão em 2006, foi vice do Eurobasket em 2007, medalha de prata em Pequim e agora ouro na Polônia jogando sempre mais de 15 minutos sob o comando dos três técnicos que o dirigiram (Pepu Hernandez, Aito Garcia e agora Sergio Scariolo).

Pau Gasol é o melhor jogador da Espanha. Marc, o talismã. Com a dupla eu acho difícil que o país não chegue, no mínimo, a decisão do título no Mundial de 2010 na Turquia.

O trabalho sérvio

Campeã mundial em 2002, a Sérvia vinha ladeira abaixo. Foi 11ª nas Olimpíadas de Atenas, 15º no Mundial de 2006, em 2007 perdeu todos os três jogos no Eurobasket e em 2008 ficou fora dos Jogos de Pequim. A saída foi gritar para o técnico Dusan Ivkovic (foto ao lado) por socorro. Campeão Mundial em 1990, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1988 e 1996, e tri da Europa em 1989, 1991 e 1995 pela Iugoslávia, ele atendeu com uma missão: renovar o elenco e colocar os rapazes que haviam sido campeões mundiais sub-19 e do Europeu sub-20 para ralar contra os adultos. Para se ter uma idéia, apenas três jogadores possuem mais de 23 anos (a média fica em 22,3).

Deu certo, e o vice-campeonato até certo ponto surpreendente do Eurobasket só comprova isso. Pouca gente nota, mas ao lado de Dusan (65 anos), como assistente, está Aco Petrovic, irmão do lendário Drazen e um dos grandes jogadores da Iugoslávia na década de 80 (ele foi bronze como atleta nas Olimpíadas de 1984 e nos Mundiais de 1982 e 1986). A dupla implantou um modelo de basquete bem simples, mas muito efetivo: rotação do elenco (dez atuaram por mais de 13 minutos), poucos desperdícios de bola (12,6), muita defesa (44,8% dos arremessos adversários caíram) e redução de posses de bola (o time esvazia o cronômetro e tem apenas 80 por partida).

Os destaques do time são os alas Milos Teodosic (do Olympiakos e na foto à esquerda), Novica Velickovic (recém contratado pelo Real Madrid a pedido do técnico Ettore Messina) e Milenko Tepic (Panathinaikos). O primeiro terminou com mais de 14 pontos e cinco assistênias no torneio. O segundo superou a barreira dos 11 pontos e quatro rebotes em sua primeira competição internacional. O terceiro penou nos arremessos de fora (aproveitamento de 25%), mas mostrou bom potencial físico e técnico com 8 pontos e boa defesa.

Não dá para fazer comparação com o cenário brasileiro, porque o plantio do elenco sérvio começou lá atrás, com capacitação de técnicos, aumento dos campeonatos de base e intercâmbio de informações entre treinadores (o próprio Ivkovic é conhecido pelas palestras espetaculares aos comandantes de categorias menores). Por aqui estamos na estaca zero, mas vale a pena notar que um trabalho sério, bem fundamentado e aparelhado pela federação local pode dar certo.

A Sérvia é um exemplo que deu certo. Seus frutos serão vistos nos próximos anos. O elenco é novo, possui potencial físico e técnico, o treinador é estudioso e inconformado, e a Confederação já deu um até logo para os veteranos que arruinaram a imagem do país há três anos no Eurobasket. O futuro chegou para os sérvios.

domingo, 20 de setembro de 2009

Freguesia

Foi assim em três dos últimos quatro campeonatos. O Seattle Storm chegou aos playoffs, veio mais bem armado e encontrou o Los Angeles. O resultado foi igual: eliminação. A última aconteceu na noite deste domingo, em Seattle mesmo, quando as donas da casa viram os Sparks abrirem 41-25 no primeiro tempo, administrarem a vantagem na segunda etapa e fecharem o jogo em 75-64 e a série em 2-1 para avançarem às finais de conferência Oeste, aonde enfrentarão Phoenix ou San Antonio (o duelo está empatado em 1-1 e se decide amanhã).

Candace Parker (foto acima) saiu-se com 22 rebotes, oito rebotes e três tocos. Além dela, outras três angelinas fizeram mais de 11 pontos. O Los Angeles só terá um probleminha na próxima fase: não poderá mandar o seu jogo no Staples Center por causa do show de Britney Spears (o mesmo ocorreu com o Atlanta, que enviou o duelo final contra o Detroit para Gwinnett Arena, ao invés da Philips Arena). Os Sparks atuarão no ginásio da UCLA.

Ao Seattle fica a esperança de que tudo mude na próxima temporada, quando Lauren Jackson estará saudável e descansada. E, claro, não custa torcer para não cruzar com os Sparks, né.

Chega de vice

Se já é difícil jogar contra a Espanha em condições normais, que dirá quando os vice-campeões olímpicos apanham 18 rebotes ofensivos, cometem apenas nove erros e ainda abrem 23 pontos na primeira etapa. Foi exatamente isso que ocorreu na final do Eurobasket de hoje, diante do jovem e promissor time da Sérvia. Vitória por 85-63 e título para Pau Gasol e seus companheiros. O ala do Lakers, aliás, somou 18 pontos e 11 rebotes para ser nomeado o MVP do torneio, que teve, também, a Grécia como terceira colocada (triunfo diante da Eslovênia por 57-56).

Não dá nem para traçar uma análise sobre uma partida que foi tão discrepante. A Espanha, com a faca entre os dentes após seis vice-campeonatos europeus seguidos, queria acabar com a escrita e mostrar que ela, sim, é a segunda nação que pratica o melhor basquete do mundo. E conseguiu. Mostrou, em quadra e fora dela, como se faz um país com trabalho verdadeiramente sério.

Parabéns a eles!